Top 2013 Collectors Room: os melhores do ano segundo Júlio Marcondes, da rádio Shock Box

Júlio Marcondes é fundador e diretor de programação da rádio Shock Box, uma das mais populares web rádios brasileiras dedicadas ao hard rock e ao heavy metal. Na verdade, o Júlio é a própria rádio, em um caso clássico onde o criador se confunde com a criatura. Abaixo, os melhores do ano na sua opinião:

Eu nunca gostei de fazer lista sobre os melhores do ano, pois acredito que cada um tem a sua escolha e tem seu momento para curtir ou não um lançamento, porém desta vez resolvi aceitar o convite e fazer a minha. Acredito que seja algo totalmente pessoal e previsível, porém fiz com aquilo que senti ao ouvir cada um destes 10 álbuns. O importante disso é curtir e com certeza discordar da minha opinião, pois gosto cada um tem o seu e esse é o meu. Valeu!

Carcass – Surgical Steel

Não esperava nada deste álbum, para mim Heartwork é insuperável, porém este novo lançamento do Carcass mostrou que está no mesmo nível, já que o  trabalho de guitarra é fantástico, a produção é referência para futuros lançamentos do estilo, o vocal e letras casam perfeitamente. Eu fiquei dois meses ouvindo este disco todos os dias, é um álbum que cresce a cada audição! O meu melhor álbum de 2013, sem dúvidas.

Black Sabbath – 13

Muita gente não tem noção da importância do Black Sabbath para o rock pesado e acabam falando besteira sobre a banda e sobre este álbum. Aqui estão reunidos Ozzy, Iommi e Geezer, e só isso vale o disco, porém 13 é digno de um lançamento da banda e fecha o ciclo de forma honrosa. Eu curti tudo este álbum, até a produção do Rick Rubin, que tentou recriar o mesmo clima do primeiro disco.

Ghost – Infestissumam

Tudo é exagerado nesta banda. Não são o novo Kiss, estão longe de ser a coisa mais original do mundo, sua música é estranha, existe um marketing gigante por trás, mas tudo que o Ghost fez neste segundo álbum é maravilhosamente fantástico, é a banda que eu queria ter! Se vão mudar o mundo, não tenho certeza não, mas eu vou ouvir este disco por muitos anos. O EP de covers, If You Have Ghost, também poderia estar nesta lista.

James LaBrie – Impermanent Resonance

Sou muito fã do Dream Theater, adoro tudo que a banda faz, porém aqui o James fez algo dele, com o seu sentimento. E desde o álbum anterior o vocalista e a banda criaram uma música coesa, pesada e cativante. O contraste de voz ficou muito bom, instrumental poderoso e produção moderna e cheia.

Kreator – Dying Alive

Outra banda que eu curto muito, porém este novo álbum ao vivo mostra perfeitamente o que é um show do grupo. Setlist perfeito, gravação maravilhosa, tudo cristalino, muito peso e técnica absurda dos músicos e a plateia vibrando a cada música. Se tem ou não ajustes no estúdio, não sei e nem me interessa, porque na minha opinião é um dos grandes álbuns ao vivo em muitos anos de thrash metal!

Motörhead – Aftershock

O Motörhead faz o mesmo disco faz tempo, com poucas alterações, e a banda pode fazer isso, pois é quem é. Porém, neste álbum eu senti uma banda mais preocupada com o acabamento das músicas, com uma produção afiada. Enfim, é o álbum mais bem cuidado do trio em muitos anos, e tudo que você espera está lá, então é perfeito!

Dream Theater – Dream Theater

Relutei muito para colocar este álbum na minha lista, pois como sou muito fã da banda eu achei que estava usando mais a emoção do que a razão, porém analisando criteriosamente, o Dream Theater fez um ótimo trabalho, usou todo o seu enorme acervo de recursos e criou um disco cativante, que parece uma trilha sonora com ótimas músicas e mostrou que realmente existe vida sem o Portnoy. Eu só não curti a capa, achei fraca demais, poderiam usar a contracapa como capa, ficaria ótimo. Só não leva 10 pela capa!

Deventter – Empty Set

Terceiro álbum desta ótima banda brasileira. Nnos dois primeiros discos o Deventter apostou num prog metal bem complexo e cheio de técnica, neste álbum também, porém de forma diferente, usaram a complexidade e a técnica para fazer algo simples, de extremo bom gosto, onde sobressai o vocal e as ótimas letras. Os timbres dos instrumentos são perfeitos. Na minha opinião um álbum único em termos de Brasil e até mesmo dentro do estilo.

Dark Avenger – Tales of Avalon: The Lament

Este disco estava pronto faz algum tempo, porém devido a problemas além música só saiu agora e felizmente saiu, pois é um álbum soberbo, muito bem gravado, cantando e composto. Algumas músicas são obras de artes em acordes. Exemplo disso é a balada “Can You Feel It?”, só o coro das crianças já vale o álbum, mas essa última, e melhor, parte da trilogia mostra muito mais. Eu tive a felicidade de ouvir esse álbum muito tempo antes de sair oficialmente e pensava comigo: “Se não lançarem esse álbum eu vou lançar de alguma forma, pois o mundo tem que ouvir isso”. Sorte que saiu!

King of Bones – We Are the Law

O primeiro álbum desta banda brasileira já nasceu clássico! Tem tudo que um clássico é obrigado a ter: músicas que podem ser cantadas do começo ao fim, ótimos músicos e um vocalista acima de média, tudo isso temperado com ótimas ideias e uma produção de alto nível. É só colocar para rolar e bater a cabeça sem parar num heavy metal com uma pegada anos 80, mas num contexto moderno. King of Bones tem tudo para ser uma banda reconhecida e cultuada fora do Brasil!