Review: Alter Bridge - The Last Hero (2016)


Este é o primeiro CD do Alter Bridge que tenho na minha coleção. Recebi da Hellion Records, que lançou o disco aqui no Brasil. É o quarto álbum da banda e saiu lá fora em 2016. O vocalista é o Myles Kennedy, que conheci pelo trabalho que ele faz com o Slash nos discos solo do guitarrista do Guns N’ Roses. Gosto do timbre do Myles, e aqui ele canta pra caramba. O restante da banda todo mundo conhece, mesmo sem saber: tratam-se de Mark Tremonti (guitarra), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria), que fizeram um enorme sucesso em todo o mundo com o Creed entre o final dos anos 1990 e o início da década de 2000.

O som do Alter Bridge é um hard rock bem pesado, com destaque para as guitarras de Tremonti. O trabalho dele aqui não tem muito a ver com o que ele fez no Creed, já que as guitarras exploram riffs e andamentos bastante próximos ao heavy metal em diversos momentos, sempre utilizando timbres contemporâneos e com uma abordagem bem atual. O lado hard rock do Alter Bridge se manifesta muito pela onipresença de melodias e pelos refrãos, que sempre convidam o ouvinte a cantar junto. É pesado e acessível na medida certa, além de muito bem feito, com um exemplar trabalho de composição. Não à toa, a banda cresceu bastante em todo o mundo e esse disco em especial recebeu reviews muito positivos, além de se destacar nas paradas dos Estados Unidos e Inglaterra - oitavo e terceiro lugares, respectivamente.

Ao todo temos quatorze músicas, sendo que uma delas é bônus - “Last of Our Kind”. A produção, feita por Michael Baskette (Slash, Trivium) é muito boa, e ressalta a pegada moderna da banda. O peso é um destaque certo, e funciona muito bem em músicas como “The Other Side”, por exemplo. O contraste entre a agressividade das guitarras e a acessibilidade dos vocais de Myles é um dos trunfos da fórmula do Alter Bridge, e uma característica que a banda sabe explorar muito bem. A radiofônica e certeira “My Champion” é um exemplo perfeito disso.

É admirável a capacidade criativa do trio Tremonti, Marshall e Phillips, liderados pelo guitarrista, em conseguir se descolar do Creed (que muita gente critica, mas que vendeu milhões de discos e foi uma das maiores bandas do início dos anos 2000) e desenvolvendo uma nova sonoridade que traz pouquíssimas lembranças do passado.

Ainda que a duração e a quantidade de faixas soe um pouco excessiva, o Alter Bridge entregou um trabalho certeiro em The Last Hero. O disco é o álbum mais maduro do quarteto norte-americano e o passaporte perfeito para a banda crescer ainda mais mundo afora.

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