Esse “todo mundo” é apenas um recurso de linguagem, pois as bandas citadas abaixo possuem muitos fãs além de mim. Porém, são nomes que geram discussão entre os fãs de rock (basta ler os comentários do vídeo citado no parágrafo anterior) e se enquadram naquela famosa categoria “ame ou odeie”.
Vamos lá então!
Pra mim, o Oasis é a maior banda da década de 1990 – o posto seria do Nirvana caso Kurt Cobain não tivesse morrido tão precocemente. Discos como Definitely Maybe (1994), (What’s the Story) Morning Glory? (1995) e Be Here Now deram início a uma discografia sensacional e construíram uma legião de fãs apaixonados. No outro lado da moeda, a postura e a arrogância explícita dos irmãos Gallagher automaticamente gerou antipatia de uma parcela do público, e os caras sempre fizeram questão de alimentar isso.
Se você quer dar os seus primeiros passos na obra do Oasis, uma excelente indicação é o seu segundo disco, (What’s the Story) Morning Glory?, lançado em outubro de 1995. "Wonderwall" se tornou um hit planetário, "Don't Look Back in Anger" é um dos maiores hinos do rock e "Champagne Supernova" é uma obra prima da arte da composição, com direito à guitarra de Paul Weller, do The Jam. E ainda tem "Hello", "Roll With It", "Some Might Say", "Cast No Shadow" e a música título.
Confesso que demorei para digerir o Foo Fighters. Ainda que a banda de Dave Grohl seja um exemplo inspirador de reconstrução dentro da música – o cara era baterista do Nirvana, ficou sem nada da noite pro dia com o fim do trio e teve que se reinventar totalmente, assumindo os vocais e a guitarra e gravando praticamente sozinho o primeiro disco de seu novo grupo -, me incomodavam os gritos exagerados e frequentes de Grohl em diversas canções. Resquício do histórico de um fã de metal, onde os vocais, por mais extremos que sejam, diferem do estilo adotado por Dave.
Mas isso foi superado em 2011 com Wasting Light, sétimo álbum do Foo Fighters e, na minha opinião, um dos melhores da última década. Foi ele o responsável por eu entender a banda de Dave Grohl e, gradativamente, ela se tornar uma das minhas favoritas. A obra de Grohl é vasta – já são dez discos – e voltou a ser marcada por uma tragédia com a perda do baterista Taylor Hawkins em 2022. Mas, pelo que já mostrou ao longo de sua vida, Dave saberá se erguer novamente.
A dica é justamente o álbum que citei, Wasting Light. Um disco primoroso e com um tracklist fortíssimo, onde o destaque são canções que aliam energia, melodia e acessibilidade como “Arlandria”, “These Days” e “Walk”.
O Dream Theater sempre foi uma das bandas da minha vida. E, no outro lado da moeda, sempre foi também um dos alvos favoritos dos haters. O motivo para isso é fácil de entender: o som do grupo nunca foi amigável e não é nada acessível, e o fator que o torna tão apaixonante, que é o apuro técnico e o refinamento instrumental, é também o responsável por afastar eventuais novos fãs. Alguns citam o timbre do vocalista James LaBrie como um dos motivos para se afastarem da banda, e apesar de ter realmente passado por fases bastante discutíveis no passado, LaBrie entendeu como usar sua voz e hoje canta muito bem.
Sob a liderança de Mike Portnoy e John Petrucci, O Dream Theater se transformou no principal nome do prog metal e foi responsável por popularizar o estilo através de álbuns ótimos como Images and Words (1992) e Awake (1994). Porém, a dica que dou para quem nunca ouviu os caras ou quer mergulhar na música do quinteto é o quinto disco do grupo, Metropolis Pt. 2: Scenes From a Memory (1999). Sempre enxerguei uma relação entre ele e o clássico The Wall, do Pink Floyd, lançado vinte anos antes. Trata-se de um álbum conceitual que fala sobre regressão, e que une a capacidade técnica absurda dos integrantes com doses magistrais de feeling. Um dos discos da minha vida, com potencial de ser um dos álbuns da sua vida também.
Ainda que seja apontada como uma das mais importantes bandas da história do rock, o The Doors também possui uma legião considerável de desafetos. Muitos acreditam que a morte repentina de Jim Morrison foi essencial para transformar uma banda mediana em uma lenda da música. Não é para tanto. Os Doors foram uma banda única, cuja figura central era inegavelmente Morrison, mas o encanto do grupo não estava apenas em seu vocalista. Letrista de mão cheia, Jim tinha a companhia de um instrumentista fora da curva como Ray Manzarek, tecladista que fazia também às vezes de baixista com as teclas de seu instrumento. E a dupla Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) era ótima, apesar de subestimada por muitos.
