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Mostrando postagens de novembro, 2023

Os 50 melhores álbuns de 2023 segundo a Rolling Stone

Publicada desde novembro de 1967, a Rolling Stone é a mais importante e conhecida revista de cultura pop do planeta. Tendo o foco principal na música, mas não se prendendo somente à ela, a revista publicou a sua lista de melhores do ano – matéria original aqui . Abaixo você conhece os 50 melhores álbuns de 2023 na opinião da Rolling Stone:   50 Dominik Fike – Sunburn 49 Yo La Tengo – This Stupid World 48 Gunna – A Gift & a Curse 47 L’Rain – I Killed Your Dog 46 Everything But The Girl – Fuse 45 Kylie Minogue – Tension 44 Jenny Lewis – Joy’all 43 Megan Moroney – Lucky 42 Samory-I – Strenght 41 U.S. Girls – Bless This Mess 40 Kara Jackson – Why Does the Earth Give Us People to Love? 39 Veeze – Ganger 38 Kaytraminé – Kaytraminé 37 Asake – Work of Art 36 Water From Your Eyes – Everyone’s Crushed 35 Drake – For All the Dogs 34 Troye Sivan – Something to Give Each Other 33 NewJeans – Get Up 32 Bad Bunny – Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana 3...

Azul Quase Transparente: a lisergia transformada em livro por Ryü Murakami

Confesso que essa não foi uma leitura fácil. A razão é a seguinte: Ryü Murakami narra, em primeira pessoa, as experiências de um grupo de jovens japoneses durante a década de 1970, repletas de sexo e, principalmente, drogas. Talvez em um outro momento da vida eu teria outra percepção sobre Azul Quase Transparente , mas dentro da minha realidade atual a leitura foi angustiante e perturbadora. Publicado originalmente em 1976, Azul Quase Transparente é o primeiro livro de Murakami, e, de certa forma, não apenas apresentou o seu estilo como também definiu o seu modo de escrita. Na época o autor tinha apenas 24 anos, e a obra acaba funcionando como uma espécie de documento, com fortes doses autobiográficas, de sua geração. As páginas entregam doses enormes de lisergia e sexo, tudo acompanhado por uma trilha sonora com clássicos do período e que conta com citações a canções de lendas como The Doors, Pink Floyd e Rolling Stones. Com apenas 128 páginas, Azul Quase Transparente é um best...

Labirinto, a fantástica jornada pela imaginação de Thiago Souto

Não sei se aconteceu com você que está lendo, mas confesso que tive um amigo imaginário durante a infância. Falo isso porque a leitura de Labirinto , de Thiago Souto, trouxe de volta essa recordação, ainda que meio borrada pelo tempo. Esta HQ foi publicada originalmente em 2017 pela editora Mino e estava esgotada, até a Darkside relançar o título em 2022 com uma nova capa e páginas extras criadas especialmente para a nova edição pelo próprio Thiago. O que temos em Labirinto é a jornada de um garoto e seu amigo imaginário por um mundo repleto de cores, seres estranhos e ilustrações de cair o queixo. Na prática, o roteiro conta uma história que se assemelha à apresentada por Grant Morrison e Sean Murphy em Joe O Bárbaro , mas a obra de Thiago Souto é mais intensa em todos os sentidos. Pra começar, há uma carga emocional muito grande no quadrinho, que é dramático e misterioso em diversos momentos, fazendo com que a leitura entregue momentos de tensão e ansiedade ao virar das páginas. M...

Baroness corrige erros de produção e volta a soar poderoso em Stone

Há um grande acerto em Stone , novo álbum do Baroness. Um acerto significativo e decisivo para tornar o sexto álbum da banda não só um dos melhores da excelente discografia do quarteto, mas sobretudo um disco gostoso de ouvir: a produção equivocada que prejudicou em menor grau Purple (2015) e principalmente Gold & Grey (2019) foi deixada para trás. A banda finalmente conseguiu se livrar dos vícios da loudness war , e isso é algo a se comemorar. David Fridmann, produtor que trabalhou com o grupo tanto em Purple quanto em Gold & Grey , está fora da jogada, e o quarteto assumiu a produção do novo álbum. Stone dá fim a um período de quatro anos sem material inédito do Baroness, e é o segundo trabalho com a fenomenal guitarrista Gina Gleason, na banda desde 2017. A produção mais limpa e sem os erros anteriores reforça uma das principais características da música do quarteto, que é construída com uma ourivesaria de acordes e sutilezas melódicas, com notas se entrelaçando e cons...

