Uma das bandas mais interessantes da cena pesada atual,
os alemães do Kadavar acabam de lançar seu mais novo álbum, For the Dead Travel
Fast. É o quinto disco de estúdio do grupo, que volta mais hard (doom metal,
dizem os fãs) com uma rifferama infernal, mas com o nariz apontado para o pop.
Pop? Sim ... ma mesma pegada em que o Ghost aponta seu
futuro. Basta ouvir a grudenta “Children
of the Night” para constatar.
E isso não é ruim.
Os barbudos não lançavam
nada novo desde Rough Times (2017), em
que, pessoalmente, senti uma produção um tanto modernosa demais, que deixou o
disco um pouco abaixo dos anteriores. Não que o álbum fosse ruim, mas não
ombreava com os dois primeiros, Kadavar e
Abra Kadavar, 2012 e 2013 respectivamente,
que sempre que ouço abro um sorriso de orelha a orelha e, mesmo com a idade,
ainda dou umas bangeadas.
Em For the Dead
Travel Fast o grupo liderado por Christoph
“Lupus” Lindemann (guitarra e vocal) investe novamente no peso e nos riffs, com
temas sombrios nas letras. Não estranhe a loooonga introdução da primeira
faixa: uma ventania com mais de um minuto de duração antes da entrada dos
vocais. Vocais, aliás, que soam diferentes dos primeiros discos, com mais
melodia e menos gritados, o que não compromete em nada o resultado final. Quem
se destaca é o baterista Christoph “Tiger” Bartelt, com levadas sólidas e
viradas enxutas comandando o andamento de todas as canções com segurança, sempre
escudado pelo bom baixista Simon “Dragon” Bouteloup.
As canções tem duração
média de cinco minutos, mas nem parece. Agradáveis, chegam a ser assobiáveis,
mas não se engane: são pesadas. As melhores são a – quase – balada “Dancing
With Me Dead”, “Evil Forces” e seu belo solo final e “Poison”, que é inspirada no poeta gótico alemão Gottfried
August Bürger, que não, eu nunca li. A
lenta e arrastada “Long Forgotten Song”
com seus mais de sete minutos (é a mais longa do disco), também vale ouvir com
mais atenção, mas nada de ficar comparando com essa ou aquela banda. Abra o
coração, a mente e simplesmente curta o som.
Pode não ser o melhor
disco do ano, nem o melhor disco dos caras, mas ainda assim é divertido e de
certo ponto, poderoso.
Os outros discos da banda
tiveram edição nacional pelo selo Shinigami Records e esse novo também está
sendo lançado no Brasil pela gravadora.
Por Ron Groo
Excelente banda, que chegou neste nível, principalmente, por tocar tanto ao vivo. Uma bela e diversificada discografia. Bom Review!
ResponderExcluirBom saber disso, vou comprar o CD!!
ResponderExcluirO meu cd já comprei numa loja aqui em S.Paulo, ainda bem que saiu nacional, paguei 32,00 !
ResponderExcluirO unico disco lançado no Brasil pela Shinigami, além desse novo, foi o Rough Times, outros dois foram lançados aqui pela Classic Metal Records e o primeiro continua inédito.
ResponderExcluirPara mim esse é o melhor disco da banda, justamente pela surpreendente mudança em sua sonoridade, sairam do comum do Stoner e partiram para outros caminhos (concordo que um deles resvala no Ghost). Puta album!!!