Show de Wander Wildner é interrompido após declarações machistas e racistas do músico


O show realizado por Wander Wildner neste final de semana em São Paulo foi marcado por uma polêmica envolvendo declarações machistas e racistas do músico gaúcho, dono de extensa carreira solo e ex-vocalista da banda punk Os Replicantes.

Durante a apresentação no bar Fatiado Discos & Cervejas Especiais, na Pompeia, segundo relatos da produção do show e das pessoas presentes Wildner foi ao microfone e soltou “já que nenhuma vadia me traz uma cerveja”, descontente com a demora para a bebida chegar até o palco. Além disso, teria também preferido declarações racistas. O fato levou a produção do evento a desligar o microfone de Wildner e cancelar imediatamente a apresentação.

Tanto a Fatiado Discos quanto Wander Wildner soltaram declarações em suas redes sociais sobre o ocorrido. No entanto, a “defesa" de Wildner, informando que as frases fazem parte do seu show, não convence. Para um músico que vem de uma banda punk e sempre teve um discurso de contestação em relação ao sistema, as palavras de Wander soam no mínimo estranhas. E, na boa, em pleno 2017 supostamente inserir frases machistas e racistas no roteiro de um show de rock mostra uma assustadora desconexão e falta de percepção da realidade.

Abaixo estão os comunicados da Fatiado Discos e de Wander Wildner sobre os incidentes:







Comentários

  1. É o que sempre digo da necessidade de se recontextualizar sobre determinados temas porque a sociedade mesmo apodrecida tem outro perfil.
    Mas quem contrata punk deveria esperar essa irreverente postura.

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  2. hahahah amigão acima, acho q você devia se informar mais sobre o punk.

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  3. Contratar o Wander e esperar rosas é no mínimo ridículo , vc viu o conteúdo de suas letras antes de contratar o artista , tentar queimar a imagem do cara é sacanagem , vc deveria saber tudo antes ... Viva Wander !!!

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  4. O amigo que disse que quem contrata punk tem que esperar tal irreverência está tão errado quanto o Wander !!!!

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  5. Quando estamos bebados, falamos a verdade sobre quem somos.

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  6. Não entendi o comentário sobre as letras do Wander. Ele escreve xingamentos machistas e racistas em suas canções, é isso que o rapaz quis dizer no comentário acima?

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  7. Empresario e artista nao fazem briefing antes do show?!..achei que faziam.

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  8. Ser punk hoje em dia é ser contra o politicamente correto, que geração mimimi mais merda de todos os tempos.

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    1. Ou talvez vocês simplesmente sejam apoiadores de racistas e sexistas. Já parou pra pensar que politicamente correto não existe?

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  9. Rockers nutella, vão tomar nescau na casa da vovó seus arrombados de merda!

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  10. um relato de alguém que estava lá:
    "Por Mauro Garcia Dahmer:
    Eu estava lá e a história foi mais ou menos assim: O show estava marcado para as 19h00. O Wander chegou às 18h30 e a casa estava lotada. Não havia técnico de som e o equipamento não estava montado. O Wander começou ele mesmo a montar tudo e o show começou pontualmente às sete da noite. Às sete e meia chegou o Alan (dono da casa) e surpreso perguntou "já começou?". O som da casa é ruim e começou a apitar e foi apitando até a última música com várias paradas e mesmo assim o público todo se divertindo pra caraca... Mas quem conhece o Wander percebeu que ele estava ficando irritado... Pediu uma cerveja e nada, outra cerveja e nada, nem água... Ele operando o som e tocando... Todo mundo bebendo vinho, cerveja artesanal e a casa ganhando dinheiro. Mais ou menos na metade do show o Wander começou a fazer piadas bem mal humoradas para o dono da casa..."O Negão que trabalha pra ti não pode me trazer uma cerveja?" (até onde sei o Malásia e o Wander se tratam de Negão e Alemão desde que se conhecem). O show foi ficando cada vez mais punk mas o público seguia se divertindo e achando tudo engraçado mesmo com as paradas pelo som ruim. Nesse momento eu já estava do lado de fora porque não aguentei tanta microfonia...Começou a tocar Daryl Hanna que é uma música que narra uma paródia de um playboy que quer morar em Beverly Hills. É uma paródia ao machismo consumista e a última fala da letra é "Traga-me tequila baby", e foi aí que o Wander, dentro do personagem, largou um "já que nenhuma vadia me trouxe cerveja vou fazer a última canção". O Alan ficou puto da cara e cortou o som... --> fato: ninguém vaiou ou reclamou de machismo ou racismo durante o show porque era evidente que o Wander estava reclamando da casa e lutava contra o som ruim e a falta de cerveja. O show estava lotado de mulheres e nenhuma me pareceu ofendida ou demostrou isso. O Alan publicou no Facebook só a versão dele sem contar o contexto e depois apagou mas daí o tribunal já estava armado. A casa é legal e o Alan é gente fina e preocupado com questões sociais mas o Wander, com razão, estava puto da cara com o tratamento e a falta de atenção da casa ao trabalho do artista --> conclusão: se eu fosse feminista não tentaria formular discursos numa briga de dois punkrockers sem ter visto a cena. Foi um bate boca de machos daqueles que qualquer mulher com juízo deveria evitar. A banda do Wander em SP é um trio composto por ele e duas mulheres fodonas que mandam na banda e fica bem difícil acusar ele de machismo, ainda mais porque não houve discurso nenhum... Foi mais ou menos isso. Uma bobagem que o tribunal do facebook repercutiu sem ver ou saber os fatos...
    RELATO DE UM ESPECTATOR QUE ESTAVA PRESENTE.
    Wander é gente boa"

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    1. Ah tá, ele luta contra o som ruim chamando o cara de "vadia". Todo mundo é legal, todo mundo é gente fina... Quem precisa de mais juízo é essa galera que não pegou a visão que os tempos mudaram, se observem! Irreverente postura punk? "Rise up
      you've got to rise, rise up you! Wake up and rise"

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  12. Que difícil! Ser machista não é uma doença, é uma condição social de benefício que pessoas do gênero masculino possuem sobre os outros gêneros. Mesmo que o cara tenha uma esposa, cantoras, empregadas domésticas e amigas, todas mulheres, isso não vai retirar os benefícios que a sociedade o dá simplesmente por ser homem. Sugiro que homens que não estejam entendendo tal perspectiva, procurem no Google "todo homem é machista". Então ser machista é primeiramente uma condição externa ao indivíduo. Depois, o indivíduo, dotado de seus poderes, pode sentir-se apto a iniciar contextualizaçoes próprias das outras formas de machismo, formas além das prioridades sociais. Neste site aqui tem explicação de 4 tipos de machismo com vídeo http://thinkolga.com/2015/04/09/o-machismo-tambem-mora-nos-detalhes/. Sobre a fala do cara acima, seu comentário me ajudou a ter uma outra perspectiva sobre o ocorrido, e que bom, pq gosto muito do som do Wander. Porém, isso não lhe dá liberdade de dizer que nenhuma mulher se sentiu ofendida, pq mesmo vc sendo um cara legal e inteligente, não tem como vc saber o que cada mulher está sentindo e muitas vezes guardando para si. Ficar - ou não - ofendid@ com algo é muito relativo e pessoal. Inclusive, dizer por uma mulher o que ela acha ou sente, tbm é uma.forma milenar de oprimir mulheres, e atualmente é uma das formas de machismo intitulada mansplaining explicada no link que deixei. Sobre o fato descrito, acredito que toda perspectiva agrega elementos importantes, então, obrigada Vinicius. :)

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