Espaço do Leitor: as feiras de discos pelo Brasil

Salve CollectorsRoom!

Parabéns pelo excelente trabalho. Acompanho a Collectors desde a época em que eram postadas as entrevistas com colecionadores no Whiplash. Não me lembro o ano exato, mas não perco nenhum artigo desde então.

Adoro as matérias e as resenhas, sempre trazendo indicações de bandas relevantes. Se não fosse pela Collectors eu não teria acesso a bandas que eu desconhecia (Opeth, Orphaned Land, Baroness, Mastodon, Vespas Mandarinas, só para citar algumas). Sou fanático por música desde 1984, quando ouvi o álbum The Number of the Beast. Minha banda do coração é o Rush.

Acho que seria interessante vocês abordarem algo relativo às feiras de discos que acontecem nas cidades brasileiras e também algumas lojas (se é que ainda existem). Sou do interior de São Paulo e acho que seria legal um espaço em que fossem divulgados alguns eventos para colecionadores. Não existe coisa melhor do que sujar os dedos garimpando discos, sinto muita falta disso hoje em dia. Seria sensacional algum post da Collectors Room TV sobre este assunto.

Definitivamente mudamos o jeito de se consumir música hoje em dia. Não precisamos mais deixar aquela fita K7 novinha esperando que o novo single de nossa banda preferida toque no rádio. Mas acredito que devemos manter este espírito desbravador e nostálgico dos colecionadores amantes de música.

É isso aí, música além do óbvio.

Grande abraço.

Leonardo Leoci
Itu (SP)


Olá, Leonardo. Obrigado pela sua mensagem. É muito gratificante ter um feedback como o seu, mostrando o quanto o nosso trabalho teve impacto na sua vida.

As entrevistas com colecionadores começaram a ser publicadas no Whiplash em 2005. Ao todo, foram 54. Elas nos deram visibilidade, eram uma das colunas mais populares do Whip e foram o pontapé inicial para a criação da Collectors Room. Vou aproveitar que você citou isso para responder um questionamento frequente que recebo, me perguntando porque as entrevistas e as demais matérias que escrevi para o Whiplash não estão mais lá. É o seguinte: por uma série de fatores, cujo principal é a discordância em relação à linha editorial e ao modo como o Whip administra a relação entre os colaboradores e os leitores, decidi me afastar e solicitei que todo o material que escrevi para o site fosse retirado do ar. Esse material não se encontra disponível em nenhum outro lugar.

Como você menciona, levar novos nomes até os nossos leitores é um dos objetivos principais da Collectors Room. Acreditamos que, com raras exceções, os veículos destinados ao rock e ao metal aqui no Brasil - sejam eles de mídia impressa ou online - possuem visões muito conservadoras, produzindo material sobre as mesmas bandas infinitamente e deixando de lado uma parcela considerável do que de mais legal está acontecendo agora, neste momento, mundo afora. Por isso, é com muita alegria que publicamos matérias de bandas fora do radar e que são poucos conhecidas por aqui, mas que possuem um som de primeira. Além das que você citou, vale lembrar do Rival Sons, Graveyard, Torche e muitas outras. E o retorno positivo que recebemos do nosso público em relação a esses grupos mostra que sim, há espaço para essas e outras novas bandas aqui no Brasil, que só não conquistam um público maior por sua música não chegar a um número maior de pessoas.

Sobre as feiras de discos, elas resgatam uma sensação muito boa e que acabou se perdendo com o domínio do consumo de música online: o clima e o convívio com outros fãs, ouvintes e colecionadores que nos era proporcionado pelas lojas de discos. Eu sinto falta disso, e você também, como deixou claro. Muita gente nem sabe como era interessante passar horas e horas dentro de uma loja olhando os LPs, trocando informações e pegando dicas com os vendedores e com outros colecionadores que estavam por ali, em uma comunhão de amor e respeito à música. As feiras trazem isso de volta, e estão crescendo e se proliferando cada vez Brasil afora. Frequento a feira do vinil que acontece de tempos em tempos aqui em Florianópolis e a experiência é sempre gratificante. A ideia de divulgar esses eventos nos agrada bastante, e isso será feito não aqui no site, mas através de nossa página no Facebook - www.facebook.com/collectorsroom -, como já temos feito ocasionalmente. Aliás, curte a gente por lá que também vale a pena (rs).

No mais, é isso: vamos todos seguindo tendo a música como elemento importante de nossas vidas. O fato de não apenas ouvir um disco, mas pegá-lo na mão, tocar a sua capa e sentir o seu cheiro e textura é uma das experiências mais legais de todo esse processo. Não deixar tudo isso se perder com o tempo faz toda a diferença, e nós acreditamos nisso.

Obrigado pela mensagem e pelo apoio, e continue com a gente. (Ricardo Seelig)

Comentários

  1. Olá, Ricardo.

    Apesar de ser um veterano em termos de rock'n'roll, sempre acesso o Collectors Room. Aprecio principalmente os bon toque sobre o que anda rolando de novo or aí. O Orphaned Land, por exemplo, conheci por aqui. E o Adrenaline Mob e várias outras bandas...Sou colecionador também, e tenho saudade de como compartilhavamos músicas há uns anos atrás. Um amigo chegava com um LP e todos se reuniam para ouví-lo, é claro, com as fitas K7 preparadas. Não gosto do "compartilhamento" individual de hoje em dia, cada um com seu MP3, acho, me desculpem quem discordar, uma alienação. Música é feita para ouvir "juntos". Mas temos que entender e adaptar aos "novos tempos", mas sem perder a essência do que somos.

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  2. Obrigado pela resposta Ricardo. Continue com o excelente e viciante trabalho. Deixo também meu agradecimento a toda equipe Collectors. "Música mais do que tudo" (Golpe de Estado).

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  3. Parabens Ricardo pela materia , sou um apaixonado em musica e não abro mão de comprar disco em loja fisica, trocar um idea com outros colecionadores e vendedores e vou passar a seguir a collectors room em busca de novas bandas.

    Att
    João neto

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