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Mostrando postagens de julho, 2014

Playlist Collectors Room: a música na década de 1980

A década de ouro do pop em uma playlist com 111 faixas inesquecíveis. De Michael Jackson a Echo and The Bunnymen, de Madonna a The Clash, do pop ao rock, grandes canções que mostram o quanto os anos 1980 foram essenciais para a música. Para ouvir, clique aqui. Por Ricardo Seelig

Incantation: crítica de Dirges of Elysium (2014)

O Incantation não está entre os pilares do death metal em termos de genialidade ou apelo. Não é sucesso de crítica, tampouco público. Há quem diga que seja do segundo escalão do gênero, o que, provavelmente, faz sentido. Porém, a banda capitaneada pelo maestro John McEntee alcançou algo tão ou mais importante do que qualquer reverência estética: respeito e credibilidade. McEntee, uma das lendas do underground norte-americano, formou a banda em 1989. São pelo menos 25 anos empunhando a bandeira de um estilo que passou por mutações, absorveu influências diversas e ainda se mostra um tanto quanto vigoroso, apesar das intempéries. É nítido que o death metal reagiu melhor ao tempo, sempre implacável, do que o thrash e o black, seus irmãos de sangue. Em meio a tudo isso, o Incantation conseguiu forjar uma trajetória linear. Regular ao extremo, não oscilou entre álbuns acima da média e trabalhos decepcionantes, como alguns de seus pares. Sempre constante, desenvolveu sua identidade...

O fundamentalismo metálico

“ Você não escolhe o heavy metal, o heavy metal escolhe você ”. Li essa frase dia desses em uma rede social. Ela expressa, infelizmente, o pensamento de uma parcela considerável de fãs de metal: a de que são apreciadores de uma forma de arte superior, que são “escolhidos” e “agraciados” com o dom e a capacidade de curtir a música pesada. Um tremendo papo furado, como qualquer pessoa com meio neurônio sabe bem. Música é apenas música. Ela não está nem próxima da religião, apesar de a religião a utilizar como ferramenta em certos momentos. Música não é fanatismo, longe disso. Música é, antes e acima de tudo, liberdade. É o prazer de encontrar uma canção que traduz o que se está sentindo, que casa com aquele momento da sua vida e o acompanha até o último dos seus dias. Música é pessoal e subjetiva. O que eu gosto é o que eu gosto. O que você gosta é o que você gosta. E ponto final. Ou seja, não combina com fanatismo, com regras, com visões distorcidas da realidade. O heavy metal é farto...

Anathema: crítica de Distant Satellites (2014)

e.mo.ção: 1 - Complexo estado moral que envolve modificações da respiração, circulação e secreções, bem como repercussões mentais de excitação ou depressão; nas emoções intensas as funções intelectuais se desorganizam. 2 - Comoção, abalo (sentido físico ou moral). Emoções são reações extremamente pessoais, um processo único sobre como cada um se sente em determinada situação. Mesmo tratando-se de simples acontecimentos, como a chuva batendo na janela, a cena de um filme, um banco vazio em um parque, ou a música que ouvimos, interpretamos cada uma delas de forma diferente. O mesmo vale para Distant Satellites, décimo disco de estúdio dos ingleses do Anathema, lançado pela Kscope Music no último dia 09 de junho. Um ritmo incessante e repetitivo introduz a primeira parte de “The Lost Song”, uma hipnótica espiral sem direção definida que se torna cada vez mais brusca e incontrolável, um processo como atravessar de forma brutal a linha entre o adormecer e o sonhar. E depois de adentrad...

Espaço do Leitor: dúvidas, pedidos, sugestões

Salve amigos da Collectors Room. Bem, venho através desta elogiar o trabalho de vocês, belas matérias, etc ... Mas há tempos venho sentindo falta das entrevistas com colecionadores. Sou adepto do velho bolachão e curto muito a seção. Abraço. Vidal Neto via e-mail Olá, Vidal. Obrigado pelo elogio e pelo apoio. As entrevistas com colecionadores foram importantes para a história da Collectors, mas não estão mais em nossos planos e em nossa pauta. O principal motivo é a absoluta falta de tempo para produzi-las. Siga acompanhando o site, tem mais coisas legais acontecendo por aqui também. Olá. Tenho um encarte da programação do Rock in Rio I original da época e gostaria de saber se vocês conhecem algum colecionador que queria adquirir este produto. Giselle Lourenço via e-mail Oi, Giselle. Publicamos a sua mensagem para esclarecer uma dúvida frequente dos leitores: não vendemos e nem compramos itens. Não somos uma loja, somos apenas um site dedicado à música. Escrevo apenas para elo...

