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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Vintersorg - Solens Rötter (2007)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: ***1/2 No mundo do heavy metal, músicos que ousam inovar não são, geralmente, bem vistos. Para os chamados trues, quem comete a heresia de misturar seu gênero musical favorito, o metal (um estilo puro para eles), com outras sonoridades, comete, de maneira geral e em uma generalização simplista, um crime imperdoável. O músico sueco Vintersorg é mais um nessa lista. Extremamente talentoso, dono de uma originalidade absurda e de uma criatividade sem limites, sempre pautou seus álbuns pela busca de uma sonoridade ímpar, pautada pela união do lado mais extremo da música pesada com elementos da cultura de seu país. Ou seja, seu som é repleto de instrumentos considerados supérfluos pelos mais radicais, como violões, flautas e violinos, convivendo em perfeita harmonia com guitarras distorcidas. Seu novo álbum, "Solens Rötter", segue o caminho dos cinco trabalhos anteriores ("Till Fjälls" de 1998, "Öd...

Sounder - Hell Hymns (2008)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: ***1/2 Formado por Gerson Horror (vocal e guitarra), Daniel Koervo (bateria) e Erick Maddog (baixo, ex-Comando Nuclear, que recentemente se juntou ao grupo, mas não gravou o álbum), o Sounder é um grupo de thrash metal paulista formado em 2006. A banda lançou sua primeira demo, "The Thrash Metal Lives", em março daquele ano, alcançando boa repercussão junto à mídia especializada, o que os motivou a gravar seu primeiro disco, "Hell Hymns". O álbum contém dez faixas que trazem influências, principalmente, de dois dos principais nomes da cena thrash metal oitentista: o Metallica e o Slayer. Ouvem-se nitidamente o impacto das guitarras pedaladas de James Hetfield e Kirk Hammet na época de "Kill´Em All", quando o som do Metallica ainda era mais cru. Além disso, algumas das melodias criadas por Gerson Horror bebem nessa mesma fonte. Em relação ao Slayer, percebe-se que Horror e seus asseclas t...

Lumina - Project (2008)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: **** O Lumina é um trio de free jazz / fusion formado por instrumentistas experientes e acima de qualquer suspeita. Fazem parte do grupo o guitarrista Johny Murata (que também atua como compositor, arranjador, engenheiro de som e produtor, além de ser um músico disputadíssimo no cenário da world music), o baixista Sizão Machado (que já tocou com ícones como Chet Baker, Chico Buarque, Elis Regina, Airto Moreira e inúmeros outros) e o baterista Fabio Fernandes (também na Banda do Sol, e com passagens pelos conjuntos de Rogério Duprat e Hermeto Paschoal). Como se vê, todos com currículos extensos e muita estrada nas costas. A banda surgiu de uma jam session entre Murata e Fernandes, que, entusiasmados com o resultado, decidiram entrar em estúdio para registrar suas composições. Para isso convocaram Sizão Machado, e o resultado é esse "Project", primeiro álbum do Lumina. Totalmente instrumental, o trabalho tran...

Glenn Hughes - First Underground Nuclear Kitchen (2008)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: ***1/2 "First Underground Nuclear Kitchen", novo trabalho do veterano Glenn Hughes, recebeu resenhas entusiasmadas de uma parcela considerável da crítica especializada, que apontou o álbum como o melhor de Hughes em muitos anos. A pergunta é: seria para tanto? Acompanhado por Chad Smith na bateria e Luis Maldonado na guitarra, além das participações em algumas faixas de JJ Marsh e George Nastos nas seis cordas, bem como dos tecladistas Anders Olinder e Ed Roth, Glenn passeia com propriedade e experiência pelo hard rock, pelo funk e pelo soul, gêneros fundamentais em sua formação. A abertura com "Crave" desce redondo. A faixa-título é um hit bruto, com um refrão repleto de balanço, pronto para ser cantado a plenos pulmões por platéias ensandecidas ao redor do planeta. Glenn acerta a mão no funk de "Love Communion", na sensibilidade soul de "Imperfection" e no peso de "Never...

