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Mostrando postagens de dezembro, 2019

Boas festas, feliz 2020 e um convite especial pra você

Mais um ano que chega ao fim. Mais um ano que passamos juntos dividindo a nossa paixão pela música. E mais um ano com ótima música para os ouvidos. A Collectors Room vai entrar em recesso até a primeira semana de janeiro. Devemos retornar no dia 9 de janeiro. Até lá, vou ter um descanso merecido na companhia da família em Espumoso (no interior do Rio Grande do Sul), passarei a virada em Porto Alegre (se alguém quiser bater um papo e tomar uma cerveja é só entrar em contato), churrascos, cervejas, piscina e tudo mais. E durante esse período gostaria de fazer um convite pra você que acompanhou a CR durante todo o ano. Abaixo você encontra uma lista com mais de 100 discos lançados em 2019, onde pode escolher quais mais curtiu. Uma ampla pesquisa, onde você pode escolher vários álbuns em um método de múltipla escolha, e cujo resultado final será divulgado no início de 2020. Participe e vamos descobrir juntos quais foram os melhores discos de 2019 na opinião dos leitores da Col...

Quadrinhos: Biblioteca Will Eisner – Um Contrato com Deus (2019, Devir)

Em um dos maiores acertos editoriais do mercado de quadrinhos em 2019, a editora Devir lançou a Biblioteca Will Eisner, coleção em dois volumes que traz obras mais do que clássicas do quadrinista norte-americano. William Erwin Eisner é considerado o maior, mais importante e mais influente nome da história dos quadrinhos. Sua obra mudou a indústria e a forma de fazer HQs, elevou os quadrinhos a um novo patamar e foi essencial para que a crítica e os veículos jornalísticos “sérios” passassem a enxergar e a tratar as HQs como uma mídia que ia muito além do público infantil. Eisner é considerado o criador das graphic novels, termo criado por ele no final da década de 1970 para mostrar que a obra que dá nome a esse volume, Um Contrato com Deus , era muito mais do que uma coleção de tiras e que possuía uma profundidade narrativa que não devia nada a qualquer livro do período. Além disso, o maior prêmio da indústria dos quadrinhos em todo o mundo leva o seu nome, o Eisner Award. ...

Review: Nightwish – Decades: Live in Buenos Aires (2019)

Decades: Live in Buenos Aires é o sexto álbum ao vivo do Nightwish e está sendo lançado no Brasil pela Voice Music com distribuição da Shinigami Records em duas versões: CD duplo digipack ou duplo acrílico, com 21 faixas gravadas na capital argentina em 2018. Este é o terceiro registro ao vivo com a vocalista Floor Jansen à frente da banda, completando o trio formado por Showtime, Storytime (2013) e Vehicle of Spirit (2016). Você pode pensar: três live albums em seis anos, por que comprar esse novo? Bem, posso dar alguns motivos. Enquanto o disco de 2013 teve o seu tracklist focado no excelente Imaginaerum (2011) e foi o primeiro álbum da banda a contar com Floor nos vocais, o registro de 2016 eternizou a tour de Endless Forms Most Beautiful com um tracklist que privilegiou as canções do disco de 2015. Além disso, o novo trabalho conta com uma seleção de faixas que traz diversas canções mais obscuras do Nightwish e algumas que não eram tocadas há anos, além de mostrar c...

Review: Gary Clark Jr. – This Land (2019)

Desde que Blak and Blu foi lançado mundialmente pela Warner Bros. Records em 2012, o nome do norte-americano Gary Clark Jr. tornou-se logo um entre os maiores do blues nesta última década, e não foi por menos: sua adição fenomenal de elementos de rock, pop, soul, R&B e hip-hop foi simplesmente muito bem feita e virou uma referência de como um ritmo tradicional pode se modernizar sem necessariamente perder sua essência. O álbum de estúdio seguinte, The Story of Sonny Boy Slim , lançado em 2015, conseguiu a proeza de aperfeiçoar o a fórmula em uma verdadeira viagem em grande estilo por todos os gêneros abordados antes, e após quatro anos ele nos traz mais um registro que cimenta sua posição como um dos grandes nomes de sua geração: This Land . Abrindo com a faixa que dá nome ao álbum, Gary nos apresenta logo de cara uma das canções mais sérias e marcantes de sua carreira, com uma letra que denuncia as tensões raciais ainda presentes nos Estados Unidos e que voltaram a...

Review: Gov’t Mule – Bring on the Music (2019)

O Gov’t Mule é uma banda de palco. É nos shows que toda a força do quarteto formado por Warren Haynes (vocal e guitarra), Danny Louis (teclado), Jorgen Carlsson (baixo) e Matt Abts (bateria) se revela em toda a sua plenitude. É em frente ao público que a mágica da banda acontece. Não à toa, a turma de Warren Haynes possui diversos álbuns ao vivo antológicos no currículo como os obrigatórios Live at the Roseland Ballroom (1996), Live ... With a Little Help From Our Friends (1999) e The Deepest End (2003). Essa lista ganha uma adição de respeito com Bring on the Music: Live at the Capitol Theatre , lançado em agosto de 2019. O material foi disponibilizado no Brasil pela Hellion Records em um super box com 2 CDs e 2 DVDs, sendo que o vídeo traz uma seleção de músicas diferente da presente no material em áudio. Ao todo são 39 faixas passeiam por uma ordem não cronológica através da carreira do Gov’t Mule. Entre elas, três covers (algo que é uma tradição na trajetória da banda...

