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Mostrando postagens de março, 2009

Castiga! - Nas pegadas do groove de Melvin Sparks

Por Marco Antonio Gonçalves Colecionador Sinister Salad Musikal Se a pedida for soul-jazz ou jazz-funk, nada mais estiloso do que dar um mergulho de cabeça na discografia deste guitarrista norte-americano que atende pelo nome de Melvin Sparks. Um dos pioneiros do acid-jazz, Sparks se tornou um dos grandes guitarristas do estilo, figurando seu nome ao lado de feras como Cornell Dupree, Kenny Burrell, George Benson ou Grant Green. Um obstinado pelo jazz, r&b e blues que aos onze anos de idade já tocava guitarra e se beneficiava do tradicional ensino musical das escolas americanas. Nessa fase de aprendizado, passou pela doutrina do visionário educador musical Conrad O. Johnson (o homem por trás do combo negróide Kashmere Stage Band) e seu talento foi lapidado tal qual um diamante. Sua habilidade com a guitarra, aliás, era medida em performances com a banda do colégio, em companhia de dois parceiros que se tornariam constantes no decorrer de sua carreira: Leon Spencer e John Manning.  ...

Discos Fundamentais: Marcus - Marcus (1976)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Esse único registro do grupo norte-americano Marcus é um dos mais raros e obscuros álbuns do hard rock setentista. Natural de Detroit, a banda era formada pelo vocalista Marcus Malone, pelo trio de guitarristas-solo Gene Bloch, Randall David e Jack Weber, pelo baterista Dandy "Star" Holmes e pelo lendário baixista Tim Bogert, ex-Cactus, Vanilla Fudge e Beck Bogert & Appice. O álbum é uma pedrada, um verdadeiro clássico perdido. A qualidade de suas oito composições espanta e nos faz pensar como uma banda tão fantástica como essa não alcançou uma repercussão maior. O fato é que a gravadora do grupo, a United Artists, investiu muito pouco, praticamente nada, na promoção do álbum, o que, somado ao fato de o LP ter sido lançado em pleno auge da disco music e com uma capa que mais remete a um trabalho de funk do que de hard rock, fez com que as lojas norte-americanas colocassem o play na seção de funk e r&b, "escondendo-...

Bandas de Um Disco Só: O Iron Maiden que o mundo não (ou)viu

Por Thiago Sarkis Colecionador e Jornalista Solada Shows lotados, 70 milhões de discos vendidos, uma legião de fãs que duas ou três bandas – se é que quaisquer outras além deles – podem se gabar de ter conquistado tocando heavy metal, apresentações como atração principal nos maiores festivais europeus, asiáticos, sul-americanos e, eventualmente, norte-americanos, além de clássicos que se tornaram hinos de um estilo e trilhas sonoras de várias gerações. Resumidamente, este é o Iron Maiden de Steve Harris (baixo), Bruce Dickinson (vocal), Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra) e Nicko McBrain (bateria), formado em 1975. Cerca de uma década antes do surgimento deste fenômeno, outro Iron Maiden circulava pela cena britânica em busca de um pouco de atenção e reconhecimento. Além do nome e do rock, com as guitarras em realce, o grupo sessentista de Essex, Inglaterra, assemelhava-se ao bem-sucedido xará pela figura de seu líder, Barry Skeels, também baixista. ...

Discos Fundamentais: Grateful Dead - American Beauty (1970)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Gravado nos meses de agosto e setembro de 1970, American Beauty é o quinto álbum do cultuado grupo norte-americano Grateful Dead. Nele, a banda liderada pelo vocalista e guitarrista Jerry Garcia mergulha na rica herança musical ianque e sai de lá com um disco que reapresenta os variados gêneros musicais de seu país aos jovens da virada dos anos sessenta para os setenta. O trabalho abre com a clássica "Box of Rain", onde o Grateful Dead coloca as cartas na mesa. "Friend of the Devil", uma das músicas mais conhecidas do grupo, inclusive aqui no Brasil, onde o Dead nunca teve muita repercussão, vem a seguir. "Super Magnolia" é mais uma das emblemáticas composições da banda presente em American Beauty . Como deu para perceber, o disco é um desfile de clássicos em sequência. É muito fácil ouvir o álbum. "Operator", por exemplo, é um country estradeiro que cativa já nos primeiros acordes. "Till the...

