Matando Güeros, lançado em 1993, marca a estreia da banda mexicano-americana de grindcore e death metal Brujeria. O álbum tornou-se um ícone do underground pela sua agressividade sonora e pelo conteúdo lírico provocativo e polêmico. O título, que significa "matando brancos", é intencionalmente incendiário, representando a resistência de minorias marginalizadas contra o colonialismo, racismo e exploração. Apesar de sua abordagem extrema, as letras funcionam como um grito de revolta contra opressões históricas, com um foco particular nas tensões entre México e Estados Unidos. A obra gerou controvérsia ao abordar temas explícitos como violência, narcotráfico e confrontos raciais, desafiando normas culturais e sociais.
Musicalmente, o álbum é uma explosão de brutalidade e intensidade. Os riffs de guitarra são rápidos e pesados, acompanhados por linhas de baixo densas, blast beats insanos e vocais guturais carregados de raiva e, em muitos momentos, extremamente teatrais através de trechos declamados pelos vocalistas. A produção propositalmente crua amplifica a atmosfera visceral e agressiva. Embora o grindcore domine a essência do som, elementos de death metal e punk acrescentam variedade ao caos sonoro, tornando o disco dinâmico dentro do extremismo musical.
As letras, alternando entre espanhol e inglês, conectam públicos de diferentes culturas e destacam a identidade binacional da banda. O conteúdo explora temas como vingança, violência, tráfico de drogas e satanismo, frequentemente com humor negro. Para intensificar o impacto narrativo, os músicos da banda assumem personas fictícias de traficantes, sempre escondendo seus rostos, uma sátira crítica ao imaginário coletivo sobre o narcotráfico e a violência na fronteira.
Algumas canções se tornaram verdadeiros hinos do gênero. A faixa-título, "Matando Güeros", encapsula a essência provocativa do trabalho, com riffs esmagadores e vocais incendiários. "Molestando Niños Muertos" causa impacto ao usar o absurdo como forma de questionar convenções sociais. Já "Narcos-Satánicos" combina temas de violência e espiritualidade macabra, refletindo o universo sombrio do narcotráfico.
A capa, que exibe uma cabeça decapitada, tornou-se um símbolo do estilo brutal e irreverente da Brujeria, apesar de gerar censura e controvérsia. Mais do que um artifício visual, ela reforça a essência transgressora do álbum e da própria banda.
Aclamado quase que instantaneamente pelos fãs de grindcore e death metal, Matando Güeros também chocou o público mainstream por sua abordagem explícita e sem concessões. O álbum funciona como uma declaração artística que força os ouvintes a confrontar tabus sociais e culturais. Sua abordagem extrema e provocativa solidifica seu lugar como uma obra singular e marcante na história da música extrema.
Matando Güeros havia sido lançado apenas em LP no Brasil, em 1993, pela Roadrunner. A edição em CD chegou só em 2024, através da Wikimetal, em uma versão com luva protetora e em encarte de oito páginas com todas as letras.
A parte o aspecto satírico da empreitada, o vocal mais demoníaco de todos, de pôr medo até na rapaziada norueguesa! E que musicas fodasticas!
ResponderExcluirEu tenho o CD do matando gueros e do raza odiada desde 1997. A informação está errada.
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