Na estrada desde o início da década de 2000, o Suco Elétrico é mais uma banda que ratifica a fé na nova geração do rock produzido no Rio Grande do Sul. Se o Futuro Permitir, novo disco do quarteto, saiu em 2016 mas só agora chegou aos meus ouvidos. Então, vamos a ele.
O grupo é formado por Alexandre Rauen (vocal e bateria), Fernando Drunk (baixo), K.C.O. Lino (guitarra) e Eduardo Schuler (bateria), e faz um hard rock que consegue unir a pegada e o peso do gênero com batidas um pouco mais, digamos assim, dançantes. Mas não um dançante tipo Frank Ferdinand, longe disso. O trabalho de bateria vem na linha de Phil Rudd, responsável pelos beats clássicos do AC/DC.
Ainda que algumas matérias tenham classificado o Suco Elétrico como stoner, esse rótulo passou longe dos meus ouvidos. O que senti é uma banda com os dois pés fincados nos arquétipos do rock and roll. Traduzindo: riffs sempre no comando, linhas vocais acompanhadas de muita melodia, refrãos bem inseridos e um onipresente ritmo pulsante.
Se o Futuro Permitir saiu em CD digipak e em LP pelo Selo 180 e traz dez faixas em 34 minutos. Ou seja: aqui não tem enrolação, não tem nada fora do lugar. É rock dos bons produzido por quem entende do assunto.
Falando nisso, a produção, a cargo de Marcelo Fruet, merece destaque, colocando a guitarra e o baixo na cara o tempo todo. O belo timbre vindo das seis cordas exala crueza e encontra o seu companheiro no já falado ótimo trabalho de bateria.
Entre as músicas, destaque para “Canção do Futuro” (de onde saiu o título do álbum), “Dragão”, a urgente “Relógio" e a rifferama de faixas como “Ao Contrário”, “Tênis” e “O Amor Gentil”.
Tá aí mais uma banda brasileira com um trabalho competente e cheio de personalidade, e que merece chegar aos ouvidos de todo mundo que é fã de rock.
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