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Mostrando postagens de abril, 2015

Rádio Mas Que Nada

Sempre quis ter um programa de rádio. Apresentar, tocar, falar. Compartilhar o amor sempre crescente que sinto pela música. O prazer que se renova a cada dia como ouvinte. Já fiz das minhas. Um amigo tinha um programa em uma rádio nos tempos da adolescência, e frequentemente a programação ficava por minha conta. Por uns tempos, supri essa necessidade com um podcast semanal, que acabou chegando ao fim por incapacidade técnica e de tempo. Tudo isso pra dizer que a coisa está mais viva do que nunca. Ainda que não do jeito que você imagina. O Spotify, serviço de streaming de música, é uma maravilha. Mudou o meu modo de consumir música. Não lembro a última vez que coloquei um CD pra tocar, e nem quando o toca-discos lá de casa deu o seu último giro. E, apesar disso, vivo um dos momentos em que mais tenho escutado música. O dia todo. Todo dia. No iPhone, o Spotify me acompanha em qualquer lugar, com o fone de ouvido sempre esquentando as orelhas. Em casa, o iPad tem o seu bluetoot...

Paul Di’Anno e Machine Head: como esses dois artistas explicam o heavy metal aqui no Brasil

Paul Di’Anno, vocalista dos dois primeiros discos do Iron Maiden, está rodando o Brasil e cidades do interior do país em uma turnê onde toca clássicos do Maiden e, vá lá, uma ou duas canções de discos que lançou após sair da Donzela - e que o público que vai a esses shows não só não conhece como nem faz questão de ouvir. Paul canta sentado, devido aos problemas crônicos no joelho acentuados, ao que parece, por uma queda de moto. Um quadro deprimente, pra dizer o mínimo. No outro extremo temos o Machine Head, uma das bandas mais interessantes do metal atual, que fará um único show no Brasil (no próximo dia 07/06, em São Paulo), em um local com capacidade menor que a última passagem do grupo por aqui, há alguns anos. E cujo líder, Robb Flynn, se viu obrigado a postar um esclarecimento aos que o questionaram diretamente, nas redes sociais, de o porque de a banda, que está vivendo o seu ápice criativo e crescendo comercialmente, fazer apenas um show por aqui - leia o texto de Robb ....

Manifest - … and for This We Should Be Damned? (2015)

Este é o quarto álbum da banda norueguesa Manifest, e sucede Half Past Violence (2005), Hedonism (2007) e Written in Blood (2010). Lançado no final de fevereiro, … and for This We Should Be Damned? traz um metal atual, agressivo e repleto de groove, com certos elementos de thrash e death na mistura. A produção é responsável por tornar as dez faixas ainda mais agressivas, com uma sonoridade bem na cara e crua. Essa característica, aliada à violência sonora que permeia todo o play, faz do trabalho uma pedrada forte e certeira. Apresentando ideias que, mesmo não soando inteiramente inovadoras, convencem pela criatividade e pelo talento envolvidos, o Manifest gravou um álbum forte e que se destaca, com potencial para agradar headbangers de todas as idades. O trabalho de composição apresenta uma pluralidade sadia, que torna a audição uma surpresa agradável, com as canções trilhando caminhos bastante diversos, mas sempre tendo o metal extremo como pano de fundo. Assim, temos m...

Nova edição da poeira Zine traz o Rainbow em sua capa

A poeira Zine, revista focado em rock clássico editada pelo amigo Bento Araújo, traz na capa da sua nova edição o Rainbow. A pZ#59 tem uma longa matéria sobre a banda que o guitarrista Ritchie Blackmore montou após a sua saída do Deep Purple, e que foi responsável por apresentar ao mundo os talentos de Ronnie James Dio e Cozy Powell, entre outros. O texto conta toda a história do período clássico do grupo, entre 1975 e 1984. A edição traz também matérias sobre Aphrodite’s Child, The Sonics, Tim Buckley, a parceria entre Howlin’ Wolf e Muddy Waters, além de diversos outros assuntos. Para adquirir a pz#59, clique aqui e compre direto pelo site da publicação . Recomendamos a leitura, sempre! Por Ricardo Seelig

The Gentle Storm - The Diary (2015)

Todos conhecem Arjen Anthony Lucassen e Anneke van Giersbergen. O primeiro é um dos mais prolíficos e criativos músicos da cena prog (e metal), a mente criativa por trás de nomes como Ayreon e Stream of Passion. Já Anneke ficou conhecida em todo o mundo pela sua passagem no The Gathering, e mais recentemente em sua nova banda, Agua de Annique. Resumindo: dois artistas acima de qualquer suspeita, respeitados e cheios de talento. Arjen e Anneke juntaram forças no The Gentle Storm, projeto criado em 2014 que tem como objetivo unir a música clássica ao heavy metal, o rock à música folclórica. E o resultado final está em The Diary , estreia da dupla, lançada agora em março. Por mais que diversas bandas tenham trilhado caminhos semelhantes, e por isso mesmo você possa até olhar com certa desconfiança para o The Gentle Storm, o fato é que poucas conseguiram alcançar um resultado final tão primoroso quanto o que ouvimos em The Diary . O álbum é duplo e traz onze faixas em cada um de...

