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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

Quadrinhos: Saguaro Vol. 1, de Bruno Enna (2022, Editora 85)

O encadernado Saguaro Vol. 1 , publicado no Brasil pela Editora 85, reúne as cinco primeiras edições da série italiana Saguaro , originalmente lançada pela Sergio Bonelli Editore em 2012. Criada por Bruno Enna, a série se destaca dentro do catálogo da Bonelli por abordar a cultura indígena norte-americana com um protagonista nativo. A história acompanha Thorn Kitcheyan, um veterano do Exército dos EUA e membro da Nação Navajo que, após deixar a vida militar, se torna um agente do FBI Tribal. Seu novo trabalho o coloca no centro de investigações envolvendo crimes que afetam as comunidades indígenas, lidando com corrupção, tráfico de drogas e conflitos com autoridades federais. Há uma certa similaridade com Escalpo , de Jason Aaron e R.M. Guera, série publicada pela Vertigo, mas cada uma das histórias possui características próprias e, de certo modo, complementares. A ambientação no sudoeste dos Estados Unidos, especialmente nas reservas indígenas, traz um diferencial narrativo. Ao i...

Corvos embarcam no Zeppelin: a marcante união do The Black Crowes com Jimmy Page em Live at the Greek (2000)

Live at the Greek captura a colaboração entre Jimmy Page, lendário guitarrista do Led Zeppelin, e a banda americana The Black Crowes, conhecida por seu som que mistura rock clássico, blues e southern rock. O álbum foi gravado ao vivo no Greek Theatre, em Los Angeles, durante duas noites em outubro de 1999, e se destaca pela energia crua e pela paixão dos músicos ao revisitar o repertório do Led Zeppelin, além de algumas versões de clássicos do blues e do rock. O setlist é dominado por sucessos do Led Zeppelin, como “Whole Lotta Love”, “What Is and What Should Never Be” e “In My Time of Dying”. O Black Crowes, uma banda com fortes influências do blues rock, imprime sua identidade às músicas, mantendo a essência das composições originais, mas adicionando um toque mais sujo e orgânico. Chris Robinson, vocalista dos Crowes, assume a difícil missão de interpretar os vocais de Robert Plant. Embora seu timbre e estilo sejam diferentes, ele consegue entregar performances autênticas, apost...

Standing on the Shoulder of Giants (2000): o disco que mudou o Oasis

Lançado em 28 de fevereiro de 2000, Standing on the Shoulder of Giants é o quarto álbum do Oasis e marca uma transição significativa na sonoridade da banda. Após o sucesso estrondoso dos anos 1990, com álbuns como Definitely Maybe (1994) e (What's the Story) Morning Glory? (1995), o grupo enfrentava mudanças internas e externas que refletiram diretamente na produção desse disco. Antes da gravação, o Oasis passou por sua primeira grande reformulação: Paul "Bonehead" Arthurs (guitarra base) e Paul "Guigsy" McGuigan (baixo), dois dos membros originais, deixaram a banda. Isso fez com que Noel Gallagher assumisse ainda mais responsabilidades, tocando baixo em todas as faixas do álbum e centralizando a produção. Além disso, a sonoridade do britpop já não era mais a mesma – o fim da rivalidade com o Blur e o surgimento de novas tendências musicais, como o revival do garage rock e o nu metal, deixavam o estilo da banda um pouco deslocado no cenário musical. Ao co...

No Line on the Horizon (2009): o álbum do U2 que merece uma segunda chance

No Line on the Horizon é o décimo segundo álbum do U2 e marca uma tentativa da banda de se reinventar após o sucesso comercial de How to Dismantle an Atomic Bomb (2004). Produzido por Brian Eno, Daniel Lanois e Steve Lillywhite, o disco apresenta uma sonoridade mais experimental e atmosférica, buscando se afastar da fórmula radiofônica que dominou seus trabalhos anteriores nos anos 2000. O álbum foi gravado em diferentes locais, incluindo Fez (Marrocos), Dublin, Londres e Nova York, e reflete uma fusão de influências que vão do rock alternativo à música eletrônica e ao ambient. A parceria com Brian Eno e Daniel Lanois trouxe texturas mais etéreas e menos convencionais, remetendo a momentos da fase Achtung Baby  (1991) e Zooropa (1993), mas sem abandonar completamente o apelo pop. Faixas como “No Line on the Horizon” e “Moment of Surrender” apresentam uma construção lenta e grandiosa, com arranjos imersivos e uma abordagem menos imediata. “Magnificent”, por outro lado, combina a ...

