Quadrinhos: Market Garden, de Bruno Seelig (2017, Mino)

Me interessei por esse quadrinho, e mais especificamente por seu autor, por causa do sobrenome, que é o mesmo que o meu. Afinal, convenhamos que Seelig não é dos mais populares. Pesquisando um pouco, vi que Bruno Seelig é de Porto Alegre, onde minha família também possui laços. É provável que tenhamos um grau de parentesco, e isso é interessante.

Market Garden é a segunda HQ de Bruno, e foi publicada pela Editora Mino no final de 2017. A edição traz também o primeiro quadrinho do autor, Blitzkrieg, que possui relação com a história contada em Market Garden. O gibi tem 80 páginas, capa brochura com orelhas, ilustrações nas guardas e foi impresso em papel pólen.

O que lemos em Market Garden é a história de um grupo de adolescentes, um quarteto de amigos com características próprias e que retrata os diferentes estereótipos da idade (o certinho, o CDF, o descolado e assim por diante). A primeira história mostra a luta contra o bullying e possui um final surpreendente e cheio de sensibilidade, que é fundamental para o que lemos na segunda trama, em que os amigos fazem um plano mirabolante para irem em uma festa às vésperas do vestibular. Em ambas, Bruno deixa os finais meio abertos, e cabe ao leitor preencher as lacunas e imaginar o que pode ter rolado após o final do gibi.

A arte de Bruno Seelig é bastante influenciada pelo quadrinista norte-americano Paul Pope, com um traço que apresenta elementos de caricaturas, enquanto a colorização é toda feita com tons de azul. A narrativa é bem dinâmica e possui um ritmo rápido, enquanto os diálogos são bem escritos e soam naturais.

Market Garden não está mais em catálogo, mas Bruno segue produzindo e lançou em 2023 o aclamado Black Orion, também pela Mino. Seu trabalho possui personalidade própria e elementos pop, além de uma ligação onipresente com a música, o que agradará quem gosta de rock e também de quadrinhos. Por todas essas razões, trata-se de um autor que vale a pena acompanhar e ficar de olho.