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Mostrando postagens de novembro, 2024

Quadrinhos: Ultimate Homem-Aranha, de Jonathan Hickman e Marco Checchetto (2024, Panini)

O conceito do eterno presente é usado desde sempre no universo dos super-heróis, e é facilmente explicável. Vamos pegar o caso do Homem-Aranha: criado nos anos 1960, o personagem mais popular da Marvel não envelheceu praticamente nada desde então. Dá pra dizer que Peter Parker tem vinte e poucos anos há quase sessenta anos. E isso acontece porque personagens como o Homem-Aranha se transformaram em grandes marcas da cultura pop e são cuidadas e tratadas como tal por suas licenciantes. Dá pra aplicar esse raciocínio ao Batman, ao Superman, aos X-Men, ao Hulk e a qualquer outro super-herói que você imaginar. Isto, no entanto, não é seguindo por Jonathan Hickman em Ultimate Homem-Aranha. Aqui, conhecemos um Peter Parker com 35 anos, casado com Mary Jane e pai de dois filhos, Richard e May. E é justamente na idade adulta que Peter é picado pela aranha radioativa que muda totalmente a sua vida. O projeto Ultimate, na verdade, foi criado pela Marvel nos anos 2000 como uma tentativa de atr...

Review: Motörhead – Overnight Sensation (1996)

Overnight Sensation é um dos discos mais divertidos do Motörhead, mas, infelizmente, também um dos mais subestimados da banda formada por Lemmy Kilmister, Phil Campbell e Mickey Dee. Lançado em outubro de 1996, é o sucessor do pesado Sacrifice e marcou o retorno ao formato trio, após a passagem do guitarrista Wurzel pela encarnação quarteto do grupo. Produzido por Howard Benson, traz onze canções que formam um tracklist bastante variado, incluindo desde as porradas típicas da banda como “Civil War” e “Them Not Me”, até faixas descaradamente mais acessíveis como “I Don’t Believe the World”, em que Lemmy canta variando entre sua voz limpa e seu característico timbre rouco e sujo. São vários os destaques. “Civil War” abre o álbum de forma explosiva, com um riff poderoso e uma letra que fala sobre a luta pela liberdade. A faixa-título é uma das melhores do disco e faz uma crítica à indústria musical e às bandas que se vendem para o sucesso instantâneo. “Eat the Gun” é uma faixa rápid...

Livro: União Perfeita de Elementos Contrários, de Maynard James Keenan e Sarah Jensen (2024, Darkside)

Beira o inacreditável o Tool não ser uma banda mais conhecida no Brasil, assim como é nos Estados Unidos. Mas, em uma análise rápida da cena brasileira e do modo como o fã de metal tupiniquim se relaciona com o seu estilo favorito, isso faz total sentido. No Brasil, o fã de metal é ortodoxo, avesso às novidades e com uma resistência crônica a qualquer banda que se aventure ou traga novos elementos para o seu som. O metaleiro brasileiro evita tudo que soa minimamente fora da caixa, e o Tool, desde a sua formação, apresentou uma sonoridade que nunca deu para colocar dentro de uma caixa, seja ela qual fosse. União Perfeita de Elementos Contrários é uma autobiografia que nos leva por uma jornada profunda e íntima pela vida de Maynard James Keenan, vocalista do Tool. A obra, escrita em parceria com a jornalista Sarah Jensen, oferece um olhar único e autêntico sobre a trajetória de um dos artistas mais peculiares do rock contemporâneo e, por tabela, aborda também questões relacionadas ao ...

Review: Saxon – Crusader (1984)

Crusader marcou uma mudança na sonoridade do Saxon. Lançado em 30 de janeiro de 1984 e produzido por Kevin Beamish, o disco traz a banda se afastando da sonoridade clássica do metal britânico e levando sua música para um caminho mais acessível. A inclusão de influências de hard rock, que decolava para dominar as paradas norte-americanas na época, foi um movimento pensado para tornar a banda mais conhecida e forte nos Estados Unidos, porém esse ajuste não foi bem aceito por uma parcela dos fãs. Com dez faixas, incluindo entre elas uma versão para “Set Me Free”, do Sweet, Crusader contrasta bastante com clássicos como Wheels of Steel (1980) e Denim and Leather (1981), ainda que funcione como uma sequência lógica de Power & The Glory (1983), seu antecessor. A produção de Beamish deixou a banda com um som muito limpo e refletiu também na percepção de falta de peso que o álbum transmite. De modo geral, dá pra classificar Crusader como um trabalho de hard rock, ainda que tenha ger...

