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Mostrando postagens de março, 2023

Review: Paramore – This Is Why (2023)

Seis anos após o seu último disco, o Paramore retorna com This Is Why . Sexto álbum da banda norte-americana, traz o trio repetindo a formação de After Laughter (2017) com Taylor York (guitarra e teclado) e Zac Farro (bateria) ao lado da vocalista Hayley Williams. Conhecidos de eras passadas – Zac é o baterista original, saiu em 2010 e retornou em 2017, e Taylor toca com o grupo desde 2007 -, o trio retoma a carreira após um hiato que foi marcado pela estreia solo de Hayley com Petals for Armor (2020). This Is Why contrasta de forma clara com After Laughter , retomando a pegada rock e deixando as influências mais pop de lado. O resultado é um disco muito agradável de ouvir, com os vocais sempre ótimos de Hayley Williams e um trabalho instrumental muito bem feito, com guitarras angulares e riffs bem feitos, além de andamentos e mudanças de direção não muito comuns a um artista mainstream. Tudo, é claro, amarrado com um apelo acessível porém longe de soar descartável, e que faz tudo...

Review: Lana Del Rey – Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd (2023)

É interessante e improvável como Lana Del Rey não apenas conquistou uma legião de fãs apaixonados mas, sobretudo, construiu uma carreira de sucesso fazendo uma música que vai totalmente na contramão do que ouvimos no século XXI. Lana bebe na música da década de 1950 e início dos anos 1960, nos standards da cultura dos Estados Unidos e nas grandes cantoras do período, e traduz isso para o público atual com enorme eficiência e cumplicidade. Seu novo disco, lançado dia 24 de março, é o álbum número nove de uma discografia cuja qualidade é constante e que, passo a passo, conta a história de uma das grandes vozes do nosso tempo. O álbum, inclusive, está sendo apontado por diversos críticos como o seu melhor trabalho, e isso não é exagero. Mantendo sua personalidade sonora e inserindo elementos de música alternativa, trap, folk e gospel, Lana Del Rey mais uma vez entrega um trabalho denso e com uma beleza palpável. A performance vocal é perfeita, os arranjos são elegantes e a produção é pr...

Review: Miley Cyrus – Endless Vacation Summer (2023)

É curioso perceber como Miley Cyrus virou a sua carreira musical de cabeça pra baixo. A antes queridinha da Disney e estrela da série teen Hannah Montana se transformou em uma espécie de Stevie Nicks do século XXI, e com méritos próprios. Essa transição foi feita de forma gradual e com direito a um período de atitudes polêmicas, shows provocativos e clipes com cenas de nudez estrategicamente clicadas. Todo esse processo gerou trabalhos cada vez mais maduros, notadamente os dois últimos discos da cantora, Younger Now (2017) e Plastic Hearts (2020). Endless Vacation Summer , lançado em 10 de março, é o oitavo álbum da Miley Cyrus e dá sequência a uma carreira em notável ascensão não apenas comercial, mas também artisticamente. Filha de um dos mais conhecidos nomes da country music norte-americana, o astro Billy Ray Cyrus, Miley ergueu seu próprio universo com inegável talento, e isso fica evidente mais uma vez em seu novo trabalho. Assim como ouvimos em Plastic Hearts , a sonoridad...

Review: U2 – Songs of Surrender (2023)

Songs of Surrender funciona como uma espécie de trilha sonora de Surrender: 40 Músicas, Uma História , autobiografia de Bono publicada no final de 2022 – a edição brasileira saiu pela editora Intrínseca. Não apenas os títulos de ambos se conversam, mas o sentimento é o mesmo: enquanto o vocalista do U2 olha para o passado para contar e apresentar os fatos de sua vida, a banda olha para trás, escolhe a dedo seus maiores clássicos e os reapresenta ao mundo com novas interpretações. O álbum, disponível em três versões (super deluxe com 40 faixas, outra com 16 músicas e uma edição em CD deluxe com 20), tem um clima predominantemente contemplativo, e isso se traduz em releituras majoritariamente acústicas e bastante contidas, alcançando um resultado final que pode dividir os fãs. Quem espera algo rockeiro e cheio de energia, irá se decepcionar. Já outros, provavelmente na mesma sintonia que a banda, irão se encantar com a beleza das novas versões e com o minimalismo onipresente, que desta...

Os álbuns ao vivo mais vendidos da história do rock

Os shows são parte vital da história do rock, e eternizá-los em álbuns ao vivo antológicos também.  O primeiro disco ao vivo da história do rock - ou ao menos de um gênero muito próximo dele - foi lançado em 1961 pelo Joey Dee and The Starliters com o título de Doin’ the Twist: Recorded Live at the Peppermint Lounge . O Peppermint Lounge foi uma discoteca popular de Nova York e que abriu suas portas em 1958, mas alcançou o pico de popularidade em 1961 e 1962 como resultado da mania do twist desencadeada pelo lançamento do mega hit “The Wist” por Chubby Checker, em 1960. Os Joey Dee and The Starliters, banda residente do Peppermint Lounge, capitalizaram em cima da onda e gravaram um álbum ao vivo rápido e barato com apenas um microfone, mas o disco se tornou um grande sucesso de qualquer maneira. Outro candidato é o LP de Ritchie Valens, que se tornou conhecido com o sucesso planetário de “La Bamba”, chamado In Concert at Pacoima Jr. High . O disco foi lançado em 1960 pela Del-Fi ...