As 20 melhores HQs da 2019 na opinião da Collectors Room

Mais um ano chega ao fim, e 2019 foi repleto de muita leitura. Abaixo você conhecerá as 20 melhores HQs que li esse ano. Se alguma ficou de fora não foi porque “faltou”, mas sim porque não me agradou a ponto de entrar na lista. E procurei priorizar títulos que foram publicados pela primeira vez no Brasil durante os últimos doze meses, com uma ou outra exceção. Menções mais que honrosas para os dez títulos abaixo, todos excelentes e lidos durante 2019, mas publicados em anos anteriores: Deslocamento – Diário de uma Viagem , de Lucy Knisley (Nemo) Duas Vidas , de Fabien Toulmé (Nemo) Fun Home – Uma Tragicomédia em Família , de Alison Bechdel (Todavia) Ghost World , de Daniel Clowes (Nemo) Justin , de Gauthier (Nemo) Nada a Perder , de Jeff Lemire (Nemo) Open Bar – Edição Definitiva , de Eduardo Medeiros (Panini) Placas Tectônicas , de Margaux Motin (Nemo) Superman: Alienígena Americano , de Max Landis (Panini) Você é Minha Mãe? , de Alison Bechdel (Quadri...

Review: Rise of the Northstar – The Legacy of Shi (2018)

Vez ou outra nos deparamos com algumas bandas novas que apresentam propostas inusitadas, e os franceses do Rise of the Northstar são um exemplo disso. Fundado em 2008 na cidade de Paris, o grupo traz uma interessante fusão de hardcore, groove metal na linha dos anos 1990 (por vezes puxando alguns elementos de thrash e do nu metal) e hip-hop, mas com uma temática explicitamente influenciada pela cultura pop japonesa (o nome artístico do guitarrista Eva-B e até o mesmo o próprio nome da banda são só alguns dos muitos exemplos). Esse curioso encontro de ideias já vem dando as caras há um bom tempo, desde os excelentes EPs Tokyo Assault (2009) e Demonstrating My Saiya Style (2012), além do álbum Welcame (2014), todos produzidos e lançados de maneira independente. The Legacy of Shi é o primeiro trabalho da banda a contar com lançamento e distribuição por um grande selo a nível global – no caso, pela Nuclear Blast – e que obviamente também representa o primeiro contato que muit...

Red Hot Chili Peppers, John Frusciante e o umbigo

Em um anúncio surpreendente, o Red Hot Chili Peppers publicou neste domingo (15/12) em suas redes sociais o anúncio do retorno do guitarrista John Frusciante para a banda. Esta será a terceira passagem de Frusciante pelo quarteto. A primeira aconteceu entre 1988 e 1992 e deu ao mundo o clássico Blood Sugar Sex Magik (1991), responsável por tornar o RHCP uma força de alcance planetário. A segundo durou de 1998 a 2009 e presenteou os fãs com três álbuns que ampliaram ainda mais a força do grupo: o sensacional Californication (1999), o ótimo By the Way (2002) e o épico duplo Stadium Arcadium (2006). Josh Klinghoffer assumiu a bronca depois da última saída de Frusciante, e a banda gravou com ele I’m with You (2011) e The Getaway (2016). Já John  mergulhou em sua carreira solo durante esse período. O retorno de John Frusciante soou sem impacto algum aos meus ouvidos. Li a notícia e pensei: “ Tá, e daí? ”. O motivo para isso é que não acompanho o Red Hot Chili Peppers e a ...

Review: DarkTower – Obedientia (2019)

Na ativa desde o final da década passada, o DarkTower é um dos principais nomes a emergir da cena underground do Rio de Janeiro para o resto do país e do mundo, e dentre tantos que surgiram e desapareceram naquele meio é bastante louvável o fato deles terem seguido em frente com confiança inabalável na sua proposta musical inteiramente dedicada ao metal extremo – um estilo que, apesar de estar na maioria das vezes longe dos holofotes, conta com uma base de fãs fiel e bastante sólida. Obedientia é o terceiro álbum de estúdio dos cariocas, e talvez seja o mais maduro trabalho apresentado pela banda até agora. O que chama a atenção logo de cara é o fato de que desta vez, muito mais do que antes, o conteúdo lírico traz um reflexo direto do conturbado momento que o Brasil (e também, de certa forma, o restante do mundo) vive nos últimos anos, e encontra aqui uma espécie de tradução bem pertinente em forma de música. Um notável caso bem similar foi outro lançamento deste mesmo ano...

