A fábrica da Apollo Masters localizada na cidade de
Banning, na California, foi devastada na última quinta-feira, 06/02, por um
incêndio que mobilizou 82 bombeiros e levou mais de três horas para ser
controlado. Nenhum funcionário ficou ferido.
Esse acontecimento, segundo especialistas, pode afetar
significativamente a produção de discos de vinil não só nos Estados Unidos, mas
em todo o mundo. A Apollo era uma das duas únicas empresas do planeta que
produzia os discos de acetato, vitais para a produção e prensagem de LPs. A
outra empresa que presta esse serviço e fornece essa matéria-prima para gravadoras
em todos os continentes é a japonesa MDC, que também não estava conseguindo
atender o volume de pedidos do material.
Ben Blackwell, co-fundador da Third Man Records, falou
sobre como o caso afetará a indústria do vinil: “O incêndio na Apollo apresentará
um problema para a indústria do vinil em todo o mundo. Já estávamos enfrentando
problemas para atender o aumento da demanda antes disso acontecer. Imagino que
isso afetará a todos, não apenas o Third Man Pressing e o Third Man Mastering, mas teremos que esperar para avaliar com mais precisão. Não quero
ser alarmista, mas estou tentando ser apenas realista com toda essa situação”.
A projeção em diversas matérias publicadas na imprensa
musical é que, além da queda na produção de novos discos de vinil, várias
fábricas fechem as portas por falta de material. Além disso, fontes do mercado
fonográfico brasileiro ouvidas pela Collectors Room não descartam que o
incêndio tenha acontecido por um ato de sabotagem industrial, tanto para elevar
ainda mais o preço dos discos de vinil e/ou valorizar o CD em detrimento de uma
tendência do mercado global - é importante lembrar que, pela primeira vez em décadas, todas
as projeções de vendas de mídia física durante 2019 apontavam a tendência de
que os discos de vinil iriam superar os CDs pela primeira vez em muito tempo.
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