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Por Eduardo Nasi
Colecionador de HqsUniverso HQ
Red Rocket 7 é um roqueiro de sucesso, com shows esgotados e groupies disputando espaço no camarim. Mas, por trás da fama, se esconde um clone de um alienígena perseguido pelos vilões cósmicos Enfinitos. Junto com seus irmãos e uma jornalista da revista musical Throb, Red Rocket 7 vai reviver sua história na Terra - que começou quando Little Richard criou o rock e inclui encontros com Elvis, Beatles, Stones, The Who, David Bowie e outros.
Red Rocket 7 é um petardo sonoro em forma de HQ produzido por um Mike Allred no melhor de sua forma. O álbum consegue sintetizar o que o artista norte-americano tem de melhor, tanto no texto quanto na arte.
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No texto, aparece o mundaréu de referências. É uma viagem à história do rock sim, mas também à mente pop de Allred. A música se cruza com conspirações alienígenas. Com tanto nonsense, às vezes o álbum dá a impressão de que a trama está enrolada, dando voltas em si mesma. Mas a ideia é essa mesmo.
Em alguns momentos, o roteiro serve apenas para dar espaço aos fenomenais delírios visuais da arte de Allred, que retrata alguns dos maiores roqueiros de todos os tempos em seu estilo de linhas precisas e grossas - que brilha com as cores de sua esposa, Laura. O resultado é incrível: alguns artistas parecem ter surgido só para serem desenhados por Allred. Seu Bowie, por exemplo, é antológico.
Mais uma vez, a Devir Editora apresenta uma edição fabulosa de um álbum que pouca gente poderia acreditar que sairia no Brasil. O trabalho gráfico é belíssimo: um livro em formato 25,5x25,5 centímetros, remetendo ao formato das capas dos antigos vinis que moldaram a própria história do rock.
Na abertura, há uma introdução do diretor de cinema Robert Rodriguez (El Mariachi, Sin City). No final, há um belo caderno de extras, com pin-ups, capas originais, desenhos inéditos e biografias de Allred, de sua esposa e de grandes astros do rock (e, bem ... o que mesmo o Dire Straits está fazendo por lá?).
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A edição, é uma pena, traz alguns tropeços. Na tradução, há termos que ficaram em inglês sem nem mesmo uma nota dizendo o significado em português. É o caso dos títulos dos capítulos, que fazem referências a músicas conhecidas, mas que o leitor que compra uma versão não tem obrigação de saber. Outro exemplo é o nome da revista Throb, que significa "ritmo", "pulsação". Em compensação, algumas referências acabaram se perdendo: "homem ou homem do espaço" nada mais é do que uma brincadeira com a banda Man or Astroman.
Também há alguns erros de português e digitação nos textos dos extras. Mais uma vez, a Devir grafa "mini-série" quando o correto é "minissérie" - o mesmo erro já tinha aparecido na contracapa do álbum Umbra.
Os erros, apesar de tudo, estão longe de comprometer o belo trabalho de Allred. A edição da Devir ficou belíssima, e se soma a outros excelentes álbuns publicados pela casa ao longo deste ano.
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