+ RIP John Dawson Winter III (23/02/1944 – 16/07/2014) +

Faleceu esta madrugada, na Suíça, o bluesman norte-americano Johnny Winter. Um dos mais influentes e importantes nomes do gênero, o músico faleceu em um hotel em Zurique quatro dias após fazer o seu último show, realizado no Lovely Days Festival, na cidade austríaca de Wiesen. :-( Por Ricardo Seelig

Serpent Venom: crítica de Of Things Seen & Unseen (2014)

Prato cheio para maníacos por doom metal, o Serpent Venom é a prova cabal de que o gênero segue em alta ebulição, ainda que o estrondo gerado pela grande demanda occult rock tenha saturado um pouco as coisas nos últimos anos. De um lado está a música. Do outro, a estética. No entanto, por mais que ambas se entrelacem constantemente através de uma equação binária, no caso desse quarteto pesa muito mais a primeira variável. O que é salutar, diga-se. Oriundo de Londres, um dos principais berços do doom, o Serpent Venom faz valer suas raízes. Porém, remete aos Estados Unidos a fonte primordial de influência na sonoridade da banda: Saint Vitus. Já havia sido assim quando da estreia com Carnal Alta r (2011) e agora isso se repete em Of Things Seen & Unseen , lançado no final de junho. Outra referência, naturalmente, é o Black Sabbath. Warning e Pallbearer também são parâmetros válidos. O que se ouve nos pouco menos de 50 minutos do novo trabalho é um doom metal tradicional e q...

O redentor sem alma do Judas Priest

4 de janeiro de 1984. Pouco mais de 30 anos atrás. Eu tinha apenas 11 anos na época, e passados 12 meses me apaixonaria perdidamente por uma das razões da minha vida: a música, o rock, o heavy metal. Nesse dia do início de 1984, a banda inglesa Judas Priest lançou o seu nono álbum de estúdio, Defenders of the Faith . Um ótimo trabalho, com canções excelentes como “Freewheel Burning”, “Jawbreaker”, “Rock Hard Ride Free”, “The Sentinel”, “Love Bites”, “Eat Me Alive”, “Some Heads Are Gonna Roll”... enfim, praticamente todo o tracklist é digno de elogios rasgados até hoje. Passaram-se então dois anos, e em 14 de abril de 1986 desembarcou nas lojas o polêmico Turbo , que chocou os fãs por trazer um som menos pesado e repleto de teclados e guitarras sintetizadas. Lembro que gostei na época. Hoje, no entanto, apenas “Turbo Lover” passou no teste do tempo, e com nota bem mediana. En 17 de maio de 1988 minha vida era recheada de guitarras pesadas e baterias aceleradas, e o Judas veio com ...

Os melhores discos de junho segundo a Collectors Room

Um mês farto, com alguns dos melhores lançamentos do ano até agora. Carvalho, Gonçalves, Neves e Seelig contam abaixo quais foram os seus discos favoritos lançados durante o mês de junho e explicam porque. Caso tenha passado batido por algum deles, ouça já! The Atlas Moth - The Old Believer Perdas são processos complicados, por mais ralas ou profundas que sejam. Um ente querido, um objeto que te acompanha há anos, um lugar, uma parte do seu corpo ou uma ideia, tanto faz. A realidade é que jamais saímos ilesos ao lidar com elas – a diferença é como os efeitos são canalizados para continuarmos nossas vidas. E o The Atlas Moth, em seu terceiro disco, é praticamente um reflexo de toda a brutal turbulência pela qual a banda passou nos últimos anos, desde o absurdo An Ache for the Distance (de 2011): o sludge e o doom envoltos pelo black metal do início arrastadamente foi abrindo brechas para inesperadas inserções de elementos cada vez mais progressivos, atmosféricos e flutuantes, de...

Judas Priest: crítica de Redeemer of Souls (2014)

Seis anos atrás, com Nostradamus , o Judas Priest mostrou que ainda era capaz de experimentar. O disco é uma bosta (eu costumo chamá-lo de Noscagamus ), só que isso não vem ao caso. De lá para cá, seu universo metálico foi abalado pela saída de K.K. Downing, mas assim como a visita do neto faz brotar um sorriso no rosto do idoso que desfruta o tempo que lhe resta num asilo, Richie Faulkner deu as caras injetando sangue jovem na banda, que embarcou numa assim chamada turnê de despedida. Eu estava lá e pude ver com meus próprios olhos Halford e companhia rejuvenescidos, motivados e, quem sabe, até avaliando se dar adeus aos palcos era de fato a escolha certa.  O efeito Faulkner no Judas não parou por aí e a prova material chegou às lojas recentemente. Em Redeemer of Souls , está claro que o grupo buscou referências em seu passado, reaprendeu o tradicional e entrega um punhado de canções que transpiram os clichês que outrora ajudaram a imprimir num ainda recém-nascido heavy m...