Quadrinhos: A Piada Mortal (DC de Bolso), de Alan Moore e Brian Bolland (2024, Panini)

Escrita por Alan Moore e ilustrada por Brian Bolland, A Piada Mortal é uma das histórias mais aclamadas e controversas do universo do Batman. Publicada originalmente em 1988, a HQ explora a psicologia do Coringa de forma perturbadora, estabelecendo um novo patamar para a representação desse icônico vilão. A narrativa gira em torno de um dia na vida do Coringa, no qual ele decide provar sua teoria de que qualquer pessoa pode ser levada ao limite ao viver um dia ruim. Para isso, ele escolhe como alvo o Comissário Gordon, a quem sequestra e tortura, além de levar sua filha, Barbara, a um encontro traumático. A história mergulha na mente doentia do Coringa, revelando um passado nebuloso e explorando os limites da sanidade. Moore constrói um vilão complexo e multifacetado, questionando se o Coringa é um produto de sua própria loucura ou uma vítima das circunstâncias. A Piada Mortal se destaca por seu realismo e tom sombrio, explorando temas como loucura, violência e a fragilidade da me...

Review: Kiko Loureiro – Theory of Mind (2024)

Theory of Mind é o sexto álbum solo de Kiko Loureiro e o primeiro lançamento do guitarrista brasileiro após a sua saída do Megadeth. O disco explora o conceito da Teoria da Mente, que é a habilidade de compreender e atribuir estados mentais como crenças, emoções e intenções a si mesmo e aos outros, colaborando assim para a predição de comportamentos. Kiko parece querer, com isso, explorar os seus sentimentos em relação à tudo o que viveu após a saída do Megadeth. Como todos os seus discos, Theory of Mind é instrumental. Aqui temos Kiko acompanhado pelos ex-colegas de Angra Felipe Andreoli no baixo e Bruno Valverde na bateria, mais a sua esposa, Maria Ilmoniemi, no teclado. A produção foi assinada pelo próprio guitarrista junto com Adair Daufembach. O álbum traz onze faixas e é o sucessor de Open Source (2020). A linda arte da capa foi criada pelo artista brasileiro Gustavo Sazes. Kiko explora os elementos que o tornaram uma referência na guitarra, como o altíssimo nível de técni...

Review: Jelusick – Follow the Blind Man (2023)

Imagine que David Coverdale fosse décadas mais novo e tivesse iniciando a sua carreira agora. Bem, é provável que o som que o icônico vocalista do Whitesnake fizesse nesse multiverso musical seria bem próximo do que ouvimos em Follow the Blind Man , álbum do cantor croata Dino Jelusick. Não por acaso, Dino faz parte da formação atual do Whitesnake como tecladista e vocalista de apoio, dando suporte a um Coverdale que já não possui a potência do passado. O álbum é uma verdadeira montanha-russa de riffs pesados, melodias cativantes e a voz marcante de Dino, com uma sonoridade que é uma mistura de hard rock clássico com influências modernas, resultando em um som fresco e energético. Além de Dino, a banda que o acompanha é composta por músicos talentosos e conta com o próprio Jelusick no vocal, teclado e guitarra, Ivan Keller na guitarra, Luka Broderick no baixo e Mario Lepoglavec na bateria. A produção, atual e com timbres cheios, foi assinada pelo vocalista. Segundo Jelusick, o disco...

