Existe um ditado bastante conhecido que diz que não se deve julgar um livro pela capa. Infelizmente, ele não se aplica a Sacred Arts of Navigation, novo álbum da banda norte-americana Sunrunner. A arte da capa causa estranheza pelas escolhas estéticas e o conteúdo musical é, quando muito, apenas mediano.
O Sunrunner foi formado em 2008 e estreou em 2011 com Eyes of the Master, que foi seguido por Time in Stone (2013), Heliodromus (2016) e Ancient Arts of Survival (2018). Sacred Arts of Navigation dá sequência na discografia do quarteto formado por Bruno Neves (o vocalista brasileiro faz a sua estreia nesse álbum), Joe Martignetti (guitarra), David Joy (baixo) e Ted MacInnes (bateria). A sonoridade do disco prejudica o trabalho, com timbres fracos e abafados, e é possível entender a origem disso quando vemos que tudo foi gravado em 2020, no auge da pandemia, com os instrumentos sendo registrados em um estúdio e os vocais em outro. No entanto, faltou um trabalho melhor de mixagem em todo o álbum, cuja produção foi assinada por Marcus Jidell, guitarrista do Avatarium e que possui em seu portfólio álbuns de bandas como Soen e Candlemass.
Musicalmente, o que temos é um disco que equilibra elementos de metal tradicional com passagens mais progs. O que falta ao Sunrunner é uma dose maior de originalidade, pois a maioria das onze canções soa genérica em demasia, com melodias de guitarra e andamentos que são familiares a qualquer pessoa que acompanha a cena do metal há alguns anos. Pra não dizer que nada se salva, “Where Is My Home” é redondinha do início ao fim e conquista pelas melodias e refrão forte, enquanto a instrumental acústica “Acadia Morning Ride” poderia fazer parte do catálogo de um violeiro brasileiro como Almir Sater.
A edição vem em um digipack com excelente acabamento e encarte de 12 páginas com todas as letras, com o CD sendo lançado pela gravadora alemã Fastball Music.
Indicado apenas para fãs de um heavy metal com pegada oitentista e ecos de NWOBHM.
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