O Bruce Dickinson que não é aquele Bruce Dickinson


Quem lê com atenção os créditos do álbum No More Tears, de Ozzy Osbourne, se surpreenderá com Bruce Dickinson sendo creditado como produtor executivo. Seu nome aparece também nos créditos de discos de artistas como Cheap Trick, Nina Hagen, The Outfield, Men At Work, Ted Nugent, Peter Tosh, The Clash, Soul Asylum, Cyndi Lauper, Toto, Blue Öyster Cult, Jeff Beck, Patti Smith e muitos outros. Quer dizer então que, não satisfeito em ser vocalista do Iron Maiden, piloto de avião, escritor, palestrante e exercer inúmeras outras atividades, Bruce também colaborou com todos esses artistas?

A resposta é sim, e também não. Bruce Dickinson trabalhou com todos os nomes citados, mas não o Bruce Dickinson que conhecemos. Existe um outro Bruce Dickinson com um longo currículo na indústria musical, homônimo ao frontman do Iron Maiden. Ele foi um executivo da Columbia Records, exerceu o cargo de Vice-Presidente de A&R da MCA entre 1988 e 1993 e, a partir de 1995, foi produtor da Sony Music. Atualmente aposentado, Bruce Dickinson trabalhou durante mais de vinte anos na indústria musical exercendo atividades como marketing, desenvolvimento de projetos, consultoria na aquisição e avaliação de catálogos, pesquisa de arquivo e supervisão de masterização, mixagem e edição.

Esse Bruce Dickinson começou a sua carreira como diretor musical da rádio da universidade que frequentou e foi, durante muitos anos, um assíduo cliente da Harvard Coop, loja de discos localizada em Cambridge, no Massachusetts. Sua carreira na indústria fonográfica teve início quando foi contratado pela filial de Boston da CBS Records, durante os anos 1970. A experiência o levou para a Columbia, onde assumiu como Diretor de Marketing e Desenvolvimento Artístico, tendo como base o escritório de Nova York, onde supervisionou as estratégias de marketing e promoção de artistas do porte de Paul McCartney, Bob Dylan, Miles Davis e Billy Joel. Dickinson foi um dos responsáveis pela criação do box Biograph, lançado em novembro de 1985, que compilou a obra de Dylan e foi o primeiro box a passar a limpo a carreira de um artista, tornando-se o modelo para os lançamentos da indústria de box sets desde então. Bruce também foi fundamental para o lançamento do Men At Work e do Midnight Oil no mercado americano, tornando as duas bandas australianas extremamente conhecidas e fenômenos de vendas. Seu currículo inclui outros nomes de sucesso gigantescos como Julio Iglesias, Billy Idol, Bobby McFerrin, Red Hot Chili Peppers e Meat Loaf, sendo o principal executivo responsável pelo planejamento extremamente bem sucedido de Bat Out of Hell II (1993), que vendeu mais de 15 milhões de cópias.

Segundo dados da página pessoal de Dickinson no Linkedin, ele mora atualmente em Nova York e tem como principal hobby a pesca.

Agora, você já sabe: na próxima vez que encontrar o nome de Bruce Dickinson nos créditos de um álbum, é muito provável que ele não seja o vocalista do Iron Maiden.

Comentários