Ready an’ Willing (1980): o disco que definiu a sonoridade da primeira fase do Whitesnake

Ready an’ Willing chegou às lojas em 31 de maio de 1980 e é o terceiro álbum do Whitesnake. Um dos discos mais importantes da banda inglesa, este trabalho consolidou a identidade sonora dos primeiros anos do grupo, misturando elementos do hard rock e do blues rock com um groove mais refinado e uma produção mais coesa. Na época, o Whitesnake já havia conquistado um público fiel, principalmente na Europa, com seu som enraizado no blues e na influência do Deep Purple – algo natural, considerando que a banda contava com ex-integrantes do Purple, como o vocalista David Coverdale e o tecladista Jon Lord, além do baterista Ian Paice, aqui em seu primeiro álbum com a banda. Com Ready an’ Willing , o Whitesnake atingiu um novo patamar. A entrada de Ian Paice trouxe uma pegada mais dinâmica à bateria, enquanto Jon Lord preencheu as músicas com seu icônico Hammond, adicionando camadas de profundidade ao som. A formação do álbum conta ainda com Micky Moody e Bernie Marsden nas guitarras e Nei...

Do metal ao AOR: como Point of Entry (1981) dividiu os fãs do Judas Priest

Lançado em 26 de fevereiro de 1981, Point of Entry é o sétimo álbum do Judas Priest e marca um momento peculiar na discografia da banda. Após o grande sucesso de British Steel (1980), que solidificou a banda como uma força do heavy metal, o Judas Priest decidiu seguir uma direção mais acessível e orientada para o mercado norte-americano. O resultado foi um disco que dividiu opiniões: enquanto alguns fãs apreciam sua abordagem mais melódica e radiofônica, outros consideram um dos trabalhos mais fracos do grupo. Diferente do som direto e cortante de British Steel , Point of Entry apresenta uma produção mais polida e uma sonoridade voltada para o hard rock, com riffs menos agressivos e um foco maior em melodias cativantes. Isso reflete a tentativa da banda de expandir sua base de fãs nos Estados Unidos, onde o rock de arena crescia a passos largos todos os dias. A produção, feita pela própria banda junto a Tom Allom, tem um tom mais quente e menos metálico, o que reforça essa mudança...

Lovedrive (1979): o álbum que definiu o som do Scorpions

Lançado em 25 de fevereiro de 1979, Lovedrive é um dos álbuns mais icônicos do Scorpions, marcando uma transição fundamental na sonoridade da banda alemã. Esse trabalho consolida o grupo no hard rock, deixando para trás as influências mais psicodélicas e progressivas de seus primeiros discos. Além disso, Lovedrive é o primeiro álbum a contar oficialmente com Matthias Jabs na guitarra solo, ainda que Michael Schenker (ex-UFO e irmão do guitarrista Rudolf Schenker) tenha gravado algumas faixas antes de deixar a banda novamente. Com Lovedrive , o Scorpions começa a desenvolver o som que os tornaria mundialmente famosos nos anos 1980. O álbum é carregado de riffs poderosos, solos virtuosos e melodias cativantes, estabelecendo um equilíbrio entre a agressividade do hard rock e a emotividade das baladas. Esse estilo se tornaria a marca registrada da banda nos anos seguintes. A produção também reflete essa evolução. Comparado aos álbuns anteriores, como Taken by Force (1977), Lovedrive...

Physical Graffiti (1975): o álbum que definiu a grandeza do Led Zeppelin

Há exatos 50 anos, em 24 de fevereiro de 1975, o Led Zeppelin lançava Physical Graffiti , seu sexto álbum de estúdio e o primeiro sob o selo próprio da banda, Swan Song Records. Esse trabalho duplo não apenas consolidou a posição da banda no topo do rock mundial, mas também destacou a versatilidade musical do grupo, explorando um espectro impressionante de estilos, que vão do hard rock e blues ao folk e elementos orientais. Hoje, meio século depois, Physical Graffiti continua sendo uma obra-prima definitiva do rock, reverenciada por críticos e fãs como um dos álbuns mais ambiciosos e influentes da história. Após o sucesso absoluto de Houses of the Holy (1973), o Led Zeppelin decidiu dar um passo ainda maior na experimentação musical. As gravações de Physical Graffiti ocorreram em 1974 na Headley Grange, uma mansão rural na Inglaterra, onde a banda já havia trabalhado anteriormente e que proporcionava um ambiente descontraído e criativo. Lá, nasceram oito novas faixas, mas, como ex...