Dismember - Dismember (2008)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: **** Indiscutivelmente, os suecos do Dismember vivem uma ótima fase. Depois do arregaço que foi "The God that Never Was", lançado em 2006, o grupo continua mostrando uma força impressionante em seu novo álbum, batizado apenas com o nome da banda. Oitavo trabalho de sua carreira, iniciada em 1988 em Estocolmo, "Dismember", que chegou às lojas européias em 18 de fevereiro de 2008, mostra o conjunto executando o death metal pesadíssimo que fez a sua fama, mas também abre espaço para a inserção de algumas características de outros gêneros, agregando ainda mais qualidade ao seu som. É o caso de "Death Conquers All", com mudanças de andamento e riffs que são puro thrash metal. Já "Europa Burns" traz guitarras que, em alguns momentos, poderiam muito bem pertencer a uma banda de hard rock - e quando eu falo hard não estou me referindo ao estilo associado aos grupos norte-americanos do ...

Stratovarius - Visions (1997)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Why Dontcha Cotação: ****1/2 Dando sequência a sua política de relançamentos, a Dynamo Records recoloca no mercado brasileiro o clássico "Visions", sexto trabalho do Stratovarius e responsável por transformar a banda em um dos maiores nomes do power metal da década de noventa. Lançado originalmente em 28 de abril de 1997, o disco contém alguns dos maiores hinos da carreira dos finlandeses, como "The Kiss of Judas", "Black Diamond", "Forever Free" e "Before the Winter". A qualidade das composições é tamanha que a primeira metade do álbum parece mais uma coletânea. Passados mais de dez anos de sua chegada ao mercado, a coesão de suas faixas ainda surpreeende não só o ouvinte novato, que toma contato com suas canções pela primeira vez, mas também o banger mais veterano, que reafirma a sua crença no talento e na capacidade criativa do grupo. Mas a força de "Visions" não está somente...

Minha Coleção: Michel Camporeze Téer

Michel, ao contrário da maioria dos colecionadores que já entrevistei, a sua coleção é focada em uma banda brasileira. Que diferenças existem, na sua opinião, entre colecionar material de um grupo nacional e de um estrangeiro? Acredito que a principal diferença seja realmente a distância. Tenho amigos que são colecionadores de bandas gringas e que para que eles possam adquirir CDs e itens raros precisam importar esses materiais. Outra questão é que muitas delas nunca pisaram no Brasil, o que é muito triste. Nesse ponto me considero um cara de sorte, pois o Dr Sin é uma banda brasileira e posso assisti-los ao vivo com freqüência. O que o atraiu tanto no trabalho do Dr Sin a ponto de você decidir iniciar e manter uma coleção do grupo? Sem dúvida nenhuma, o ponto que mais me chamou atenção na banda foi a qualidade musical. Ao ouvir o Dr Sin me identifiquei com as letras das músicas, e a instrumentação da banda consegue unir virtuosismo, criatividade e bom gosto. Quantos discos você tem? N...

O Jazz e Sua Formação - Parte 3

Por Fábio Pires Pesquisador e Colecionador Collector´s Room Isto é Jazz O formato de jazz band que conhecemos atualmente tem a ver com o agrupamento inicial de instrumentistas no começo da cena jazzística, músicos amadores que tinham uma mesma idéia para tocar um estilo de que tanto gostavam. Os primeiros grupos que formaram um jazz mais 'organizado' surgiram por volta do início do século XX, com instrumentos bem diferentes daqueles que caracterizavam os anos 40 ou mesmo os grupos de jazz rock que começaram no início dos 60, abrindo seu espaço definitivo junto à transformação musical que viveu essa década e que tanto conhecemos. A habilidade dos instrumentistas por volta de 1890 não era uma primazia, não havia uma formação técnica, algo que veio a ocorrer mais tarde, com músicos que passamos a conhecer pela mídia, como Louis Armstrong, Duke Ellington ou Chet Baker. Os músicos eram mais autodidatas do que exímios concertistas, tocavam instrumentos pelo fato desses virem parar e...