Quarto álbum da banda norte-americana Manilla Road, Open the Gates é um dos discos mais cultuados do heavy metal dos anos 1980 e possui uma legião de fãs aqui no Brasil. Sabendo disso, a Hellion Records relançou o título em CD, para alegria de quem coleciona e quer conhecer mais sobre uma banda pouco falada e sobre um dos períodos mais criativos da música pesada.
Na época, o Manilla Road havia trocado de baterista, e Open the Gates marcou a estreia do novo dono do posto, Randy Foxe, que substituiu Rick Fischer. O disco soa como uma evolução de seu predecessor, Crystal Logic (1983), e apresenta uma sonoridade mais pesada e muito mais épica do que os dois primeiros trabalhos do grupo, que tinham uma pegada mais hard rock. Essa nova abordagem se reflete nas músicas, que em sua maioria foram inspiradas nas lendas arturianas e nos mitos nórdicos, explorando um direcionamento lírico que seria comum nos anos seguintes em grande parte da cena power metal.
O álbum possui uma sonoridade bem crua, com os instrumentos, notadamente a bateria, bem na cara. É algo bem longe da sonoridade atual das bandas de metal, com menos graves e muito menos recursos do que estamos habituados a encontrar no metal moderno. Há uma certa similaridade com gigantes da NWOBHM como Iron Maiden e, principalmente, o Saxon. A proximidade entre as duas bandas é bastante evidente no período, com o Manilla Road soando quase como uma banda irmã do Saxon.
As faixas mostram um heavy metal clássico e técnico, com ideias imaginativas e bem elaboradas e com a maioria dos ingredientes que iriam fazer nascer, pouco tempo depois, o power metal. Não é errado imaginar que os músicos do Helloween, por exemplo, tenham colocado os ouvidos em Open the Gates.
O trabalho de guitarra do também vocalista Mark Shelton é um destaque onipresente, com bons riffs e ótimos solos, que invariavelmente se desdobram em belas melodias. Nas faixas mais agressivas, como a abertura com “Metalstrom”, o Manilla Road chega até mesmo a se aproximar da nascente cena thrash metal da época. Há lindos momentos em Open the Gates, como a arrepiante “The Ninth Wave”, “Heavy Metal to the World” (com um clima bem Motörhead e com uma pegada super agressiva) e o encerramento com a climática e atmosférica “Witches Brew”.
A bela capa, criada pelo artista Eric Larnoy, também merece elogios.
A edição lançada no Brasil pela Hellion Records vem com o áudio remasterizado e três faixas bônus: “Touch the Sky (Early Rehearsal)”, “Witches Brew (Live 1987)” e “Weaver of the Web (Live 2011)”.
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ResponderExcluirAcho muito difícil a geração atual descobrir essa pérola. Não tem elementos do Thrash ou coisa que o valha. É o mais puro e genuíno Heavy Metal sem frescura, sem troca de favores ou concessões. Agora que seu líder fundador Mark Shelton atravessou os portões de Valhala, seria o momento oportuno para os troo (que piada) descobrirem o trabalho primoroso desse foderoso trio.
ResponderExcluirGostei do seu comentário realmente a geração moderna hoje em dia virou uma epidemia se ouvir black metal ou rock gótico, essas bandas foram esquecidas assim como "Crimson glory", "Diamond head".
ExcluirOuvi este álbum recentemente e realmente é tudo de bom.... É Heavy Metal puro e sem frescuras!!!
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