Review: Foo Fighters – Medicine at Midnight (2021)


Dependendo qual for a sua idade e o universo musical que cerca a sua vida, o Foo Fighters pode possuir o status de maior banda de rock do planeta. Muita gente pensa assim. Quem está na casa dos 30 e poucos anos tem a gangue de Dave Grohl na mais alta conta, e as razões para isso são facilmente identificáveis, afinal o cara se reinventou após o fim traumático do Nirvana, tornando-se uma estrela ainda maior.

No meu mundo, a percepção já é diferente. Para mim, o Foo Fighters é uma banda que possui vários hits globais e um disco essencial: Wasting Light (2011). Gosto do grupo, mas algumas questões me incomodam, sendo a maior delas o irritante vocal gritado de Grohl em algumas canções. 

Medicine at Midnight é o décimo álbum do Foo Fighters e foi lançado em 5 de fevereiro. O disco é o sucessor de Concrete and Gold (2017) e foi produzido por Greg Kurstin (Paul McCartney, Sia, P!nk) ao lado da própria banda. De cara e sem muito esforço, dá pra afirmar com certeza que trata-se do álbum mais acessível do agora sexteto. Assumidamente orientado para o pop e tendo como um dos objetivos principais ser um álbum divertido e dançante, traz influências declaradas de Let’s Dance (1983), um dos melhores trabalhos do eterno David Bowie.

Com apenas 36 minutos e 9 canções, Medicine at Midnight pode parecer curto após quatro anos sem material inédito, mas as coisas não são assim tão preto no branco. Há uma clara diferença em relação aos discos anteriores, com o Foo Fighters trilhando caminhos que ainda não havia experimentado – o pop rock com sabor da década de 1980 é o principal deles. O rótulo de gigantes do rock alternativo é abandonado de forma consciente pela banda em favor de uma sonoridade que parece conversar, de forma explícita, com o que faz sentido nesse momento da vida - e do próprio mundo - para Dave Grohl e seus companheiros de banda.

Há canções carregadas de positividade como “Making a Fire”, experimentações super agradáveis como “Shame Shame”, ecos bem audíveis de David Bowie em “Cloudspotter” e “Medicine at Midnight”, e até mesmo explorações pelo próprio universo da banda em “No Son of Mine”, “Holding Poison” e “Love Dies Young”. Os momentos mais contemplativos ficam com “Waiting On a War”, que parece indicar que seguirá uma das fórmulas mais consagradas de Dave Grohl (início calmo seguido de explosão sonora), mas consegue ir por um caminho um tanto diferente, e com a doce “Chasing Birds”, que é um soft rock bem anos 1970.

Ao invés de um disco raivoso, temos um álbum carregado de energia positiva. Ao invés de um trabalho sombrio, o que ouvimos é uma música ensolarada e inspiradora. Com todo o contexto que vivemos com a pandemia, Medicine at Midnight coloca o Foo Fighters como um das bandas responsáveis por uma trilha mais leve e carregada de esperança para o futuro que ainda está se desanuviando à nossa frente.

Um belo e surpreendente disco!


Comentários

  1. Curti mto o Foo Fighters até o there is Nothing left tô loose, porque depois mudou o rumo da banda... Para o pop.
    Então depois da resenha continua desinteressado. Rs. Mas que bom que eles estão ativos e com muita gente ouvindo ainda.

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  2. Não curti o disco. Entendo perfeitamente que uma banda deve buscar novas sonoridades e se reinventar, mas parei de comprar seus albums após o ótimo Wasting Light.
    Nos últimos 3 discos, só consigo ver apenas mais uma banda pop genérica, esquecendo-se completamente de seus diferenciais, dos áureos tempos em que vivera.

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  3. acho interessante falarem do vocal rasgado do David, mas gostam do rock com gutural pesado que ninguem entende porra nenhuma, isso não é gritar né? Bom independente disso a banda esta de parabéns, infeliz daquele que ficou parado no tempo em um ou dois discos da banda, o kra que aprecia a boa musica reconhece nesse album algumas vertentes novas exploradas pelo grupoi juntando com a sonoridade caracteristica do Foo Fighters, enfim ... ótimo álbum e os kras com 25 anos continuam produzindo algo relevante disco a disco e não ficam repetindo e repetindo sucessos antigos sem produzir, então mais uma vez Parabéns a banda...

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  4. Dave Grohl, é um músico de mão cheia. Não tem medo de se lançar em águas novas !
    Parabéns ao Foo Fighters !
    Adorei o Álbum ! 🤘

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  5. Gosto da banda, mas disco na íntegra só o Wasting Light tinha me agradado até então, até que veio esse Medicine. Achei um baita disco!

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  6. Banda mais supervalorizada de todas, e que não traz nada novo à baila.

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