Review: Denner / Shermann - Masters of Evil (2016)



Masters of Evil é um presente para os fãs do Mercyful Fate. O álbum é o primeiro full-length da dupla Hank Shermann e Michael Denner, ambos ex-guitarristas da lendária banda dinamarquesa. A parceria entre os dois músicos foi responsável pela criação de uma das marcas registradas do Mercyful Fate: as melodias de guitarra contagiantes, sempre presentes nas canções e que contrastavam com as letras repletas de histórias de terror escritas por King Diamond.

Devo dizer que nunca fui muito fã do MF. Reconheço com sobras a influência dos caras na história e na evolução do metal, mas nunca consegui digerir os vocais de Diamond, com aqueles agudos que sempre soaram exagerados e desnecessários aos meus ouvidos. Opiniões à parte, este é um aspecto que não se repete em Masters of Evil (o CD é o sucessor do EP Satan’s Tomb, disponibilizado em 2015). 

Tendo o norte-americano Sean Peck (ex-Cage) nos vocais (o baixista Marc Grabowski e o baterista Snowy Shaw completam o time), o Denner / Shermann consegue agradar os orfãos de Diamond e também quem nunca foi muito fã dos seus característicos vocais. Peck canta de uma forma mais agressiva, encaixando alguns agudos aqui e ali, como que marcando território e mostrando do que á capaz. Liricamente, escreve letras que não fogem muito da temática habitual de King Diamond, situando as canções no já conhecido terreno das histórias de terror.

Musicalmente, Michael Denner e Hank Shermann entregam a sonoridade em que se tornaram mestres: agressiva e pesada, sempre adornada por melodias que tornam tudo ainda mais macabro e assustador. De maneira geral, Masters of Evil é um consistente trabalho de heavy metal tradicional lançado em pleno 2016, o que, convenhamos, não é uma tarefa das mais fáceis de se conseguir. 



Com uma formação experiente e com apetite para provar que ainda tem muito o que mostrar, o Denner / Shermann está sendo justamente aclamado pela imprensa especializada (9/10 na RockHard, 5/5 no Skulls ’n Bones e 9/10 no Metalized). Destaque para a faixa de abertura, para a excelente “The Wolf Feeds at Night” (com grande influência da carreira solo de Ozzy nos anos 1980) e para a dobradinha final, com as ótimas “The Baroness” e “Servants of Dagon”.

O disco acabou de sair lá fora (chegou às lojas dia 24 de junho) e também ganhará edição nacional. No Brasil, Masters of Evil será disponibilizado pela Abigail Records, nova gravadora especializada em metal que está chegando ao mercado.

Se você é fã de Mercyful Fate e de metal tradicional, Masters of Evil irá agradar em cheio seus ouvidos.

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