Por João Renato Alves
Apesar de não ter passado por muitas bandas, o temperamental Ritchie Blackmore conta com momentos bem distintos em sua carreira. Mas há algo constante: seu eterno talento e habilidade de criar melodias fáceis e que conquistaram gerações.
Portanto, hora de conferir os cincos discos que dão um belo resumo dessa história. Talvez seja a lista mais óbvia que já fizemos, mas é sempre bom recordar.
Como deixar de fora o álbum que possui o riff que todo aspirante a guitarrista toca à exaustão, irritando toda a família e vizinhos? Com Machine Head, o Deep Purple sacramentou as mudanças que já havia começado em In Rock e Fireball. Mas não é apenas em “Smoke on the Water” que a genialidade do genioso Blackmore se manifesta. As sete faixas (na versão original) são dignas de nota. Em uma época menos radical, a velocidade de “Highway Star” era algo inimaginável. A perfeita sincronia da banda em “Pictures of Home”, o balanço irresistível de “Maybe I’m a Leo” e a loucura de “Space Truckin’” – que ficava ainda mais evidente ao vivo – garantiu o lugar do grupo na história do rock.
A fase era tão inspirada que “When a Blind Man Cries” foi deixada de fora, mesmo se tratando de uma das mais belas e melancólicas músicas já feitas. É ouvir e se emocionar automaticamente. O álbum alcançou o primeiro lugar na Inglaterra, permanecendo no Top 40 por 20 semanas. Nos Estados Unidos, apesar de não ter chegado ao número um, permaneceu no chart da Billboard por nada menos que 118 semanas, garantindo platina dupla pelos mais de dois milhões de discos vendidos.
Deep Purple – Machine Head (1972)
Como deixar de fora o álbum que possui o riff que todo aspirante a guitarrista toca à exaustão, irritando toda a família e vizinhos? Com Machine Head, o Deep Purple sacramentou as mudanças que já havia começado em In Rock e Fireball. Mas não é apenas em “Smoke on the Water” que a genialidade do genioso Blackmore se manifesta. As sete faixas (na versão original) são dignas de nota. Em uma época menos radical, a velocidade de “Highway Star” era algo inimaginável. A perfeita sincronia da banda em “Pictures of Home”, o balanço irresistível de “Maybe I’m a Leo” e a loucura de “Space Truckin’” – que ficava ainda mais evidente ao vivo – garantiu o lugar do grupo na história do rock.
A fase era tão inspirada que “When a Blind Man Cries” foi deixada de fora, mesmo se tratando de uma das mais belas e melancólicas músicas já feitas. É ouvir e se emocionar automaticamente. O álbum alcançou o primeiro lugar na Inglaterra, permanecendo no Top 40 por 20 semanas. Nos Estados Unidos, apesar de não ter chegado ao número um, permaneceu no chart da Billboard por nada menos que 118 semanas, garantindo platina dupla pelos mais de dois milhões de discos vendidos.
Machine Head é um dos capítulos mais importantes da história da música.
Poucas bandas sobrevivem a mudanças em sua formação clássica. Podemos contar nos dedos, rapidamente, os exemplos que obtiveram retorno positivo. E o Deep Purple é, com certeza, um dos casos mais bem sucedidos. David Coverdale e Glenn Hughes deram sangue novo ao trabalho, acrescentando belas doses de talento e motivando os remanescentes. E o resultado foi Burn, com mais uma série de guitarras marcantes de Ritchie. Ao apertar o play, a faixa-título explode nos alto-falantes como uma verdadeira bomba. O riff empolgante, as variações vocais, a pegada fulminante de bateria, os solos, enfim, tudo faz dela um hino do rock.
Mas não se resumia a isso. Sonzeiras como “Might Just Take Your Life”, “Sail Away” e “You Fool No One” mostram uma banda revigorada e com mortal poder de fogo. “Mistreated” merece um espaço à parte, pois se tornou trilha sonora da vida de muitas pessoas, se fazendo presente nos setlists do Rainbow e até mesmo em algumas passagens do Dio, como registrado no ao vivo Inferno: The Last in Live.
Deep Purple – Burn (1974)
Poucas bandas sobrevivem a mudanças em sua formação clássica. Podemos contar nos dedos, rapidamente, os exemplos que obtiveram retorno positivo. E o Deep Purple é, com certeza, um dos casos mais bem sucedidos. David Coverdale e Glenn Hughes deram sangue novo ao trabalho, acrescentando belas doses de talento e motivando os remanescentes. E o resultado foi Burn, com mais uma série de guitarras marcantes de Ritchie. Ao apertar o play, a faixa-título explode nos alto-falantes como uma verdadeira bomba. O riff empolgante, as variações vocais, a pegada fulminante de bateria, os solos, enfim, tudo faz dela um hino do rock.
