Review: ZZ Top – Raw (2022)


Raw
é a trilha do documentário ‘That Little Ol’ Band From Texas, documentário sobre o ZZ Top produzido para a Netflix pela Banger Films e dirigido por Sam Dunn (que assinou o já clássico Flight 666, do Iron Maiden) que conta a história do lendário trio norte-americano. O CD traz a banda tocando ao vivo (porém sem público) alguns de seus maiores clássicos no Gruene Hall, a mais antiga casa de shows do Texas, na ativa desde 1878.

Ao todo temos doze canções que revisitam não apenas velhos cavalos de batalha como “Tush”, “La Grange” e “Gimme All Your Lovin’”, mas também pérolas não tão conhecidas como “Thunderbird”, “Heard It On The X” e “Blue Jeans Blues” (todas de Fandango, álbum meio ao vivo meio de estúdio lançado em 1975), além de “Certified Blues”, presente no disco de estreia da banda, lançado em janeiro de 1971.

O álbum faz um retorno ao passado do ZZ Top, um tempo onde a banda ainda não havia incluído sintetizados em seu som, e proporciona o sabor único da azeitada química construída por Billy Gibbons, Dusty Hill e Frank Beard em mais de cinquenta anos de parceria. Mesmo canções gravadas durante a década de 1980, como as clássicas “Gimme All Your Lovin’” e “Legs”, que tiveram as suas versões originais turbinadas por teclados, aqui surgem em releituras muito mais cruas.

Chama a atenção a excelente mixagem e produção, com timbres muito pesados e a separação clara dos três instrumentos, o que torna o álbum um dos melhores registros ao vivo do ZZ Top. Isso sem falar do aspecto emocional, pois Raw traz aquela que provavelmente foi a última gravação do baixista e vocalista Dusty Hill com a banda – ele faleceu em julho de 2021 e Billy e Frank dedicaram o disco ao velho amigo.

A edição nacional, lançada pela Warner, segue o padrão da norte-americana e vem em um digisleeve de três faces produzido em papel de alta gramatura, o que torna a embalagem super sólida e firme.

Excelente e um belíssimo adeus de Dusty Hill.

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