10 das capas mais polêmicas do rock


Rock e polêmica sempre andaram juntos, e não só na música. Há centenas de casos de capas de discos que geraram discussão, e pelos mais diversos assuntos. Abaixo estão dez exemplos:


The Black Crowes – Amorica (1994)

A imagem dos pelos pubianos em close que estampa a capa do terceiro álbum do Black Crowes, o ótimo Amorica, foi retirada da edição comemorativa do bicentenário da independência dos Estados Unidos da revista Hustler, publicada em julho de 1976 por uma das mais tradicionais revistas adultas do país. 



Ainda que a capa original, que foca em uma mulher usando uma tanga sensual com a bandeira dos EUA e os pelos vazando para fora, tenha realmente chegado às lojas, as grandes redes do país exigiram – e conseguiram – que uma versão alternativa fosse produzida. O resultado é que o disco acabou ficando com duas capas diferentes: a original e uma mais clean que mostra apenas o triângulo com a bandeira dos EUA sobre a genital feminina.



Blind Faith - Blind Faith (1969)

O primeiro e único álbum do supergrupo Blind Faith, formado por Eric Clapton, Steve Winwood, Ric Grech e Ginger Baker, traz uma garota de 11 anos fazendo topless e segurando um objeto fálico. A imagem, feita pelo fotógrafo Bob Seidemann, pretendia simbolizar a força da criatividade humana no verão em que o homem chegou à lua, mas em vez disso causou um enorme e justificado furor. Para a edição americana, a imagem foi substituída por uma foto da banda.


The Jimi Hendrix Experience - Electric Ladyland (1968)

A edição original inglesa do terceiro disco de Jimi Hendrix traz dezenove mulheres nuas, com algumas delas segurando os álbuns anteriores do Experience. Ela foi alterada para o mercado norte-americano após Jimi declarar o seu descontentamento, e em seu lugar o álbum passou a ter em sua capa uma imagem borrada de Hendrix no palco, feita em 1967. 



A ideia original que o próprio guitarrista apresentou para a gravadora era a de usar uma foto feita por Linda Eastman, então ainda namorada de Paul McCartney e que mais tarde se casaria com o Beatle e ficaria conhecida como Linda McCartney. A imagem clicada por Linda mostrava duas crianças, uma branca e outra negra, junto com o Hendrix, Noel Redding e Mitch Mitchell, sentados em torno da escultura de Alice no País das Maravilhas presente no Central Park, em Nova York. A gravadora, no entanto, não gostou da foto por considerar que ela não “venderia discos”, e decidiu trocar pela imagem com as mulheres nuas. Essa capa original estamparia, mais tarde, algumas edições do álbum.


Megadeth – Youthanasia (1994)

Com base no conceito de que a sociedade estava sacrificando seus jovens, a capa do sexto álbum do Megadeth retrata uma mulher idosa pendurando bebês pelos pés em um varal. O título, que associa a palavra “youth” (juventude) à eutanásia - prática que permite que um paciente em estado terminal ou que sofra de uma doença incurável tenha uma morte assistida por profissionais -, não deixa dúvidas sobre a mensagem que a banda quis transmitir.



Slayer - Christ Illusion (2006)

Uma das capas mais perturbadoras do Slayer, pródigo em estampar imagens chocantes em seus discos. Aqui temos a figura de Jesus em péssimo estado e lembrando um viciado, cercado por partes de corpos desmembrados. 

A ideia da banda era questionar o papel das religiões no terrorismo, assunto que ganhou proporção gigantesca após o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Foi preciso criar uma capa alternativa para apaziguar os varejistas, que se recusaram a estocar a versão original.


Rage Against the Machine – Rage Against the Machine (1992)

Para o seu disco de estreia, o Rage Against the Machine escolheu uma imagem que incorporasse e transmitisse de forma clara o nome e o conceito da banda. 

Eles selecionaram a foto chocante, e bastante conhecida, do monge budista Thích Quảng Đức, registrada pelo fotógrafo norte-americano Malcolm Browne em Saigon, em 1963. O monge ateou fogo no próprio corpo em protesto contra a perseguição aos budistas realizada pelo governo sul-vietnamita.


Red Hot Chili Peppers – Mother’s Milk (1989)

O disco que apresentou a formação clássica do Red Hot Chili Peppers – Anthony Kiedis, John Frusciante, Flea e Chad Smith – teve a sua capa bastante criticada. 

Mother's Milk apresenta uma fotografia em preto e branco da modelo Dawn Alane, que declarou não ter sido avisada que a imagem seria utilizada no disco. Com uma rosa colocada sobre seu mamilo esquerdo e o vocalista Anthony Kiedis sobre o direito, o resto da banda foi posicionada em seus braços. Alguns lojistas acharam a capa machista e alterações foram feitas para aumentar o tamanho dos músicos e mostrar menos a pele de Alane.



Bon Jovi - Slippery When Wet (1986)

A capa original de Slippery When Wet, terceiro álbum do Bon Jovi, foi substituída em cima da hora pela que conhecemos. Para evitar polêmica e boicote das redes de varejo, a banda trocou a imagem original, que trazia uma foto tipo Playboy de uma modelo usando uma camiseta molhada com o título do álbum colada ao corpo. 

Até mesmo os músicos admitiram que essa capa, que foi lançada mais tarde em edições japonesas, foi um erro.


Whitesnake - Come On Get It (1981)

Conhecido pelas letras repletas de temas sexuais e por se autoproclamar um amante requisitado, David Coverdale, vocalista e dono do Whitesnake, foi além na capa do quarto álbum de sua banda. 

A imagem traz uma cobra, símbolo do grupo, presa dentro de uma maçã translúcida, com a composição remetendo a Adão e Eva e o conceito de tentação e sedução. O detalhe é que a língua da cobra tem uma nada sutil imagem de uma vagina.



Aerosmith - Nine Lives (1997)

Nine Lives, lançado pelo Aerosmith em 1997, enfureceu os hindus por retratar Lord Krishna com seios, vestindo trajes femininos e com uma cabeça de gata no lugar da cabeça original da divindade, enquanto dançava em cima do demônio em forma de cobra conhecido como Kāliyā. 

Desconhecendo a origem da arte e o seu simbolismo negativo, a banda e a gravadora pediram desculpas e trocaram a capa pela imagem amplamente conhecida do gato em um alvo de dardos.


Comentários

  1. A do Blind Faith e do Slayer não são polêmicas, são de um profundo mal gosto.

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