Wino & Conny Ochs - Freedom Conspiracy (2015)

Scott “Wino” Weinrich, a má vontade e a alma por detrás do Saint Vitus, vem tornando seus projetos paralelos tão interessantes quanto o que já fez junto de sua banda principal. Dentre ótimas bandas como The Obsessed e Spirit Caravan até projetos inusitados, caso do The Songs of Townes Van Zandt, Wino & Conny Ochs é mais um de seus trajetos por caminhos além do estilo que o consagrou como músico e compositor. Freedom Conspiracy , segundo disco de sua parceria com o músico alemão Conny Ochs, prossegue pelos mesmos caminhos sonoros de sua ótima estreia,  Heavy Kingdom . Para aqueles que caíram de paraquedas e não sabem do que esse projeto se trata, imagine o melhor do universo blues do Mississipi Delta e passagens country, tudo isto embalado em uma musicalidade envolvente, de instrumental enxuto e uma produção rústica na medida certa, como estes gêneros pedem. O disco soa como uma honesta homenagem aos gêneros que deram forma aos parâmetros musicais dos m...

Bixiga 70 - Bixiga 70 III (2015)

Em 1962, Charles de Gaulle, então presidente da França, proferiu uma das sentenças mais certeiras sobre o país em que vivemos: “O Brasil não é um país sério”. Passados mais de 50 anos, continua não sendo. Entre os inúmeros exemplos, está o combo paulistano Bixiga 70. Se o Brasil realmente incentivasse, reconhecesse e consumisse a sua cultura, eles seriam reverenciados. Mas como isso não acontece, pouca gente já ouviu falar da banda. Sorte deles. O Bixiga 70 foi formado em 2010, e desde então lançou três álbuns, todos batizados apenas com o nome do grupo - um em 2011, outro em 2013 e o novo, que acaba de sair. A música é um delicioso afrobeat instrumental, contagiante e alto astral, daqueles que cativam até mesmo os ouvintes que jamais passaram perto do gênero. Com nove faixas, o novo álbum reafirma a banda como um dos nomes mais interessantes da música brasileira contemporânea. No caldeirão sonoro do grupo, onde o afrobeat comanda tudo, entram elementos de funk, jazz, soul, ...

Van Halen - Tokyo Dome Live in Concert (2015)

Álbuns ao vivo são uma espécie de documento sonoro. Além do registro de turnês e datas específicas e marcantes, funcionam como atestados de como uma banda é em cima de um palco, realçando qualidades e características que muitas vezes ficam escondidas nos discos de estúdio (vide as jams do Deep Purple, a imprevisibilidade do Led Zeppelin, a energia do Iron Maiden e por aí vai). Tokyo Dome Live in Concert é o segundo ao vivo lançado pelo Van Halen em toda a sua carreira, o primeiro com David Lee Roth nos vocais. Antes, o grupo havia colocado nas lojas Live: Right Here, Right Now (1993), na época em que Sammy Hagar era o responsável pela voz do quarteto. O disco é o registro da turnê de retorno da banda e de Roth, e promoveu A Different Kind of Truth , trabalho de 2012. O registro traz 25 faixas e foi disponibilizado em CD duplo e LP quádruplo. Há alguns problemas em Tokyo Dome , e o principal é aquele que deveria ser um dos principais atrativos do play. A voz de David Lee Rot...

Checklist #016: quais são os maiores ícones da história do metal extremo?

Semana quente. Especial vocalistas de metal extremo na Decibel, discos injustiçados na Roadie Crew, os 21 anos da morte de Kurt Cobain na Rolling Stone italiana e na NME, Jimmy Page sendo entrevistado por Chris Cornell na Guitar Player, os 35 anos da estreia do Iron Maiden na Metal Hammer grega e muito mais. Escolha a sua capa favorita e responda nos comentários: quais são os maiores ícones da história do metal extremo?

The Prodigy - The Day is My Enemy (2015)

Seis anos separam Invaders Must Die e The Day is My Enemy , respectivamente último e novo álbuns do Prodigy. Entre 2009 e 2015, muita coisa mudou. O mundo ficou diferente, você cresceu, a música deu mais uma guinada, a forma de consumir discos é outra. E os ingleses, é claro, também soam diferentes. The Day is My Enemy é o sexto disco do Prodigy e foi lançado no último 30 de março. A produção é de Liam Howlett (o DJ e mente criativa por trás da banda) ao lado de Flux Pavilion, Neil McLellan, KillSonik e Zak H. Laycock. O som é uma colagem agressiva e caótica de diversos elementos, indo do rock ao industrial, do tecno ao metal, passando pelo pop e mais um monte de outros gêneros pelo caminho. E o resultado disso tudo é muito bom. O fato é que você não precisa de uma guitarra para fazer uma revolução. Você não precisa de uma guitarra para fazer música pesada. Você não precisa de uma guitarra para fazer música agressiva. Você só precisa da sua criatividade e da sua frustração pe...