Hardão 70: Sir Lord Baltimore

Por Marcos A. M. Cruz Colecionador Editor do Whiplash! Rock e Heavy Metal Existem certas coincidências e correlações que, por mais bizarras que possam parecer, acontecem vez por outra. Uma delas rolou comigo por volta dos dez anos de idade, época em que morava numa cidadezinha chamada Paty do Alferes, próximo à Miguel Pereira, interior do Estado do Rio. Perto de casa havia uma senhora, Dona Elza, que morava só com algumas dezenas de gatos, e numa ocasião estávamos eu e minha mãe na casa dela, que nos mostrou um monte de fotos, algumas junto a personalidades tais como Carmem Miranda (Dona Elza havia sido atriz de teatro), outras com pessoas que aparentavam não ser de nosso país, devido à elegância - e não eram mesmo, pois quando jovem ela viajara mundo afora. Uma das fotos me chamou a atenção por mostrar um cavalheiro com direito à fraque, cartola e bengala. Não foi necessário perguntar quem era, pois a Dona Elza se antecipou e, meio suspirante, disse que se tratava do "senhor fula...

Classic Tracks: Guess Who - American Woman (1970)

Por Ronaldo Rodrigues Colecionador Collector´s Room Apresentador do programa Estação Rádio Espacial Solid Rock Radio No final dos anos sessenta e ínicio dos setenta, o Guess Who era o que havia de mais popular vindo do Canadá em se tratando de rock. A banda, apesar de ficar razoavelmente famosa apenas no fim dos sixties , já vinha na estrada desde os idos de 1964-1965, com seu som beat-garageiro. Já tinha feito um sucesso grande com a canção “These Eyes” entre 1968 e 1969. O estouro veio mesmo em 1970 com o disco American Woman , uma coleção de pérolas musicais em se tratando de composições inspiradas. O grupo, naquele ano, era formado por Burton Cummings, Randy Bachmann, Jim Kale e Gary Peterson. A música surgiu a partir de uma base improvisada em um show e foi gravada ainda em 1969. “American Woman”, faixa de batismo do disco, vinha logo de cara na bolacha e já dava as cartas, começando com um blues safado soletrando A-M-E-R-I-C-A-N. A letra da música, que só pelo título pode até par...

Classic Tracks: Wishbone Ash - Blowin´ Free (1972)

Por Ronaldo Rodrigues Colecionador Collector´s Room Apresentador do programa Estação Rádio Espacial Solid Rock Radio Banda inglesa de alta notoriedade na época, que começou a trilhar o caminho para a fama após ser recomendada por ninguém menos do que Ritchie Blackmore do Deep Purple para a MCA. Em 1972, o Wishbone Ash vivia seu esplendor tanto comercial quanto artístico devido ao bem-sucedido Argus , disco que rendeu à banda o título de grupo revelação na imprensa britânica e figurou entre os melhores lançamentos daquele período altamente fértil no rock. "Blowin’ Free" é uma das principais faixas desse disco, que em um todo é excelente. Mas a canção se destaca porque, além de conseguir ser ao mesmo tempo sofisticada, climática e empolgante, ainda é assobiável e muito pegajosa aos ouvidos. O Wishbone Ash tinha um poder comum às grandes bandas do início dos anos setenta – conseguir transformar uma levada simplista em algo mais avançado com uma naturalidade absurda.  Partindo de...

Discos Fundamentais: Sir Lord Baltimore - Kingdom Come (1970)

Por Ricardo Seelig Colecionador Collector´s Room Uma da bandas mais cultuadas do hard rock setentista, o Sir Lord Baltimore foi formado em 1968 no bairro do Brooklyn, em Nova York, pelo vocalista e baterista John Garner, pelo guitarrista Louis Dambra e pelo baixista Gary Justin. O trio se conheceu na escola, e começou a ensaiar com afinco naquele mesmo ano. As coisas começaram a acontecer para o Sir Lord Baltimore quando a banda conheceu Mike Appel, empresário iniciante e que, alguns anos mais tarde, se tornaria  manager de Bruce Springsteen. Appel deu ao grupo o seu nome definitivo, além de ser o co-autor de várias faixas e um dos produtores do disco de estréia do grupo. Batizado de Kingdom Come , o álbum foi gravado nos estúdios Vantone, en Nova Jersey, e foi produzido por Mike Appel e Jim Cretecos. A mixagem final foi realizada pelo lendário Eddie Kramer no Electric Ladyland Studios, cujo dono era um tal de Jimi Hendrix. Diz a lenda que durante o processo de mixagem os integrantes ...