COLLECTORSROOM

Ao pensar na vida, é normal que nos deparemos com alguns arrependimentos. E se tivesse feito tal coisa? E se não tivesse tomado tal decisão? Mas o passado não pode ser alterado, e ficar preso às armadilhas que ele traz apenas dificulta viver o presente e planejar o futuro. Música, discos, cultura, livros, seja o que for: a companhia e o conforto que esses itens nos proporcionam vão muito além do prazer de colecionar. São retratos de nossas vidas, recortes de recordações, projeções do que sonhamos. Uma coleção de discos, analisada com sensibilidade e atenção, revela muito sobre seu dono. Em diversos aspectos, é como um raio x da personalidade de cada colecionador: complexa, variada, plural e com algumas surpresas. Behemoth lado a lado com os Beatles. Chico Buarque fazendo companhia ao Clash. Judas Priest bem pertinho de Jorge Ben. Amor e ódio, admiração e inveja, alegria e tristeza. A montanha-russa de emoções que faz parte dos nossos dias é o que faz nos sentirmos vivos. Sem sentir...

Dimebag Darrell foi um dos mais inovadores, criativos e influentes guitarristas da história, e conseguiu com sua técnica e inventividade romper os limites do metal. Sua morte trágica, assassinado por um fã em pleno palco em 8 de dezembro de 2004, elevou ainda mais o status de mito do músico texano. E é justamente toda essa trajetória que o livro Caubói do Inferno: Vida e Morte de Dimebag Darrell  conta. Publicado no Brasil em uma bela edição em capa dura pela editora Estética Torta (328 páginas, com galeria de fotos na parte central), a obra foi escrita pelo jornalista Zac Crain e cobre a história de Darrell Lance Abbott, desde o nascimento em agosto de 1966 até o trágico fim. Crain se dedica muito a detalhar diversos aspectos da vida do guitarrista, principalmente sua vida pessoal, algo que não é muito comentado pela imprensa de modo geral. A relação com os pais e com o irmão, além dos colegas de banda e fãs, traz alguns dos melhores momentos da obra. O texto é bastante dinâmico...

Publicamos uma lista com as 100 melhores músicas de metal do século XXI, e é claro que ela ganharia também uma versão dedicada totalmente ao rock. E já vou deixar claro: essa lista aqui não tem nada de metal, nada mesmo. As bandas do estilo foram contempladas com uma lista exclusiva, que você pode acessar neste link . Entendido? O assunto aqui é o rock produzido no século XXI, seguindo essa metodologia: apenas uma música de cada banda, de discos lançados a partir de 2000. Foi uma pesquisa extensa, que levou várias dias para ser feita e que passou pelas mais de mil resenhas que publiquei desde que comecei a escrever sobre música, pelas memórias vividas e pelos discos da minha coleção. Certamente, algumas canções que você curte não estarão na lista, assim como outras que você não gosta estarão na escolha final. Mas listas são assim mesmo, controversas por natureza. Os principais fatores para a inclusão ou não de uma música foram seu impacto, inovação e importância, e, claro, meu gost...

Repentless , lançado em setembro de 2015, foi o capítulo final da discografia do Slayer, uma das bandas mais influentes e seminais da história do metal. O quarteto fez seu último show em 2019 e se despediu dos fãs brasileiros com uma apresentação antológica no Rock in Rio daquele mesmo ano. Um dos pontos marcantes de Repentless , décimo-segundo disco da banda norte-americana, foi a trilogia de clipes dirigida por B.J. McDonnell, que transformou as letras das canções “Repentless”, “You Against You” e “Pride in Prejudice” em vídeos sangrentos e marcantes. Divulgados entre setembro de 2015 e setembro de 2016, os clipes apresentam uma linguagem cinematográfica e contam com a participação de atores conhecidos como Danny Trejo. A violência explícita da trilogia pode incomodar alguns espectadores, mas conversa com o universo lírico e visual do Slayer. A história criada pela banda e por McDonnell ganha uma extensão na HQ Slayer - Repentless , que acaba de ser lançada no Brasil pela editora...

Inspirado na lista que a Metal Hammer publicou na sua edição de abril de 2021 ( leia a matéria completa aqui ), mergulhei na minha coleção, nas memórias de anos escutando metal e nas milhares de resenhas publicadas pela Collectors Room desde 2008 (somadas às centenas que publiquei no Whiplash desde 2005) para elaborar uma lista semelhante com as melhores músicas que o metal deu ao mundo no século XXI. A metodologia foi a mesma adotada pela Metal Hammer: apenas uma música de cada banda, de discos lançados a partir de 2000. Foi uma pesquisa extensa e profunda, com a lista mudando inúmeras vezes até chegar à versão final, que ficou muito diferente da publicada pela revista inglesa. Muito provavelmente você sentirá falta de alguma canção que marcaram a sua vida e não entenderá a inclusão de algumas faixas, mas listas são assim mesmo, controversas por natureza. Procurei analisar o impacto, a inovação e a importância de cada composição na hora de decidir quais entrariam na lista final. E...