Review: Dr. Sin – Back Home Again (2019)

O hard rock nacional sempre esteve bem servido de bandas, mas foram os paulistas do Dr. Sin que alçaram vôos mais altos desde o seu primeiro álbum (o autointitulado, de 1993). Após um breve término de atividades, os irmãos Andria (vocal e baixo) e Ivan Busic (bateria e vocal) voltaram à ativa sem o guitarrista Eduardo Ardanuy, e com Thiago Melo em seu lugar. Como resultado, temos uma banda revigorada em seu novo disco, Back Home Again . Pouco antes, os Busic pareciam quase “perdidos no espaço”, como mandava o prévio single “Lost in Space” (relançado aqui como faixa bônus), uma excelente semi-balada de metal progressivo que remete a um Dream Theater abduzido por alienígenas. No novo disco em si, o sentimento das letras é de superação, inquietações persistentes da vida e alguns respiros intimistas. Já o som é aquele hard rock robusto de costume, com uma modesta quantidade de baladas e com momentos gostosos de interação virtuosa entre os três integrantes. O ótimo hardão “Breakou...

Review: Jinjer – Macro (2019)

Formado em 2009 em Donetsk, na Ucrânia, o Jinjer vem ganhando cada vez mais destaque na cena metálica, e com justiça. Macro , lançado em 2019, é o terceiro álbum de uma discografia que conta ainda com Cloud Factory (2018) e King of Everything (2016), além do EP Micro , também disponibilizado este ano. O Jinjer se apresenta como uma banda de progressive groove metal, mas esse rótulo é apenas o ponto de partida para uma sonoridade pra lá de variada. O som é pesado, com um instrumental intrincado e criativo que traz elementos de groove, nu metal e metalcore. A banda não tem medo de se aproximar de outros gêneros como é possível perceber em “Judgement (& Punishment)”, que traz passagens de reggae e alterna trechos mais calmos e com influências do pop com explosões sonoras marcantes e até mesmo blast beats. O grande destaque do Jinjer é a vocalista Tatiana Shmailyuk, que varia com absoluta tranquilidade entre vocais guturais super agressivos e momentos onde canta com a ...

Os 50 melhores discos de 2019 segundo a Classic Rock Magazine

Em circulação desde 1998, a Classic Rock Magazine é, na minha opinião e na de muita gente que também já teve a revista em mãos, a melhor publicação sobre música do planeta. Apesar do nome ela não cobre apenas velharias, muito pelo contrário, e sempre traz um saudável equilíbrio entre nomes clássicos e novas bandas em suas páginas. A lista de melhores do ano da Classic Rock está na sua edição de janeiro, que já está disponível online e logo chegará às bancas também aqui no Brasil. Abaixo você conhece quais foram os 50 melhores discos de 2019 na opinião da Classic Rock Magazine: 50 Dream Theater – Distance Over Time 49 Tygers of Pan Tang – Ritual 48 Michael Schenker Fest – Revelation 47 The Hu – The Gereg 46 Michael Monroe – One Man Gang 45 The Raconteurs – Help Us Stranger 44 The Glorious Sons – A War on Everything 43 Black Futures – Never Not Nothing 42 Phil Campbell – Old Lions Still Roar 41 Neil Young & Crazy Horse – Colorado 40 Opeth – In C...

Metal, haterismo e redes sociais

Escrevo sobre heavy metal desde 2004. Isso já dá 15 anos. Um bom tempo, onde vivi muitas experiências legais, conheci diversas pessoas (pessoal e virtualmente), construí uma rede de contatos e aprendi muito. E onde também colecionei haters e tive algumas discussões mais sérias, tudo causado por uma soma de fatores: sinceridade em expor opiniões, imaturidade em diversos momentos (mais minha do que de outros) e um gênio às vezes um tanto explosivo (mais uma vez uma característica minha e não de outras pessoas). Dito isso, vamos ao assunto deste texto: o público de heavy metal é apaixonado pelo gênero musical que ouve. E confesso que não conheço público mais dedicado e passional que o de metal. Uma música tão intensa quanto o metal só poderia gerar uma base de fãs assim, e essa é uma das qualidades do estilo. Ao mesmo tempo em que conhece a fundo as bandas que curte e adora pesquisar sobre o gênero que ama, o fã de metal também é um tanto cabeça dura em relação a outros estil...

Review: The Haunted – Strength in Numbers (2017)

Surgidos das cinzas do lendário At the Gates após sua separação em meados dos anos 1990, os suecos do The Haunted foram um dos principais nomes a colaborar com a retomada do thrash metal nos anos 2000, numa época em que apresentaram ao mundo trabalhos memoráveis que mesclavam tanto uma forte influência da velha escola do gênero como novos elementos que colaboraram para dar um ar de modernidade a ele. Em 2012, após a recepção dividida álbum Unseen , lançado no ano anterior e marcado pelo maior nível de experimentalismo num trabalho da banda, tensões e divergências internas vieram à tona culminando na saída de 3/5 da banda (incluindo o guitarrista Anders Björler, membro fundador, além de ser a segunda vez em que o vocalista original Peter Dolving pedia as contas). Os membros remanescentes Jonas Björler e Patrik Jensen (baixo e guitarra, respectivamente), decidiram seguir em frente e para isso trouxeram de volta ao time o baterista Adrian Erlandsson (que já havia participado da...