O EP Beyond Magnetic foi lançado digitalmente em 13 de dezembro de 2011 como uma surpresa para os fãs do Metallica. Composto por quatro faixas, o material foi originalmente gravado durante as sessões de Death Magnetic (2008), mas acabou ficando de fora da versão final do álbum. Posteriormente, em 30 de janeiro de 2012, o EP recebeu um lançamento físico.
Lançado durante as celebrações do 30º aniversário da banda
no Fillmore, em São Francisco, Beyond Magnetic chegou como um presente
especial para os fãs. As músicas funcionam como uma ponte entre o Metallica do
final dos anos 2000 e seu desejo de resgatar as raízes do thrash metal,
especialmente após a recepção negativa de St. Anger (2003). As faixas
foram divulgadas gradualmente nos shows comemorativos, recebendo uma recepção
positiva, o que incentivou a banda a lançá-las oficialmente em formato digital
e, posteriormente, físico.
Um dos destaques do EP, "Hate Train" abre com um riff intenso e direto, remetendo ao estilo clássico da banda. A faixa carrega uma pegada agressiva, lembrando composições como "Fuel" e "Broken, Beat & Scarred". O refrão melódico e os solos bem trabalhados mostram que essa música poderia facilmente ter entrado em Death Magnetic.
Com uma estrutura progressiva e mudanças de dinâmica, "Just
a Bullet Away" se destaca pelo peso e complexidade. O riff inicial remete
ao Metallica dos anos 1990, mas a transição para partes mais melódicas adiciona
profundidade à composição. A ponte instrumental cria uma atmosfera envolvente
antes de retornar à agressividade característica.
"Hell and Back" apresenta um andamento mais
cadenciado e um groove marcante, lembrando músicas dos álbuns Load e Reload.
A letra parece explorar a luta interna de James Hetfield contra seus demônios
pessoais, uma temática recorrente em sua composição. O refrão forte e a
construção melódica tornam essa uma das faixas mais memoráveis do EP.
"Rebel of Babylon", é um
verdadeiro épico moderno do Metallica. Com uma introdução sombria e riffs bem
trabalhados, a música mistura elementos do thrash e do metal progressivo. A
letra enigmática e o instrumental intenso fazem dela um encerramento digno para
Beyond Magnetic.
O EP mantém a identidade sonora de Death Magnetic,
com riffs pesados, solos bem estruturados e uma abordagem mais orgânica na
produção. No entanto, algumas críticas foram direcionadas à mixagem, que segue
a tendência do álbum principal, com um volume excessivamente alto e pouca
dinâmica sonora.
No geral, Beyond Magnetic é um presente valioso para
os fãs que queriam mais do Death Magnetic. Embora essas músicas não
tenham entrado no álbum original, elas não são meros descartes e demonstram que
o Metallica ainda tinha material de qualidade guardado. Para os admiradores da
fase mais agressiva e técnica da banda, esse EP é uma audição altamente recomendada,
oferecendo um vislumbre de um Metallica renovado, equilibrando a velocidade do
thrash metal com composições mais maduras.
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