Quadrinhos: A Cegueira Iminente de Billie Scott, de Zoe Thorogood (2023, Conrad)

Em A Cegueira Iminente de Billie Scott  conhecemos a história de uma jovem e promissora artista plástica que tem a sua nascente carreira comprometida quando, após um evento traumático, recebe o diagnóstico de que perderá a visão em apenas duas semanas. Querendo deixar um legado, Billie começa então uma produção frenética para produzir suas obras derradeiras. A HQ é o trabalho de estreia da quadrinista inglesa Zoe Thorogood e foi publicada em 2020 na Europa e Estados Unidos, com a edição brasileira saindo em 2023 pela Conrad Editora no formato 21x28, 160 páginas e com tradução de Andressa Lelli. A arte de Billie, inicialmente baseada na visão, se transforma em um canal de expressão mais íntimo e profundo. O diagnóstico a força a explorar outras dimensões da criação artística, principalmente a sua memória. A obra nos mostra como a arte pode ser uma ferramenta poderosa para dar sentido ao mundo, independentemente das limitações físicas.   A cegueira, além de um fato bio...

Quadrinhos: Rain, de Joe Hill, David M. Booher e Zoe Thorogood (2023, Devir)

Rain é uma adaptação em quadrinhos do conto Chuva , do renomado escritor Joe Hill. A história, publicada originalmente no livro Tempo Estranho , ganhou nova vida nas mãos de David M. Booher e Zoe Thorogood, que transformaram um conto arrepiante em uma graphic novel visualmente impactante. O livro foi publicado pela Harper Collins em 2019, e a HQ chegou no Brasil no final de 2023 pela Devir em uma edição de capa brochura com 152 páginas e tradução de Giovana Bomentre. A edição conta com uma longa galeria de artes como extra. Hill é conhecido pelas histórias de horror, talento que está em seu DNA, afinal ele é filho de um dos maiores escritores do nosso tempo, o genial Stephen King. A história parte de uma premissa perturbadora e tem início em um dia aparentemente comum, quando um jovem casal se prepara para iniciar uma nova vida juntas. No entanto, uma tempestade inesperada transforma o dia ensolarado em um pesadelo: a chuva que cai não é composta por água, mas por agulhas de cristal...

Review: Evanescence – Fallen (2003)

Lançado em 4 de março de 2003, Fallen , álbum de estreia do Evanescence, apresentou a banda norte-americana para o público no melhor estilo possível. Foram mais de 10 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos e mais de 17 milhões em todo o mundo, números que transformaram o Evanescence em um dos maiores fenômenos do rock do início do século XXI. Fallen ajudou a popularizar o rock gótico, tornando o gênero mais acessível e atraindo um público mais amplo. As melodias cativantes e as letras introspectivas conquistaram fãs de diferentes idades e origens. Amy Lee, com sua voz poderosa e presença marcante, tornou-se um ícone. Suas letras, que abordam temas como amor, perda e força interior, inspiraram muitas mulheres a encontrarem sua própria voz e a expressarem seus sentimentos. Musicalmente, é inegável a influência de bandas como The Cranberries e de artistas como Tori Amos, que exploravam temas mais sombrios e melancólicos explorando melodias cativantes e vocais poderosos. ...

Review: Whom Gods Destroy – Insanium (2024)

De certa forma, o Whom Gods Destroy dá sequência ao que o Sons of Apollo vinha fazendo. Explico: contando com o guitarrista Ron “Bumblefoot” Thal e com o tecladista Derek Sherinian, o grupo entrega uma sonoridade semelhante ao supergrupo que os dois tinham (ou ainda tem, isso não ficou claro) com Mike Portnoy. O retorno do baterista ao Dream Theater deixou todos os projetos em que ele estava envolvido em banho-maria, e com isso a dupla decidiu seguir em frente com o ótimo vocalista Dino Jekusick (também no Whitesnake, onde é a voz backup de David Coverdale), o baixista Yas Nomura e o baterista Bruno Valverde (Angra). Produzido pela própria banda e mixado por Bumblefoot, Insanium foi lançado em março. O álbum entrega uma sonoridade rica e variada, que mescla elementos de hard rock, metal progressivo e power metal. A banda não se prende a um único estilo, explorando diversas nuances. As músicas são complexas, cheias de detalhes e mudanças de dinâmicas, mas ao mesmo tempo cativante...