Mas não se resumia a isso. Sonzeiras como “Might Just Take Your Life”, “Sail Away” e “You Fool No One” mostram uma banda revigorada e com mortal poder de fogo. “Mistreated” merece um espaço à parte, pois se tornou trilha sonora da vida de muitas pessoas, se fazendo presente nos setlists do Rainbow e até mesmo em algumas passagens do Dio, como registrado no ao vivo Inferno: The Last in Live.
A partir do álbum seguinte, o excepcional Stormbringer, Coverdale e, principalmente, Hughes, passariam a ser ainda mais atuantes no processo de composição, levando o som do Deep Purple a outros caminhos, o que fez com que o ego de Blackmore fosse ferido, causando sua saída. Sendo assim, Burn é o seu trabalho essencial dessa fase.
Em seu segundo disco, o Rainbow deixa de ser um projeto com o nome de Ritchie para ganhar status de banda – apesar de o guitarrista continuar sendo a mente por trás da música. Da formação que gravou a estreia, apenas Ronnie James Dio foi mantido, o que causou certo atrito, já que os músicos que compunham o grupo faziam parte do ELF, tocando com o vocalista há tempos. Mas o time montado por Blackmore era muito acima da média, com destaque para o então emergente baterista Cozy Powell e o baixista Jimmy Bain, que se tornaria um grande parceiro de Ronnie a partir de então.
Rising pode ser considerado peça fundamental na história do heavy metal, influenciando todas as gerações posteriores que se aventuraram no estilo. Os oito minutos e meio de “Stargazer”, faixa que conta com a participação da Orquestra Filarmônica de Munique, definiram novos caminhos para o estilo, com sua atmosfera hipnótica e emocionante. As excepcionais “Tarot Woman”, “Starstruck” e “A Light in the Black” ajudavam a compor o mundo fantasioso e alucinante dessa curta, sólida e marcante obra do rock.
Rainbow – Rising (1976)
Em seu segundo disco, o Rainbow deixa de ser um projeto com o nome de Ritchie para ganhar status de banda – apesar de o guitarrista continuar sendo a mente por trás da música. Da formação que gravou a estreia, apenas Ronnie James Dio foi mantido, o que causou certo atrito, já que os músicos que compunham o grupo faziam parte do ELF, tocando com o vocalista há tempos. Mas o time montado por Blackmore era muito acima da média, com destaque para o então emergente baterista Cozy Powell e o baixista Jimmy Bain, que se tornaria um grande parceiro de Ronnie a partir de então.
Rising pode ser considerado peça fundamental na história do heavy metal, influenciando todas as gerações posteriores que se aventuraram no estilo. Os oito minutos e meio de “Stargazer”, faixa que conta com a participação da Orquestra Filarmônica de Munique, definiram novos caminhos para o estilo, com sua atmosfera hipnótica e emocionante. As excepcionais “Tarot Woman”, “Starstruck” e “A Light in the Black” ajudavam a compor o mundo fantasioso e alucinante dessa curta, sólida e marcante obra do rock.
Álbum indispensável na coleção de qualquer admirador dos bons sons.
Apesar de ter lançados trabalhos fundamentais, o Rainbow não era exatamente um sucesso de vendas. Sendo assim, a gravadora sugeriu que o grupo abandonasse a temática usada até ali e se concentrasse em fazer músicas com um apelo mais popular, tanto no aspecto musical quanto o lírico. Dio se recusou e abandonou o barco, enquanto Blackmore aceitou e aproveitou a saída do vocalista para fazer novas substituições. Além do próprio, apenas o baterista Cozy Powell continuava. Entravam o vocalista Graham Bonnet e o tecladista Don Airey. Para completar a formação, Ritchie chama o ex-companheiro de Deep Purple, Roger Glover, que além de tocar o baixo produziu o trabalho.
Apesar da desaprovação dos mais radicais, o álbum conseguiu emplacar faixas como “Since You’ve Been Gone” (escrita por Russ Ballard), “All Night Long” e “Lost in Hollywood”. Bonnet, apesar de muito diferente de Ronnie, mostrava uma excelente performance vocal, com seu estilo característico.
