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Mostrando postagens de junho, 2016

Review: Amon Amarth - Jomsviking (2016)

Há um problema sério com Jomsviking , décimo álbum da banda sueca Amon Amarth: a partir do momento em que você decide dar o play em “First Kill”, primeira faixa, é praticamente impossível pausar a audição até chegar em “Back on Northern Shores”, a última do disco.  Produzido por Andy Sneap, um dos maiores e mais prolíficos produtores do metal contemporâneo, Jomsviking é o primeiro álbum conceitual do Amon Amarth e tem como tema a história de um guerreiro apaixonado por uma garota já casada com outro cara. No meio do caminho o personagem principal mata acidentalmente um homem e precisa fugir para longe, mas jura retornar e reconstruir sua vida ao lado de sua paixão. Uma trama que caberia muito bem em um filme meloso da Sessão da Tarde, mas que aqui ganha a leitura e abordagem de uma das mais importantes bandas do death metal melódico atual, e o principal nome do que podemos chamar de metal viking. Cachoeiras de melodia são despejadas em cada uma das onze faixas, sempr...

Alguns dos discos de rock mais raros (e caros) do mundo

A lista abaixo compila alguns dos discos mais raros e caros do universo de quem coleciona música. Foquei apenas em álbuns e EPs, deixando os singles/compactos de fora. Outro corte foi a opção de trazer apenas títulos de artistas populares e conhecidos, e que se encaixam no universo do rock and roll. Desnecessário dizer que todos os títulos referem-se ao formato LP, que os preços indicados variam conforme o estado de conservação (os valores citados são os utilizados em sites destinados a colecionadores de discos como Eil, MusicStack e outros) e são relativos apenas às edições cujas características são explicadas no texto que acompanha cada um dos títulos. Bob Dylan - The Freewheelin’ Bob Dylan (1963) A primeira versão norte-americana, com prensagem limitada a poucos exemplares, vinha com quatro músicas que foram retiradas das edições anteriores: “Rocks and Gravel”, “Let Me Die in My Footsteps”, “Gamblin' Willie’s Dead Man’s Hand” e “Talkin' John Birch B...

Review: Seu Juvenal - Rock Errado (2016)

O Brasil é um país continental. E isso faz com que diferentes regiões tenham culturas, costumes e referências próprias. Isso, é claro, também é refletido na música. Cada estado tem seus ícones, suas lendas locais, seus heróis. E que são, de modo geral, desconhecidos e ignorados no resto do Brasil.  O Seu Juvenal é um desses exemplos. Com mais de 20 anos de carreira, a banda mineira chega ao seu terceiro disco, Rock Errado . E eu, aqui do outro lado do mundo, nunca havia escutado os caras. Mas sempre há tempo para corrigir as coisas. Com dez faixas, Rock Errado traz uma sonoridade que varia entre canções mais pesadas e agressivas, e outras com uma pegada mais pop e suave. Como referência para o ouvinte, há uma certa semelhança com o Barão Vermelho dos bons tempos, com uma sonoridade mais crua e direta, similaridade evidenciada pela semelhança da voz de Bruno Bastos com a de Frejat e a formatação básica de guitarra, baixo e bateria. Ainda que a banda cite em...

Discoteca Básica Bizz #052: Sam Cooke - The Man and His Music (1986)

Entre as dezenas de coletâneas disponíveis, esta tem bons motivos para ser considerada a antologia definitiva do Mr. Soul. Além da remasterização digital de todas as gravações, é a única que privilegia composições do próprio Sam Cooke, e que inclui - antes do desfile de hits clássicos - faixas de sua fase gospel. Segundo a bíblia do assunto, The Gospel Sound: Good News and Bad Times , de Anthony Heilbut, os Soul Stirrers foram os verdadeiros criadores do som do quarteto vocal - um dos modelos tradicionais da gospel music que, transplantado para o terreno pop, daria o doo wop. Sam Cooke tinha 19 anos quando recebeu o convite para ingressar nos Stirrers, substituindo o solista R.H. Harris, em 1950. Em pouco tempo tornou-se uma das maiores estrelas do circuito gospel com os mesmos ingredientes que impulsionaram sua meteórica carreira pop: carisma sofisticado e tranquilo em uma voz capaz de rasgar, delirar, sobrevoar, sempre sem o menor esforço. Keith Richards: " Sam Cooke é...

Review: Cavera - Until for Rational Consumption (2016)

Until for Rational Consumption é o primeiro disco do quarteto gaúcho Cavera, natural da cidade de Carlos Barbosa. O álbum foi precedido pelo EP Mental Killer , de 2013. A sonoridade é um metal contemporâneo, que não tem medo de trilhar os caminhos mais atuais da música pesada. Isso é traduzido em canções logicamente agressivas, mas que trazem passagens que buscam fugir do convencional, além da constante experimentação com andamentos fora do comum. Nas críticas que li a respeito do disco encontrei alusões ao System of a Down, com textos relacionando o Cavera ao quarteto norte-americano. Confesso que essa associação não passou nem próxima de meus ouvidos. O que me chamou a atenção foi a similaridade sutil, em alguns aspectos, com o Slipknot (mas bem de leve, mesmo).  Muito bem produzido, Until for Rational Consumption traz treze faixas bem desenvolvidas, que mostram o ótimo estágio que a banda se encontra. Alguns pontos ainda podem melhorar, principalmente nos vocais ...

