Crashdïet: crítica de The Savage Playground (2013)

Quando se fala em hard rock nos dias de hoje, uma das principais bandas, sem dúvida, é a sueca Crashdïet. Ao lado de nomes como Reckless Love, Dynasty e H.E.A.T., o quarteto formado por Simon Cruz (vocal), Martin Sweet (guitarra), Peter London (baixo) e Eric Young (bateria) tem não apenas atualizado, mas sobretudo revitalizado aquele hard festeiro e colorido que foi tão popular no final da década de 1980. Mantendo as principais características do gênero - grandes melodias, refrões certeiros e um clima de festa onipresente -, essas bandas comprovam que o estilo não precisa soar ultrapassado para garantir momentos de diversão.

The Savage Playground é o quarto álbum do Crashdïet e o sucessor de Generation Wild, de 2010. O disco acaba de chegar às lojas através da Frontiers Records e traz quatorze sons que reafirmam a posição do Crashdïet como uma das principais forças do hard atual. As composições são muito bem construídas e trazem doses generosas da esperada (e sempre bem-vinda) melodia, porém acompanhada de uma performance instrumental agressiva e um tanto áspera, aspecto acentuado pela produção. Isso faz com que o Crashdïet soe com mais testosterona e culhões (apesar do exagerado visual) do que a maioria dos grupos que executa esse tipo de som atualmente. Ponto para a banda.

Há uma abundância de riffs em The Savage Playground, alguns se aproximando agradavelmemte do heavy metal, como é o caso em “Anarchy” (com um riff muito semelhante ao trecho final de “Darkside of Aquarius”, de Bruce Dickinson) e “Snakes in Paradise”. O trabalho de Martin Sweet é o principal destaque do álbum, com uma evolução clara em relação ao último disco, caminhando em direção à uma forma mais direta de tocar, com riffs mais curtos e objetivos, mas com a sabedoria em fazer essa transição de forma suave e sem chocar os fãs, porém claramente perceptível para quem ouvir o disco com atenção.

O outro ponto alto é Simon Cruz, sempre nos brindando com linhas vocais especiais. E aqui também se repete a mesma característica percebida em relação à Sweet: ao mesmo tempo em que entrega muitos trechos repletos de vocais limpos, Simon também canta de maneira mais agressiva em diversas passagens. E faz tudo isso com absoluto domínio da situação, o que torna o seu trabalho em The Savage Playground recompensador para quem curte vocais criativos e bem feitos.

“Cocaine Cowboys” (primeiro single), “Anarchy”, “Lickin’ Dog”, “Circus” e “Snakes in Paradise” são os destaques em um disco sólido e que é garantia de bons momentos e diversão sem compromisso. Ou seja, exatamente o que um bom álbum de rock deve proporcionar.

Nota 7



Faixas:
1 Change the World
2 Cocaine Cowboys
3 Anarchy
4 California
5 Lickin’ Dog
6 Circus
7 Sin City
8 Got a Reason
9 Drinkin Without You
10 Snakes in Paradise
11 Damaged Kid
12 Excited
13 Garden of Babylon
14 Liquid Jesus

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