Peter Green’s Fleetwood Mac (1968): o Fleetwood Mac em uma obra-prima do blues britânico

Lançado em 24 de fevereiro de 1968, Peter Green’s Fleetwood Mac é o álbum de estreia da banda britânica Fleetwood Mac. Diferente do som pop-rock refinado que a banda adotaria nos anos 1970, este disco é um mergulho profundo no blues britânico, marcado pela guitarra expressiva e a abordagem minimalista de Peter Green, que foi a grande força criativa da banda nessa fase inicial. O álbum é fortemente influenciado pelo blues americano, especialmente pelo estilo de músicos como Elmore James, Howlin’ Wolf e Robert Johnson. Peter Green, ex-integrante do John Mayall & the Bluesbreakers, trouxe uma abordagem emocional e refinada à guitarra, evitando excessos e focando na profundidade das notas e na expressividade. Seu timbre melancólico e técnica econômica fizeram dele um dos guitarristas mais respeitados da época. Ao lado de Green, Jeremy Spencer contribui com sua slide guitar, adicionando uma sonoridade crua e agressiva ao disco. Mick Fleetwood (bateria) e John McVie (baixo), que se to...

Quadrinhos: Coney Island, de Gianfranco Manfredi, Giuseppe Barbati e Bruno Ramella (2022, Editora 85)

Escrita por Gianfranco Manfredi, Coney Island é uma HQ de mafiosos ambientada na Nova York do início do século XX. A trama se desenrola no icônico parque de diversões de Coney Island e combina elementos de ação, crime e até mesmo paranormalidade. A influência do cinema é evidente, tanto na construção narrativa quanto na arte, resultando em uma graphic novel com forte estética cinematográfica. Publicada originalmente na Itália em três volumes entre março e maio de 2015, a obra chegou ao Brasil no final de 2022 em uma edição única de 292 páginas, lançada pela Editora 85. Mantendo o tradicional formato italiano, a publicação inclui orelhas com as capas originais e um texto de apresentação escrito pelo próprio Manfredi. A história acompanha Jack Sloane, um policial durão com os traços do ator Charles Bronson (protagonista do clássico Desejo de Matar ), que se vê mergulhado no submundo do crime após conhecer a bela Brenda Young — uma jovem ingênua do interior que, sem querer, se envolv...

A força do metal britânico: Strong Arm of the Law (1980), um dos grandes álbuns do Saxon

Lançado em setembro de 1980, Strong Arm of the Law é o terceiro álbum do Saxon, uma das bandas mais influentes da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM). Chegando apenas alguns meses após o aclamado Wheels of Steel (lançado em abril de 1980), esse disco consolidou ainda mais a posição do grupo como uma das forças mais poderosas do metal britânico. Com uma abordagem direta, riffs pesados e letras que capturam o espírito rebelde do heavy metal, Strong Arm of the Law se tornou um dos grandes marcos da carreira do Saxon. A sonoridade do álbum é marcada por uma produção crua e intensa, assinada por Pete Hinton e pela própria banda. Mantendo a energia de Wheels of Steel , o disco adota uma pegada ainda mais agressiva e compacta. As guitarras de Graham Oliver e Paul Quinn brilham com riffs velozes e marcantes, enquanto a bateria de Pete Gill impulsiona cada faixa com precisão e força. Biff Byford entrega vocais potentes e melódicos, reafirmando sua presença carismática, e o baixo de St...

Quadrinhos: Pinguim, de Tom King e Rafael DeLatorre (2024-2025, Panini)

Tom King entrega em Pinguim uma história digna dos grandes épicos da máfia que marcaram a cultura pop. Dividida em doze edições e ilustrada pelo brasileiro Rafael DeLatorre, a HQ narra o ressurgimento de Oswald Cobblepot, o Pinguim, após perder seu império do crime em Gotham City. Exilado na vizinha Metropolis, ele reconstrói seu reinado edição após edição, sempre com o toque único da narrativa de King. O roteirista constrói a trama com diálogos afiados, experimenta uma estrutura não linear e, como de costume, resgata personagens obscuros do universo da DC Comics para compor o elenco de coadjuvantes. O Pinguim é retratado como um estrategista brilhante e implacável, um psicopata frio que não hesita em passar por cima de tudo e todos — inclusive de sua própria família — para retomar seu lugar no submundo de Gotham. Com um tom cinematográfico, a HQ parece dialogar com a atual fase do Batman e seu universo nas telas, incluindo o próprio Pinguim. Confesso que estou um pouco desconecta...

The Ultimate Sin (1986): o pecado quase esquecido de Ozzy Osbourne

The Ultimate Sin é o quarto álbum de Ozzy Osbourne e um dos trabalhos mais peculiares de sua carreira solo. Apesar de ter sido um sucesso comercial, alcançando a 6ª posição na Billboard 200 e recebendo certificação de platina, o disco é frequentemente deixado de lado pelo próprio Ozzy, que o considera um dos seus trabalhos menos inspirados. No entanto, uma análise mais atenta revela que The Ultimate Sin tem seus méritos, especialmente no que diz respeito à sua sonoridade e contexto de produção. Este álbum marca a única participação do guitarrista Jake E. Lee como compositor principal em um disco completo de Ozzy. Embora Lee já tivesse tocado no disco anterior ( Bark at the Moon , de 1983), aqui ele tem mais espaço para explorar seu estilo, trazendo riffs mais melódicos e uma abordagem técnica mais refinada. A produção ficou a cargo de Ron Nevison, conhecido por seu trabalho com bandas como UFO e Heart, e isso se reflete no som mais polido e acessível em comparação com os trabalhos ...