Novas bandas pra você ouvir: Rebel Machine, Seven Days War e Bruno Mansini

O Rebel Machine vem de Porto Alegre e o negócio aqui é hard rock direto ao ponto, agressivo e sem firulas. Esbanjando energia e testosterona, o quarteto lançará o seu primeiro disco, Nothing Happens Overnight , dia 11 de julho. Produzido pela própria banda, o álbum traz oito faixas em 32 minutos de boa música, com influências que vão de Danko Jones a Monster Truck. Grande potencial e previsão de um futuro promissor para os caras! Facebook - https://www.facebook.com/rebelmachineofficial/ O Seven Days War vem de Canoas, e também trilha as praias do hard rock. A banda acaba de disponibilizar o seu EP de estreia, que traz uma sonoridade contemporânea e que equilibra influências clássicas com elementos mais atuais, como o groove de nomes como Five Finger Death Punch. Com excelente produção, instrumental afiado, ótimo trabalho de guitarras e boas composições, a banda é uma novidade suculenta pra quem curte o gênero. Ouça o disco de estreia aqui ->  A New Beginn...

Review: Zakk Wylde - Book of Shadows II (2016)

Lançado em junho de 1996, Book of Shadows  foi uma anomalia na carreira de Zakk Wylde. Um disco calcado no country e na rica tradição do cancioneiro popular ianque, com uma sonoridade totalmente diferente da que consagrou o guitarrista norte-americano. E é justamente nesse contraste em relação a tudo que Wylde gravou com o Black Label Society e com Ozzy Osbourne que está a principal qualidade de Book of Shadows , que mostrou uma faceta até então inédita de Zakk, e de uma maneira incrivelmente espontânea e autêntica. Duas décadas depois, Zakk Wylde está de volta ao universo de Book of Shadows . Neste período, além do enorme desenvolvimento como músico, o cara casou, virou pai, saiu da banda de Ozzy e adentrou uma bem-vinda fase de sobriedade, distante dos excessos etílicos de antes. É este novo homem o responsável por Book of Shadows II , lançado no início de abril nos Estados Unidos e que chega ao Brasil pela Hellion Records. Se antes o vocalista e guitarrista e...

Discoteca Básica Bizz #051: The Byrds - Younger Than Yesterday (1967)

Tentar apontar o melhor grupo do rock ianque dos anos 1960 poderia nos levar a uma infindável discussão. Mas, se em vez disto tivéssemos de eleger o mais influente, os Byrds certamente seriam um nome de consenso, graças a seu relevante papel na moldagem de boa parte das grandes bandas surgidas nos anos seguintes. A eclosão dos Beatles e a repercussão do rock inglês nos Estados Unidos acabaram dando ao rhythm and blues - então em franca decadência - um novo alento, levando dezenas de jovens músicos a abandonarem a majoritária cena folk. Foi o que ocorreu também com os futuros membros dos Byrds, na ocasião dispersos em vários grupo acústicos: Jim (aliás, Roger) McGuinn nos Limelighters, Gene Clark nos New Christy Minstrels, Chris Hillman nos Hilmen e David Crosby nos Lex Baxter Balladeers. Assim, McGuinn, Clark e Crosby formaram o Jet Set em Los Angeles, que, com a entrada de Hillman no baixo e Michael Clarke (um velho amigo de Crosby) na bateria, originou o Beefeater. McGu...

Review: Denner / Shermann - Masters of Evil (2016)

Masters of Evil é um presente para os fãs do Mercyful Fate. O álbum é o primeiro full-length da dupla Hank Shermann e Michael Denner, ambos ex-guitarristas da lendária banda dinamarquesa. A parceria entre os dois músicos foi responsável pela criação de uma das marcas registradas do Mercyful Fate: as melodias de guitarra contagiantes, sempre presentes nas canções e que contrastavam com as letras repletas de histórias de terror escritas por King Diamond. Devo dizer que nunca fui muito fã do MF. Reconheço com sobras a influência dos caras na história e na evolução do metal, mas nunca consegui digerir os vocais de Diamond, com aqueles agudos que sempre soaram exagerados e desnecessários aos meus ouvidos. Opiniões à parte, este é um aspecto que não se repete em Masters of Evil (o CD é o sucessor do EP Satan’s Tomb , disponibilizado em 2015).  Tendo o norte-americano Sean Peck (ex-Cage) nos vocais (o baixista Marc Grabowski e o baterista Snowy Shaw completam o time), o De...