Slide It In (1984), o álbum que transformou o Whitesnake


Slide It In
marca um ponto crucial na trajetória do Whitesnake, sendo um disco de transição entre o hard rock/blues britânico que a banda fazia nos anos 1970 e o som mais polido e comercial que os tornaria superstars no final dos anos 1980.

Lançado na Europa em 20 de janeiro 1984 e na América do Norte em 16 de abril do mesmo ano, Slide It In foi o sexto álbum da banda, e sua produção teve duas versões. A versão original britânica foi produzida por Martin Birch, conhecido por seu trabalho com o Deep Purple e o Iron Maiden. Essa versão tem um som mais cru e com um peso mais puxado para o blues.

Após assinar com a Geffen Records, o álbum foi remixado para o mercado dos EUA, com John Kalodner supervisionando a mixagem e adicionando novas gravações de guitarra e baixo. Isso tornou o som mais limpo, com mais peso e aproximando o som do hard rock típico dos anos 1980. Essa mudança foi parte da estratégia do vocalista David Coverdale para fazer a banda conquistar o público americano, algo que daria frutos com o sucesso massivo do álbum Whitesnake (1987).

A fase de transição refletiu na formação do grupo, que passou por mudanças antes e depois das gravações. A versão original britânica tem David Coverdale nos vocais, Micky Moody (que saiu logo após o lançamento do disco na Inglaterra) e Mel Galley nas guitarras, Colin Hodgkinson no baixo, Jon Lord nos teclados (em seu último disco com o Whitesnake, pois ele retornaria para o Deep Purple justamente em 1984, com o lançamento de Perfect Strangers) e Cozy Powell na bateria. Já a versão norte-americana traz Neil Murray no baixo, no lugar de Hodgkinson, e gravações adicionais de guitarra feitas por John Sykes (ex-Thin Lizzy), contribuindo para o som mais agressivo e comercial.


Entre as músicas, destaque para “Slide It In”, canção que dá nome ao álbum e traz um riff marcante e uma letra carregada de duplo sentido, marca registrada do Whitesnake. “Slow an’ Easy” foi um dos maiores sucessos do disco, com uma pegada bluesy e um groove irresistível, e que aproxima o som do Whitesnake do Led Zeppelin, influência inegável de David Coverdale. “Love Ain’t No Stranger” se transformou em um clássico atemporal e é uma balada forte e emocional, mostrando o lado melódico e épico da banda. “Guilty of Love” é um hard rock direto e enérgico, já antecipando o estilo que a banda adotaria no disco seguinte. Já “Standing in the Shadow” é uma canção envolvente e com um ótimo trabalho de guitarra, enquanto “Spit It Out” é outra faixa com uma letra cheia de insinuações, mas com um instrumental forte e cativante.

Slide It In foi o primeiro álbum do Whitesnake a ter real impacto nos Estados Unidos, vendendo bem e preparando o caminho para o sucesso estrondoso de Whitesnake (1987). Ele conseguiu certificação dupla platina nos EUA com mais de 4 milhões de cópias vendidas no país e mostrou o potencial da banda para competir com outros gigantes do hard rock oitentista, como Van Halen, Def Leppard e Mötley Crüe. O álbum é uma peça essencial para entender a evolução da banda, equilibrando seu passado bluesy com o som mais comercial que viria depois. Hoje, Slide It In é considerado um dos grandes discos do Whitesnake e do hard rock dos anos 1980.

Se você gosta de um hard cheio de riffs, refrões marcantes e aquela pegada sensual e poderosa característica do Whitesnake, Slide It In é uma audição obrigatória. É o álbum onde a banda começa a transição para sua fase de maior sucesso, sem perder sua essência original.


Comentários

  1. ótimo album mas, como de costume no caso de david coverdale, com uma das piores, senão a pior, letra da historia do rock, a "pérola" spit it out, poucas vezes li tanto mal gosto e escatologia juntos numa peça musical

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A versão europeia é espetacular, um disco de blues atualizado para a, na época, contemporaneidade...Slide It In desce tão redondo que dá até para relevar as afetações "caubyxoteanas" do Coverdale.

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