Review: XFEARS – The First (2021)


Apesar de veterana, a banda brasileira XFEARS chegou ao seu primeiro álbum apenas em 2021. Formada em 2002, encerrou as atividades em 2004 e só retornou em 2017, já com uma nova formação. Ao lado dos integrantes originais Gabriel Carvalho (vocal e teclado), Marcelo Monteiro (guitarra) e Gilmar Cazagrande (guitarra) estão o baixista Ricardo Roque e o baterista Douglas Polents. Foi esse time que gravou The First, primeiro disco do quinteto, lançado de forma independente.

O som do XFEARS é um prog metal contemporâneo que tem como referência principal o Dream Theater fase Images and Words (1992) e Awake (1994), além de ser influenciado também pelo Symphony X e pelo Queensrÿche em alguns momentos. As canções são mais diretas do que o habitual do metal progressivo, porém sem abrir mão do alto nível técnico. O trabalho nas linhas vocais torna o som mais acessível, como fica evidente na semi balada “I See”, ampliando assim o público potencial da banda.

Uma das principais características do quinteto está na ligação entre o teclado e as guitarras, criando melodias que remetem ao Dream Theater clássico da primeira metade dos anos 1990. O trabalho de baixo e bateria é sólido e criativo, enquanto os riffs não abrem mão do peso, resultando em um som que equilibra agressividade com momentos mais intrincados. Todos os músicos são muito bons, mas vale uma menção especial a Gabriel Carvalho, que se destaca tanto nos vocais quanto no teclado.

Outro ponto que merece ser comentado é a bela versão para “Believe in Nothing”, um dos grandes clássicos do Nevermore. O XFEARS homenageia uma das grandes bandas do metal dos anos 1990 e 2000 em uma releitura carregada de emoção e feeling, e que reconhece a enorme influência e impacto do Nevermore na cena.

Entras as canções, destaque para “Take Control”, “Hell is Here”, “I See” e “Prelude to Pain” (com excelentes passagens instrumentais). Vale mencionar o cuidado da banda com o CD, que vem em um belo digipack e traz encarte com todas as letras.

The First é uma estreia mais do que promissora. Um álbum sólido e muito prazeroso de ouvir, construído com canções cativantes que mostram uma banda pronta para um futuro pra lá de promissor.


Comentários

  1. Essa banda é boa! Conheci o trabalho deles através de vocês. Excelentes composições e tudo em seu devido lugar, sem exageros! Aguardando o segundo álbum dos caras!

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