Storm Corrosion: crítica de ‘Storm Corrosion’ (2012)



Nota: 9


O Storm Corrosion é um projeto paralelo que une dois dos músicos mais respeitados e admirados do rock atual: Mikael Akerfeldt (vocalista, guitarrista e líder do Opeth) e Steven Wilson (vocalista, guitarrista e líder do Porcupine Tree). A dupla declarou que o disco de estreia da sua nova empreitada é a parte final de uma trilogia formada pelo último álbum do Opeth, Heritage, e pelo mais recente trabalho solo de Wilson, Grace for Drowning.


Musicalmente, o que se ouve no debut do Storm Corrosion é uma música distante da que o Opeth e o Porcupine Tree, e, em menor grau, o próprio Wilson, vem gravando nos últimos anos. O som é etéreo, atmosférico, sombrio. Tudo é calmo, sem explosões sonoras. Não há guitarras distorcidas. As seis composições são construídas com camadas que vão se sobrepondo, resultando em uma sonoridade bastante climática. 


É difícil classificar o grupo em um gênero. É prog, mas não é só isso. Há elementos de folk, de música ambiente e até de música clássica na mistura. O rock ficou distante, e praticamente não aparece no disco. O heavy metal, então, nem chegou perto.


“Drag Ropes” abre o álbum de maneira belíssima. Seus quase dez minutos parecem metade disso. Os lindos arranjos vocais remetem ao Gentle Giant. O solo de guitarra é de uma beleza inquietante. A música que dá nome à banda já vai por outro caminho, com vocais celestiais e um dedilhado que faz a faixa soar como uma espécie de folk cósmico. Em “Hag”, Wilson e Akerfeldt pagam tributo ao Pink Floyd em mais uma canção lindíssima. 


Os dois músicos se revezam nos vocais durante todo o álbum. Os violões de ambos se entrelaçam durante todo o disco. A sonoridade é relaxante e confortante em todo o trabalho. Contemplativo ao extremo, Storm Corrosion é um trabalho que mostra Mikael Akerfeldt e Steven Wilson explorando a fundo características que apenas se insinuavam nos discos de suas bandas principais - principalmente no caso de Akerfeldt, já que nada soa sequer parecido com o que o Opeth gravou.


Esse é um disco para ser ouvido sem pressa. Ele exige que você o respeite como obra artística. Não é um álbum para ser escutado na pressa do dia a dia. Você precisa parar, relaxar e deixar a música do Storm Corrosion levar você através dos caminhos surpreendentes que ela seguiu. Desafiador e dono de uma beleza gigantesca, Storm Corrosion é um trabalho espetacular, que comprova o quão vastos são os universos musicais tanto de Akerfeldt quando de Wilson.


Um dos melhores discos do ano, fácil.




Faixas:
  1. Drag Ropes
  2. Storm Corrosion
  3. Hag
  4. Happy
  5. Lock Howl
  6. Ljudet Innan

Comentários

  1. Excelente resenha, álbum incrível, minha favorita é Ljudet Innan, ela transmite um ar para pensar em coisas nostálgicas, é triste, bela. Bom, sou suspeito para falar, pois sou um grande fã de Steven Wilson e Mikael Akerfeldt.

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  2. Ainda não ouvi, mas era óbvio que esse disco prometia muito! Boa resenha, e se vem na esteira do trabalho maravilhoso feito em "Heritage", deve ser nota 10 mesmo... ("Heritage" que eu demorei para ouvir, senão teria colocado como dos melhores discos do ano passado, fácil! - o excesso de resenhas falando que o Opeth tinha aderido ao rock setentista me afastou, mas se tratava de uma obra MUITO MAIS rica e original que isso!)

    só tenho minhas ressalvas quanto a "É difícil classificar o grupo em um gênero. É prog, mas não é só isso. Há elementos de folk, de música ambiente e até de música clássica na mistura..."

    Conforme já falei por aqui, acredito que o PROG (rock progressivo, prog metal, ou qualquer outra aplicação que o termo tenha) seja justamente decorrente da junção de diferentes elementos ou estilos musicais, e da dificuldade em se enquadrar uma banda ou sonoridade num estilo só. Vem também da tal "inovação" e das variações que tanto falo. "Prog" seria o único estilo que NÃO se define de antemão, onde não há regras. Um Thrash pode até ser original, moderno, o que for, mas ele tem pressupostos. O Death, o Power, o Hard, até o Pop, etc. No Prog, não vejo isso, eis porque sou um estusiasta ainda maior do estilo!

    abço!

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  3. ~Um dos melhores do ano, facil~
    Negativo, existem MUITOS albuns lancados esse ano bem melhores.

    Como do Kayo Dot, Diablo Swing Orchestra, Meshuggah, Sigh etc
    Posso dizer sim que foi uma das maiores decepcoes do ano para mim, como fa do Steven e do Mikael esperava que esse album ganharia o titulo de 2012.
    Ja sabia que nao seria nada similiar ao Opeth e Porcupine Tree, mais esperava que seria aquele som quando voce escuta e pensa ~puta que pariu essa porra e linda~ ou ate mesmo ficar sem palavras ao escutar.
    Achei muito sem graca, e mais uma vez estou decepcionada.

    ps escrever sem acento e uma merda eu sei, mais o teclado da empresa nao tem ...

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  4. Jéssica, o texto exprime a minha opinião sobre o disco, e, para mim, ele é um dos melhores do ano, fácil.

    Obrigado pelo comentário.

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  5. Também achei o disco extremamente belo... lá no rate your music já tasquei 4 estrelas e meia... creio que desse jeito dificilmente não vai estar na minha lista de melhores do ano

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  6. Seria bom se você não tivesse copiado e colado a resenha, sem no final colocar a fonte e o autor original.

    fica a dica pra próxima.

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  7. Gustavo, não entendi o seu comentário. Eu sentei, ouvi o disco diversas vezes, e escrevi o texto com a minha opinião. Nunca copio nada de ninguém. De onde você tirou isso?

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  8. acho que o gustavo viu a sua resenha no wiplash e não se preocupou em saber que é a mesma pessoa sobre o album apartir da quinta audição ele ja fica maravilhoso mas pra quem gosta de musica simples e ta acostumado com elas o mercado ta cheio hoje em dia abraço!

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  9. Diego, se foi isso faltou se informar melhor, porque na resenha no Whiplash tem inclusive o link para a matéria original, que é essa aqui.

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  10. Esse albúm tme chance de ser lançado no Brasil Ricardo?

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  11. Não sei dizer, mas tô achando que não vai sair por aqui.

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