Review: Nestor – Teenage Rebel (2024)

Apostando em um nostálgico retorno aos anos 1980, a banda sueca Nestor mescla elementos clássicos com uma sonoridade moderna em Teenage Rebel , seu segundo disco. Formado durante aquela década, o quinteto passou por uma reformulação e lançou o seu debut, Kids in a Ghost Town , apenas em 2021. Teenage Rebel aprimora a receita do primeiro disco e demonstra a grande maestria da banda em capturar a essência da sonoridade que dominou a década de 1980, aquela espécie de hard rock com elementos de AOR e que aqui no Brasil se popularizou nos clássicos comerciais de TV dos cigarros Hollywood. O álbum traz evidentes referências a bandas icônicas do período como Bon Jovi e Def Leppard, o que fará com que os fãs do estilo não apenas sintam uma conexão imediata com a música dos suecos, como também não encontrem dificuldades em gostar do disco. As letras falam sobre rebeldia, juventude e corações partidos. Ao mesmo tempo, as guitarras entregam belos solos, enquanto melodias cativantes são constr...

Review: Mastodon – Crack the Skye: 15th Anniversary Deluxe Edition (2024)

Crack the Skye , lançado em 2009, é considerado por muitos fãs e críticos como o ápice da criatividade e ambição do Mastodon. O álbum é conceitual e narra a história de um paraplégico que embarca em viagens astrais e se vê imerso em realidades alternativas. O disco é um divisor de águas na carreira da banda norte-americana, pois combina elementos de metal progressivo com influências do rock psicodélico e do jazz. O Mastodon demonstra uma versatilidade impressionante em Crack the Skye , alternando entre passagens pesadas e agressivas, momentos de delicadeza e introspecção, e experimentações sonoras que desafiam as convenções habituais do metal. Há uma ampla gama de influências no disco, indo desde o rock progressivo dos anos 1970 até a exuberância do jazz fusion. Essa diversidade sonora confere ao álbum uma identidade única e memorável. Os destaques são muitos. “Oblivion”, a faixa de abertura, é uma introdução perfeita ao universo único do trabalho, com uma construção gradual e um s...

A ligação entre o maior clássico do Pantera e o filme O Exorcista

Vulgar Display of Power , sexto álbum do Pantera, acabou de ser relançado no Brasil pela Wikimetal. Um dos discos mais influentes da história do metal, é um trabalho fundamental e que moldou profundamente o estilo a partir da década de 1990. Entre suas canções estão clássicos eternos como “Mouth For War”, “A New Level”, “Walk”, “Fucking Hostile” e “This Love”. O álbum estava fora de catálogo há mais de dez anos, e a nova edição segue o padrão dos itens da Wikimetal, com o CD vindo em slipcase e mantendo o mesmo encarte das versões anteriores. Já falei das canções e da influência de Vulgar Display of Power nesta análise , então decidi focar este texto no título do disco, que possui uma história muito interessante e que pouca gente conhece.  Você sabia que a origem da frase “vulgar display of power” vem de um diálogo do filme O Exorcista (1973), um dos maiores clássicos do terror? Em uma das cenas mais memoráveis do filme, a personagem Regan, possuída pelo demônio, diz ao p...

Review: Pantera – Cowboys From Hell (1990)

Os primeiros acordes da música que abre e intitula Cowboys From Hell já mostravam que algo havia ocorrido com o Pantera. Em vez do glam metal sem muito identidade dos quatro discos anteriores, surgia um som pesado e inovador conduzido pela guitarra singular de Dimebag Darrell e pela bateria cheia de groove de Vinnie Paul, tudo amplificado pelo vocal agressivo de Phil Anselmo e pelo baixo onipresente de Rex Brown. O que havia acontecido com o Pantera? Lançado em 24 de junho de 1990, Cowboys From Hell é considerado um álbum seminal no desenvolvimento do groove metal, subgênero do metal que combina elementos do thrash com ritmos mais pesados e grooveados. O disco, que marcou uma mudança radical no som da banda em relação aos trabalhos anteriores, é amplamente reconhecido por sua agressividade, letras cruas e produção impecável. O Pantera desempenhou um papel fundamental na popularização e definição do groove metal. A dobradinha Cowboys From Hell e seu sucessor, o igualmente clássic...