Um disco que começa com uma adaptação da mais antiga composição musical conhecida pelo homem merece, no mínimo, uma audição. E esse mesmo trabalho traz também uma das últimas canções gravadas por Andre Matos, falecido de forma precoce em junho de 2019. Se você precisa mais motivos para conferir o segundo álbum da banda pernambucana Dune Hill, aceite um spoiler: ele é muito bom. Lançado em 2019, Song of Seikilos ganhou uma edição em CD em 2020 e é o sucessor da estreia do quinteto, White Sand (2014). Conceitual, aborda a relação entre duas mulheres – Bella e Alex – e trata de temas como homofobia, preconceito, drogas e mitologia grega em suas letras. Além de Andre, participam também a vocalista Deborah Alencar e os guitarristas Nenel Lucena (Evocati, Bride), Felipe Wolfenson (Papaninfa) e Antônio Araújo (Korzus, One Arm Away). A bela capa foi criada pelo artista Rodrigo Bastos Didier. O som é um metal contemporâneo que consegue equilibrar agressividade e um lado mais acessível, pe...

Após transformar o trágico terremoto seguido de tsunami que destruiu Lisboa em meados do século 18 no sensacional álbum 1755 (2017), o Moonspell surpreende outra vez com Hermitage , seu novo disco. Aqui a banda se reinventa, afasta-se totalmente da tríade black/doom/gothic metal e entrega um trabalho de rock progressivo com elementos de heavy metal – e não, não estamos falando de prog metal, mas sim de um som alinhado às grandes lendas do prog da década de 1970. Há uma enorme influência de Pink Floyd em Hermitage . As ambiências, as atmosferas, a estrutura das canções, os solos de guitarra, deixam claro o quanto a banda de Roger Waters e David Gilmour moldou o décimo-segundo disco do grupo português. É um grito pela liberdade criativa, com o quinteto afirmando que é capaz de seguir um caminho sonoro que não está enraizado nas convenções e fórmulas do metal e alcançar o mesmo nível de qualidade que apresentou em álbuns aclamados como Wolfheart (1995), Irreligious (1996) e Night Et...

A Metal Hammer, maior e mais importante revista especializada em metal do planeta, traz em sua mais recente edição uma lista com as 100 maiores e mais marcantes canções do século XXI escolhidas pela equipe da publicação. As únicas regras foram músicas lançadas de 2000 pra cá e apenas uma faixa para cada banda. E, logicamente, que esses artistas se encaixassem no universo musical do heavy metal. Como toda lista, essa também gera discussões. Porém, monta um belíssimo quadro do que de melhor a música pesada produziu nos últimos 21 anos. A minha lista seria diferente, assim como a sua, mas vale a pena conferir pela curiosidade e também porque tenho certeza de que ao menos alguma das canções selecionadas pela revista passou batido pelo seu radar. Para facilitar o trabalho, abaixo está uma playlist com as 100 maiores canções do século XXI na opinião da Metal Hammer, organizadas em ordem decrescente. Envie essa matéria para os amigos, compartilhe a playlist, poste nos grupos: a diversão...

O samba tem sua origem no século XIX a partir da mistura de vários gêneros musicais africanos e é considerado uma das mais importantes manifestações da cultura brasileira. A forma originária do samba baseia-se em pequenos círculos de cantores e instrumentistas (o chamado samba de roda), e cuja influência vem diretamente da música presente nas rodas de capoeira, exemplificando as raízes africanas do gênero. Esse movimento teve início na Bahia e logo se espalhou por todo o litoral brasileiro. Mas foi no Rio de Janeiro que o samba se desenvolveu como um gênero musical distinto, com uma sonoridade mais moderna em relação ao samba de roda, com influências de outros gêneros como polka, maxixe, iundu e xote. Na década de 1930, apesar da existência de outros estilos de samba regionais, o samba urbano do Rio de Janeiro tornou-se o mais proeminente por meio da associação com o carnaval, aumentando enormemente sua exposição e popularidade. Sua adoção pela cultura carnavalesca elevou o samba de um...

O Evergrey é uma banda que merece um reconhecimento muito maior do que aquele que efetivamente possui. Na estrada desde 1995, o quinteto sueco chega ao décimo-segundo capítulo de uma discografia consistente e repleta de excelentes álbuns. O som do grupo iniciou no prog metal mas foi adquirindo elementos sombrios e características emocionais ao longo dos anos, construindo assim uma identidade bastante particular. Escape of the Phoenix é o primeiro trabalho após a “trilogia das águas” da banda, que levou sete anos para ser concluída e é composta pelos álbuns Hymns for the Broken (2014), The Storm Within (2016) e The Atlantic (2019). Após um projeto tão ambicioso, o Evergrey soa mais livre no novo disco, e isso se traduz na exploração não só de novos temas líricos mas também em uma sonoridade mais solta. O grande trunfo do Evergrey é o vocal único de Tom S. Englund. Com um timbre agradável e sempre carregado de muita emoção, o vocalista entrega interpretações intensas e conduz a ban...

Existem duas grandes referências quando falamos de metal sinfônico: Nightwish e Epica. Enquanto os finlandeses alcançaram o topo de popularidade com Tarja Turunen, mantiveram a qualidade lá em cima nos discos gravados com Anette Olzon e se reinventaram com a chegada de Floor Jansen, os holandeses mantém desde o início uma formação sólida onde se destacam três integrantes: a vocalista Simone Simons, o guitarrista e vocalista Mark Jansen e o tecladista Coen Janssen. E dá pra colocar mais uma variante nessa equação: quanto o último disco do Nightwish, Human. :||: Nature. , dividiu os fãs, em seu novo álbum o Epica apresenta um de seus trabalhos mais complexos e sensacionais. Omega é o sucessor de The Holographic Principle (2016) e The Quantum Enigma (2014), seus companheiros na trilogia metafísica da banda. O disco tem como conceito central a ideia de que os seres humanos estão se distanciando cada vez mais uns dos outros, quando, na verdade, prosperamos muito mais quando trabalhamo...