Rainbow – Down to Earth (1979)
Apesar de ter lançados trabalhos fundamentais, o Rainbow não era exatamente um sucesso de vendas. Sendo assim, a gravadora sugeriu que o grupo abandonasse a temática usada até ali e se concentrasse em fazer músicas com um apelo mais popular, tanto no aspecto musical quanto o lírico. Dio se recusou e abandonou o barco, enquanto Blackmore aceitou e aproveitou a saída do vocalista para fazer novas substituições. Além do próprio, apenas o baterista Cozy Powell continuava. Entravam o vocalista Graham Bonnet e o tecladista Don Airey. Para completar a formação, Ritchie chama o ex-companheiro de Deep Purple, Roger Glover, que além de tocar o baixo produziu o trabalho.
Apesar da desaprovação dos mais radicais, o álbum conseguiu emplacar faixas como “Since You’ve Been Gone” (escrita por Russ Ballard), “All Night Long” e “Lost in Hollywood”. Bonnet, apesar de muito diferente de Ronnie, mostrava uma excelente performance vocal, com seu estilo característico.
Apesar do retorno não ter sido tão gigante como os executivos imaginavam, foi maior que o grupo alcançava até então. Como consequência, o Rainbow seria atração principal do primeiro Monsters of Rock, em Donington. Essa foi a última apresentação com Graham e Cozy Powell. Com novos membros, os comandados de Ritchie seguiriam o mesmo caminho nos lançamentos seguintes.
Após idas e vindas com Deep Purple e Rainbow, Ritchie Blackmore resolveu experimentar novas ideias. Junto à sua esposa Candice Night (bela vocalista em todos os sentidos), criou um novo projeto baseado na música folk, new age e algumas passagens com guitarras elétricas. Shadow of the Moon é o primeiro disco dessa parceria. Nele, podemos notar um trabalho baseado nas melodias suaves e envolventes. A grande curiosidade fica pelo fato de Ritchie ter assumido até mesmo a bateria. No mais, participações especiais como a de Ian Anderson apenas abrilhantaram o conjunto da obra.
Shadow of the Moon obteve boas vendagens na Europa, além de ter alcançado disco de ouro no Japão, dando fôlego suficiente para o Blackmore's Night seguir em frente, perdurando até hoje. Não é um álbum de fácil assimilação, especialmente se o ouvinte estiver esperando algo similar aos quatro outros integrantes dessa lista. Mas quem conseguir se desprender de rótulos tem tudo para aprovar essa já não tão nova investida dessa lenda. E se não gostar, bom, ele já mostrou inúmeras vezes que não dá mais bola para o que pensam a seu respeito.
Blackmore's Night – Shadow of the Moon (1997)
Após idas e vindas com Deep Purple e Rainbow, Ritchie Blackmore resolveu experimentar novas ideias. Junto à sua esposa Candice Night (bela vocalista em todos os sentidos), criou um novo projeto baseado na música folk, new age e algumas passagens com guitarras elétricas. Shadow of the Moon é o primeiro disco dessa parceria. Nele, podemos notar um trabalho baseado nas melodias suaves e envolventes. A grande curiosidade fica pelo fato de Ritchie ter assumido até mesmo a bateria. No mais, participações especiais como a de Ian Anderson apenas abrilhantaram o conjunto da obra.
Shadow of the Moon obteve boas vendagens na Europa, além de ter alcançado disco de ouro no Japão, dando fôlego suficiente para o Blackmore's Night seguir em frente, perdurando até hoje. Não é um álbum de fácil assimilação, especialmente se o ouvinte estiver esperando algo similar aos quatro outros integrantes dessa lista. Mas quem conseguir se desprender de rótulos tem tudo para aprovar essa já não tão nova investida dessa lenda. E se não gostar, bom, ele já mostrou inúmeras vezes que não dá mais bola para o que pensam a seu respeito.
Eu não gosto do Blackmore's Night, acho um desperdício. Juntando tudo o que eles já gravaram, daria para fazer uma coletânea média.
ResponderExcluirEsse cara é meu ídolo! O melhor guitarrista de todos (Hendrix não conta). Os riffs são simplesmente geniais em todos os cds, tanto do Purple quanto do Rainbow, que ele participou. O live in Munich de 1977 resume tudo o que eu disse.
ResponderExcluirNunca ouvi o Blackmore's, já ouvi gente dizendo que é muito bom e outros relatando o contrário...
Cadê o Perfect Strangers??
ResponderExcluirBlackmore's Night é fraco, pelo menos na minha opinião!
Cadê o Perfect Strangers na lista??
ResponderExcluirO Blackmore's Night é fraco...Pelo menos na minha opinião!
Ritchie Blackmore é um gênio
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