Review: Iron Maiden – A Real Live One (1993)

O Iron Maiden capitalizou bastante com a saída de Bruce Dickinson em 1993. Se era para perder o seu vocalista, que isso ao menos fizesse a banda encher os cofres. Além dos shows da turnê de despedida, o giro rendeu nada menos que três álbuns ao vivo: A Real Live One , A Real Dead One e Live at Donington . O primeiro foi o mais interessante deles e saiu em março de 1993 com um tracklist formado por canções que ainda não haviam ganhado versões ao vivo oficiais e vieram dos álbuns lançados após Live After Death (1985). A Real Live One captura a energia e a intensidade das performances ao vivo do Iron Maiden durante a turnê de Fear of the Dark (1992), com 11 faixas gravadas em 9 cidades europeias diferentes – Helsinki, capital da Finlândia, comparece com três canções. Um dos aspectos mais importantes de A Real Live One , ao lado da decisão de focar em canções vindas dos álbuns recentes, foi a capacidade de transportar o ouvinte diretamente para um show do grupo. A produção, assin...

Review: Pet Shop Boys – PopArt: The Hits (2003)

Quando falamos de duos e música eletrônica, poucos nomes são mais significativos do que a dupla britânica Pet Shop Boys, que conta com o vocalista Neil Tennant e o tecladista Chris Lowe. Formado em Londres em 1981, o grupo segue na ativa até hoje, tendo lançado em 2024 o seu décimo quinto disco, Nonetheless (2024). A carreira da dupla está muito bem representada na compilação PopArt: The Hits , que chegou às lojas em 2003 e encapsula perfeitamente a dualidade artística dos Pet Shop Boys. O título já antecipa a fusão entre o popular e o sofisticado que define a música da dupla. No primeiro disco, Pop , encontramos hits como “Go West” e “It's a Sin”, que conquistaram o mundo. Já o segundo, intitulado Art , apresenta faixas mais introspectivas e complexas como “Being Boring” e “Left to My Own Devices”. Essa dicotomia entre o acessível e o experimental é uma marca registrada da dupla, que sempre soube equilibrar melodias cativantes com letras inteligentes e arranjos elaborados. A...

Livro: Andre Matos – A Obra, de Clovis Roman e Gustavo Maiato (2023, Estética Torta)

Conhecida pela publicação de biografias de artistas e bandas, a Estética Torta também possui projetos próprios e que vão além de trazer para o Brasil obras de autores estrangeiros. Um dos principais títulos do catálogo da editora, inclusive, é um destes exemplos, e trata-se de Andre Matos – O Maestro do Heavy Metal , livro escrito por Eliel Vieira e Luis Aizcorbe, uma obra excelente e merecedora de todos os elogios. Outra das inciativas de produzir material próprio também aborda o vocalista do Viper, Angra e Shaman, e é Andre Matos – A Obra , da dupla Clovis Roman e Gustavo Maiato. O propósito aqui é analisar todas as letras escritas por Andre nas bandas e projetos pelos quais passou e também em seus álbuns solo, revelando contextos, curiosidades e significados através da interpretação dos autores, que se debruçaram sobre 94 composições presentes em 13 discos – Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate do Viper; Angels Cry , Holy Land e Fireworks do Angra; Ritual e Reason do Shaman...

Review: Judgment Night – Music From the Motion Picture (1993)

A trilha sonora de Judgment Night foi mais do que apenas uma coleção de músicas para um filme. Foi um marco na história da música, unindo, de forma inovadora e explosiva, dois gêneros que, até então, raramente se encontravam: o rock e o rap. Lançada em 1993, se tornou um clássico instantâneo, não apenas pela qualidade das faixas, mas também pela importância cultural e musical que representou. Ao reunir nomes como Pearl Jam, Cypress Hill, Faith No More, Boo-Yaa T.R.I.B.E., Slayer, Ice-T e muitos outros, o álbum desafiou as convenções e mostrou que o rock e o rap podiam coexistir de forma harmoniosa e criativa. A química entre os artistas era evidente em cada faixa. A combinação de guitarras distorcidas com rimas afiadas resultou em hinos como "I Love You Mary Jane" (Cypress Hill e Sonic Youth), "Another Body Murdered" (Faith No More e Boo-Yaa T.R.I.B.E.), "Just Another Victim" (Helmet e House of Pain) e "Disorder" (Slayer e Ice-T). O sucesso ...