Para conhecer mais sobre o The Doors, fiquei na dúvida em qual álbum indicar, pois a dupla Morrison Hotel (1970) e L.A. Woman (1971) soa perfeita aos meus ouvidos. Então, lembrei que nunca devemos menosprezar um hit, ainda mais quando estamos apresentando uma banda para alguém. E “Roadhouse Blues”, música mais conhecida do quarteto, está em Morrison Hotel, que ainda entrega canções como “Waiting for the Sun”, “You Make Me Real” e “Queen of the Highway”. Clássico maiúsculo!
Chega de falar do passado, vamos para o presente agora – afinal, o ódio é atemporal, não é mesmo? O Ghost é, na minha opinião, o maior fenômeno do heavy metal surgido na década de 2010 e uma banda com potencial para se tornar lendária e clássica. E, mesmo tendo extrapolado os limites do metal já em seu segundo disco, Infestissumam (2013), segue sendo amado e, principalmente, odiado por uma parcela considerável dos “metaleiros”.
Azar deles. Liderada por Tobias Forge, o homem por trás das múltiplas encarnações do Papa Emeritus e a mente criativa do grupo, o Ghost evoluiu a cada novo álbum e hoje ocupa um lugar sólido de destaque em todo o mundo, seja através de discos incríveis como a trilogia Meliora (2015), Prequelle (2018) e Impera (2022), ou pelos frequentes virais nascidos no TikTok com suas músicas.
O álbum para começar a curtir o Ghost é Prequelle, o quarto dos mascarados. Com peso e apelo pop na medica certa – “Dance Macabre” e “Rats” cativam de forma imediata -, apresenta também a musicalidade intensa e cativante do grupo em canções como “Life Eternal” e a sensacional instrumental “Miasma”.
Quase todo fã mais velho de rock, aquele tiozão que acha que bandas boas só existiam nas década de 1970 e 1980, detesta o Måneskin. É compreensível, já que aqui no Brasil o rock tem se tornado um reduto para um público cada vez mais conservador, e o quarteto italiano é o oposto disso. Andróginos, exalando sexualidade e tendo como uma de suas figuras principais a baixista Victoria De Angelis, o Måneskin equilibra influências de Red Hot Chili Peppers, Franz Ferdinand e de toda a cena glam rock para fazer um som dançante e cheio de sex appeal. Como visto, não faltam ingredientes para alcançar o coração ressentido das “pessoas de bem”.
Para entender uma das bandas mais comentadas do rock atual, a dica é justamente o seu novo disco. Rush! acabou de ser lançado e traz canções fortes e carregadas de apelo pop como “Supermodel”, “Gossip” e “Gasoline”. O Måneskin tem tudo para construir uma carreira sólida e se transformar em um dos maiores fenômenos do rock no século XXI, queiram os haters ou não.
Tava indo muito bem, mas me pegou no Maneskin. Essa aí não desce, hahaha. Vai ver tô velho mesmo.
ResponderExcluirEngraçado que se eu fosse fazer a lista, colocaria Rush e Muse, que acho são muito mais controversas (e eu gosto). Muse era mais legal nos 4 primeiros albums, depois não consegui acompanhar. Mas aqueles, eu ouço até hoje.
ResponderExcluirCara...achei muito doido o Foo Fighters...me surpreendeu...mas acho que é por conta da faixa etária com que eu mais convivi ou convivo. Eu tenho 45 anos e sempre convivi com uma boa porcentagem de gente mais jovem no trabalho...principalmente uma faixa que tem de 10 a 15 anos a menos....o pessoal dessa faixa (se não tô errado) adora o Foo Fighters...então eu realmente não percebi todo esse haterismo contra a banda (mas isso é só uma teoria minha, posso estar totalmente errado). A turma ainda mais nova realmente não sei dizer o que acham da banda, alias acho que nem dão tanta bola pra rock (pelo menos a faixa de classe média que é a que eu mais convivo e trabalho). As outras bandas citadas eu realmente sempre notei uma grande má vontade de parte do público e crítica...talvez um pouquinho menos pro The Doors...e olhe lá. Como os amigos citaram...cara...o Muse é uma das bolas da vez pro ódio, além do Greta heheh....mas como a lista do Cadão é pessoal...faz todo sentido esta banda não estar listada.
ExcluirOasis é subestimado fora da Europa. No Brasil só conhecem Wonderwall. Banda fez muito sucesso e com bons discos.
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