Vivemos na era do shuffle, das playlists infinitas e dos algoritmos que decidem o que você vai ouvir a seguir. Tudo é rápido, fragmentado, personalizado — e, muitas vezes, superficial. Em meio a isso, surge uma pergunta essencial para quem cresceu com CDs, LPs e outros formatos de mídia física: ainda existe o ritual de ouvir um álbum do começo ao fim? E, mais importante: isso ainda importa? Para quem coleciona música, a resposta é quase instintiva. Mas a reflexão vai além da nostalgia. Ela toca o coração da experiência musical: a diferença entre ouvir uma música e mergulhar em um disco. Durante décadas, artistas pensavam seus álbuns como obras coesas, com começo, meio e fim. A sequência das faixas não era aleatória — ela contava uma história, criava um clima, construía uma jornada. Clássicos como Dark Side of the Moon , Seventh Son of a Seventh Son ou Metropolis Pt. 2: Scenes From a Memory não foram feitos para serem picotados. Ouvir um álbum inteiro é como ver um filme sem pul...