Os cinco melhores discos de heavy metal lançados em junho segundo o About.com

Que o Mastodon estaria no topo da lista dos cinco melhores discos de junho segundo Chad Bowar e a editoria de heavy metal do About.com, já era de se esperar. Porém, os outros quatro também são nomes de respeito e fizeram por merecer:  Anathema, Incantation, Mayhem e Vader. Concorda? Não? Além desses, algum outro lançamento chamou sua atenção no último mês? Para conferir as listas passadas de 2014, basta clicar: janeiro , fevereiro , março , abril e maio . 1. Mastodon - Once More 'Round the Sun A sonoridade do Mastodon tem evoluído ao longo dos anos, tornando-se menos extrema e mais mainstream. Once More 'Round the Su n talvez seja o álbum mais acessível da banda até então. Os caras mantêm tudo sob controle e de forma relativamente simples tecnicamente (para eles). Uma das faixas mais pegajosas é "High Road", um dos destaques do álbum. "Ember City" é outra cujo refrão vai grudar na sua cabeça. Ainda que o disco não seja muito ambi...

Nazareth: crítica de Rock 'N' Roll Telephone (2014)

Na ativa desde o período jurássico do hard rock, o Nazareth tem seu préstimo na disseminação do gênero — verdade seja dita, sempre correndo por fora, comendo poeira para nomes do primeiro escalão. Apesar disso, deixou a sua marca em canções que fizeram história, como “Love Hurts”, “Hair of the Dog” e “Where Are You Now”. Por falar em história, a do Nazareth sofreu uma tremenda reviravolta nos últimos tempos: impedido de excursionar sob o risco de empacotar em cima do palco, o vocalista Dan McCafferty se afastou de vez da música. Temos aqui, portanto, o seu canto do cisne.  Rock 'N' Roll Telephone tem uma receita musical tão simples que eu não duvido que um ou outro por aí acusem a banda de ter gasto pouco tempo desenvolvendo as 11 canções de seu repertório. Só que manter tudo o mais elementar possível tem seus contras, e o principal deles interfere na experiência que o disco proporciona. Do início ao fim, é como se estivesse faltando algo; como se a gravação multicana...

Apanhado death/thrash/black de junho

Se a Copa do Mundo consumiu uma fração considerável do seu estimado tempo durante junho, chegou a hora de tentar recuperar parte do que rolou nos subterrâneos do heavy metal. Por outro lado, se futebol não lhe diz a mínima, você certamente pode nos ajudar sugerindo e acrescentando nos comentários mais coisas bacanas que chamaram a atenção nos últimos 30 dias. O que houve de relevante? A troca de vocalista no Exodus, por exemplo. Músicas e vídeos novos foram lançados. O que mais? Leia e depois contribua com o apanhado death/thrash/black do mês. Afinal, o futebol pode nos ter feito deixar passar batido algumas notícias... Exodus O Exodus surpreendeu ao anunciar a saída de Rob Dukes e o retorno de Steve 'Zetro' Souza. A troca de frontman foi comunicada por Gary Holt, líder e guitarrista da banda, por meio de uma nota oficial. O motivo? Algo vago: "Achamos que era hora de mudar", afirmou Gary. Rob Dukes deixa o posto de vocalista do Exodus após nove ...

Top Collectors Room: os 100 melhores discos de rock dos anos 1960

Quando tudo começou. De verdade. O rock nasceu na década de 1950, mas foi nos anos 1960 que tomou o mundo de assalto e se transformou em um fenômeno de popularidade sem precedentes. Tendo os Beatles como protagonistas, em um período de dez anos a juventude viu surgir uma geração de bandas que fizeram história e influenciaram profunda e definitivamente não apenas a música, mas o próprio comportamento e a cultura em todas as suas manifestações. Dá trabalho fazer uma lista com os 100 melhores discos dos anos 1960. Mas é um trabalho prazeroso. Abaixo, a lista com o top 100 da década. É claro que você vai sentir falta de alguns títulos, vai reclamar da presença de outros, essas coisas. Então, poste os seus melhores nos comentários e, é claro, vá atrás daqueles que você por acaso ainda não conheça. Com vocês, os 100 melhores discos de rock dos anos 1960: 100 International Submarine Band - Safe at Home (1968) 99 Bob Dylan - Nashville Skyline (1969) 98 Jefferson Airplane - Volunteers (1968) ...