Moonspell - Extinct (2015)

Décimo-primeiro álbum do Moonspell, Extinct foi lançado no início de março pela Napalm Records e, assim como sua capa, impressiona. Sucessor de Alpha Noir/Omega White (2012), o novo trabalho do maior nome do metal português é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores discos de sua longa carreira. Produzido por Jens Bogren, Extinct traz o Moonspell exibindo uma maturidade e uma auto-confiança evidentes, mas jamais indo em direção a uma arrogância criativa ou algo do tipo. Suas dez faixas transitam entre o metal e o gótico, como de costume, com a qualidade batendo nas alturas. Agressivo como deve ser um álbum de metal, inovador como convém à uma banda inquieta como o Moonspell, Extinct traz, além dos elementos habituais, toques modernos e atuais à música do quinteto, fazendo-a soar renovada e ainda mais consistente. Com um excelente trabalho de composição, o disco conduz o ouvinte através de um tracklist repleto de faixas fortes, algumas com potencial para se tornarem, em um fu...

Royal Thunder - Crooked Doors (2015)

O disco lançado pelo Royal Thunder em 2012, CVI , confundiu críticos e fãs com uma sonoridade original e que desafiava definições, e ganhou destaque justamente por causa disso. A verdade é que CVI trazia doses generosas de metal, doom e classic rock, mas a banda de Atlanta soube misturar e equilibrar essa influências em uma música que soava refrescante e cheia de novidades. Traduzindo: bons riffs e refrãos fortes, turbinados pelo potente vocal de arena da bela Mlny Parsonz.  Enquanto a música soa moderna, os ritmos sombrios levam a audição por dinâmicas de luz e sobra, fazendo com que Crooked Doors , novo disco do grupo, soe ainda mais cativante. Com ele, o Royal Thunder entrega um pequeno clássico do rock moderno. Linhas vocais audaciosas e repletas de potência, que remetem aos melhores momentos de Ann Wilson, soam deliciosos aos ouvidos. Com composições cadenciadas e com um inegável, bem-vindo e sempre equilibrado tempero vintage, o quarteto mostra talento inegável em co...

Os melhores discos lançados em março segundo o About.com

Março foi um mês ótimo em novos lançamentos. Nomes conhecidos fazem parte da lista de melhores dos últimos 30 dias, ao lado de outros que você ainda ouvirá falar muito. Aqui estão as nossas escolhas com os 5 melhores álbuns de metal lançados em março de 2015. Enslaved - In Times A fórmula já experimentada e eficiente do Enslaved dá as caras em seu novo disco, In Times , décimo-terceiro álbum da banda norueguesa. A faixa de abertura, “Thurisaz Dreaming”, dispara a primeira salva de peso e talento porta afora, com blasbeats, riffs furiosos e os vocais do baixista Grutle Kjellson. Em pouco tempo, porém, fica mais lenta e ganha muita melodia, além dos maravilhosos vocais limpos do tecladista Herbrand Larsen. Ao longo de In Times , a união de momentos pesados e progressivos segue a todo vapor, aproximando os dois extremos com melodia, trechos atmosféricos e doses de acessibilidade. Repleto de faixas cativantes e ganchudas, In Times é provavelmente o melhor dos trabalhos recente...

Debate Collectors Room: consumir gêneros musicais variados faz surgir ouvintes melhores?

Veja a música da seguinte maneira: quanto mais você ouve, quanto mais você consome, mais você aprende. Sempre tive essa relação com ela, e foi essa atitude que me fez - e continua fazendo - descobrir novos sons e manter o meu ouvido sempre curioso. Consumo predominantemente heavy metal. Mas a minha coleção está repleta de outros gêneros. Amo o jazz surpreendente de Miles Davis. Adoro funk dos anos 1970. O pop da década de 1980 foi fundamental na minha formação como ouvinte. Gosto de samba, de soul, de rock e de tudo mais. E entendo que tudo está relacionado. A desconstrução e a improvisação de um Miles me fazem entender melhor o que o Yes propõe. A agressividade do Black Sabbath me soa similar à violência de alguns artistas de jazz e fusion. Para mim, ouvir vários gêneros musicais, estilos distintos, faz surgir um ouvido melhor, mais completo, fornecendo mais subsídios para que eu possa analisar e compreender de maneira mais certeira cada disco e cada música que ouço. Mas exist...