Lançado em dezembro de 2000, Live é um registro que captura o Alice in Chains em seu estado natural: intenso, sombrio, irregular e profundamente humano. Não se trata de um show completo, mas de uma compilação de performances gravadas entre 1990 e 1996 em um recorte de palcos diferentes, formações de momento e atmosferas que oscilam entre o explosivo e o instável. Justamente por isso, o álbum funciona como uma espécie de diário aberto da banda em sua fase clássica. As primeiras faixas mostram o grupo ainda faminto, com “Bleed the Freak” e “Man in the Box” reafirmando a força dos riffs de Jerry Cantrell e o impacto imediato da voz de Layne Staley. Já nos momentos mais densos, como “Love, Hate, Love” e “Angry Chair”, as performances mergulham no território emocional característico do AIC, oscilando entre a catarse e a vulnerabilidade, duas palavras que definem bem o legado da banda. A recepção ao álbum sempre foi dividida entre a crítica e os fãs. Enquanto alguns elogiam o clima hipn...
Lançado no apagar das luzes de 2000, Renegades costuma ser lembrado como “o álbum de covers do Rage Against the Machine”. E embora essa definição seja tecnicamente correta, ela está longe de dar conta do que o disco realmente entrega. Em vez de prestar homenagens obedientes a seus ídolos, o quarteto usa cada faixa como veículo para reafirmar sua própria identidade pesada, politizada e impossível de confundir com outra banda. O repertório é uma viagem guiada pelas raízes do Rage, atravessando hip-hop, punk, rock clássico e proto-punk. Mas o que impressiona é como tudo soa coeso. Em “Microphone Fiend”, do Eric B. & Rakim, Tom Morello transforma o riff original em um muro de guitarras vibrante, enquanto a cozinha de Tim Commerford e Brad Wilk entrega um groove que parece saído de um porão abafado em Los Angeles. Já em “Renegades of Funk”, clássico de Afrika Bambaataa, o grupo simplesmente domina a música: é RATM até o último segundo, urgente e incendiário. As escolhas inesperadas...