Billy Gibbons and The BFG’s - Perfectamundo (2015)


Existem várias formas de criar um disco. Ele pode ser concebido como uma manifestação artística que busca estabelecer novos parâmetros para o estilo em que está inserido. Pode ser um objeto de experimentação, mostrando o artista explorando novos caminhos. Ou pode ser, simplesmente, um trabalho despretencioso, reunindo amigos em uma grande diversão.

É justamente nessa última opção que se deve colocar Perfectamundo, o primeiro álbum solo de Billy Gibbons, vocalista e guitarrista do ZZ Top. Longe de Dusty Hill e Frank Beard, seus parceiros no trio texano, Gibbons reuniu um time de feras batizado como The BFG’s - o vocalista e baixista Alex Garza, o vocalista cubano Chino Pons, o tecladista argentino Martin Guigi e o baterista Greg Morrow - e veio com um trabalho leve, alto astral e apresentando um rock com tempero afro e cubano. Há muito balanço em todas as faixas, percussão comendo solta, grooves contagiantes. Tudo embalado com uma saudável sensação positiva.

O barbudão já faz parte da história do rock e sabe disso. Billy já deixou a sua marca no hard, no southern e no pop, e em Perfectamundo passa bem longe de tentar algo maior do que a pura diversão. Há até rap entre as faixas, mostrando o quanto Gibbons utilizou a oportunidade de gravar um disco solo para experimentar novas sensações sonoras.

Brincalhão, solto e com um ar de reunião de amigos, Perfectamundo é um álbum logicamente menor na trajetória de Billy Gibbons e não tem como ser comparado a nada que o ZZ Top gravou. No entanto, assim como existem várias formas de criar um álbum, há também diversas maneiras de analisar um disco. E, nesse sentido, o trabalho funciona de maneira agradável, revelando a criatividade, a inquietação e um pouco mais do lado pessoal de Gibbons.

Vale o play!

Comentários