End of the Century (1980): o controverso e explosivo encontro entre Ramones e Phil Spector

Quinto álbum dos Ramones, End of the Century chegou às lojas em 4 de fevereiro de 1980 e ocupa um lugar único na discografia da banda. Não apenas pela sonoridade, mas também pela produção controversa de Phil Spector, o disco marcou a primeira de muitas tentativas do grupo de ampliar seu público, flertando com uma estética mais polida e menos crua em comparação aos quatro clássicos que o antecederam: Ramones (1976), Leave Home (1977), Rocket to Russia (1977) e Road to Ruin (1978). A colaboração com Spector, famoso por sua técnica "Wall of Sound", gerou atritos. Conhecido por seu perfeccionismo obsessivo e métodos de trabalho extremos, o produtor impôs gravações exaustivas, com inúmeras repetições, e até relatos de intimidação, incluindo ameaças com uma arma no estúdio. O resultado foi um álbum que dividiu opiniões: enquanto os primeiros trabalhos dos Ramones tinham uma produção direta e crua, End of the Century trouxe arranjos mais elaborados, apostando em um som mais ...

Quadrinhos: Batman – Silêncio (DC de Bolso), de Jeph Loeb e Jim Lee (2025, Panini)

Batman: Silêncio , escrita por Jeph Loeb e ilustrada por Jim Lee, é uma das histórias mais icônicas do Cavaleiro das Trevas. Publicada originalmente entre 2002 e 2003, essa saga se destaca por sua abordagem cinematográfica, ilustrações espetaculares e um enredo que combina ação, mistério e nostalgia para os fãs do herói. A trama segue Batman enfrentando uma nova ameaça em Gotham: um misterioso vilão chamado Silêncio, que parece conhecer todos os seus segredos e manipula os principais inimigos do herói para desestabilizá-lo. Ao longo da história, vemos a participação de grandes personagens do universo do Morcego, com praticamente toda a galeria de parceiros e vilões do Batman aparecendo em algum momento. O roteiro mantém um ritmo dinâmico, misturando elementos de investigação com cenas de ação intensas. O mistério sobre a identidade de Silêncio é o grande motor da narrativa. Loeb trabalha com pistas falsas e reviravoltas, mantendo o leitor intrigado até a revelação final. Além disso...

Roots (1996): quando o metal se encontrou com a cultura brasileira

Lançado em 20 de fevereiro de 1996, Roots é o sexto álbum do Sepultura e um dos mais icônicos da história do metal. Ele representa uma guinada ousada na sonoridade da banda, incorporando elementos da música indígena brasileira e das culturas afro-brasileiras ao peso característico do thrash e groove metal. Se nos discos anteriores – Arise (1991) e Chaos A.D. (1993) - o Sepultura já flertava com a experimentação e a cadência do groove metal, Roots leva essa abordagem a um nível inédito. A influência de bandas como Korn e a ascensão do nu metal no período também ajudaram a moldar a sonoridade mais arrastada e densa do álbum, marcada por guitarras afinadas em tons mais graves e uma percussão tribal marcante. Músicas como “Roots Bloody Roots” e “Attitude” demonstram essa mudança, com riffs pesados, distorções carregadas e um ritmo que foge da velocidade do thrash tradicional. Ao mesmo tempo, faixas como “Ratamahatta” exploram a percussão brasileira de maneira rica e autêntica, conta...

Ratos de Porão e a fúria de Cada Dia Mais Sujo e Agressivo (1987)

Cada Dia Mais Sujo e Agressivo mostra um Ratos de Porão tecnicamente mais apurado, com instrumentais mais elaborados e uma produção que permite que cada elemento sonoro se destaque. As guitarras de Jão trazem riffs rápidos e cortantes, enquanto a cozinha formada por Jabá (baixo) e Spaghetti (bateria) sustenta o peso e a velocidade característicos do crossover thrash. João Gordo, por sua vez, entrega vocais ainda mais intensos e raivosos, traduzindo em gritos toda a insatisfação presente nas letras. O álbum carrega influências tanto do hardcore europeu e americano quanto do thrash metal que crescia no cenário global, com nomes como Slayer e D.R.I. sendo referências diretas. A fusão desses estilos se reflete na variação rítmica entre momentos extremamente velozes e passagens mais cadenciadas, criando uma dinâmica que mantém o ouvinte em constante estado de tensão. Entre as canções, destaque para a clássica “Plano Furado”, que critica as inúmeras tentativas frustradas de controlar a ...