Os melhores álbuns de 2023 segundo a Decibel Magazine

A Decibel chegou às bancas em outubro de 2004 e desde então é publicada todos os meses. Com sede na Philadelphia, tem como foco os gêneros mais extremos do metal. Abaixo está o top 40 de 2023 na opinião da equipe da Decibel: 40 Dødheimsgard - Black Medium Current 39 Kommodus - Wreath of Bleeding Snowfall 38 Street Tombs - Reclusive Decay 37 Obituary - Dying of Everything 36 Fires in the Distance - Air Not Meant for Us 35 Witching - Incendium 34 Circle of Ouroborus - Lumi Vaientaa Kysymykset 33 Cattle Decapitation - Terrasite 32 Final Gasp - Mourning Moon 31 Spirit Adrift - Ghost at the Gallows 30 Krigsgrav - Fires in the Fall 29 Will Haven - VII 28 Smoulder - Violent Creed of Vengeance 27 Kruelty - Untopia 26 Night Demon - Outsider 25 Incantation - Unholy Deification 24 Filth Is Eternal - ...

Os 75 melhores álbuns de 2023 segundo a Mojo

Uma das mais conhecidas revistas de música do planeta, a inglesa Mojo é publicada mensalmente desde novembro de 1993. Sua linha editorial é bastante ampla, mas mantém o rock e o pop como gêneros principais. Abaixo você conhece os melhores álbuns de 2023 na opinião da equipe da Mojo: 75 Robert Finley – Black Bayou 74 Say She She – Silver 73 Irreversible Entanglements – Protect Your Light 72 Margo Cilker – Valley of Heart’s Delight 71 Edgar Jones – Reflections of a Soul Dimension 70 Alogte Oho & His Sounds of Joy – O Yinne! 69 Bar Italia – Tracey Denim 68 Billy Valentine – Billy Valentine and The Universal Truth 67 Cécile McLorin Salvant – Mélusine 66 Jonathan Wilson – Eat the Worm 65 Public Image Ltd. – End of World 64 The Lemon Twigs – Everything Harmony 63 Mitski – The Land is Inhospitable and So Are We 62 Gabriels – Angels & Queens 61 Baaba Maal – Being 60 Iggy Pop – Every Loser 59 Róisín Murphy – Hit Parede 58 Lonnie Holley – Oh Me Oh My...

Terror, mistério e o fim do mundo em uma bela casa do lago

Como você acha que o mundo vai acabar? Sim, A Bela Casa do Lago é uma história sobre o fim dos tempos, e essa pergunta é feita muitas vezes durante a trama. E você se faz diversas outras: quem é Walter? O mundo acabou mesmo? A história que eu estou lendo é aquela que realmente está acontecendo? Escrita por James Tynion IV ( Batman, Something is Killing the Children, O Departamento da Verdade ), ilustrada por Álvaro Martínez Bueno ( Liga da Justiça, Sandman Universe, O Departamento da Verdade ) e colorizada por Jordie Bellaire ( Birds of Prey, Superman 78, Batman: O Impostor ), A Bela Casa do Lago está sendo publicada em dois volumes no Brasil pela Panini. O primeiro já está disponível, e o segundo será lançado no início de dezembro. A primeira parte vem em capa dura com 192 páginas, e proporciona uma das leituras mais interessantes do ano. Em sua essência, A Bela Casa do Lago é uma história de terror. O misterioso Walter chama alguns amigos para pequenas férias de uma semana em ...

Os 50 melhores álbuns de 2023 segundo a Uncut

E começou a temporada de listas de melhores discos do ano. O primeiro veículo da mídia musical a revelar as suas escolhas foi a revista inglesa Uncut, uma das mais tradicionais e influentes publicações especializadas do planeta. Com sede em Londres, ela é publicada mensalmente desde maio de 1997. A Uncut faz uma cobertura ampla do mercado musical abrangendo diversos gêneros, mas com uma atenção um pouco maior para o universo do rock. Abaixo está a lista com os 50 melhores álbuns de 2023 na opinião da revista: 50 Craven Faults - Standers 49 Margo Price - Strays 48 Allison Russell - The Returner 47 Cian Nugent - She Brings Me Back To The Land Of The Living 46 Modern Nature - No Fixed Point In Space 45 Feist - Multitudes 44 Everything But the Girl - Fuse 43 Blake Mills - Jelly Road 42 BC Camplight - The Last Rotation of Earth 41 Unknown Mortal Orchestra - V 40 Israel Nash - Ozarker 39 Califone - Villagers 38 Anohni and the Johnsons - My Back Was A Bridge For Yo...

Dementia 21, a feroz e ácida crítica ao etarismo de Shintaro Kago

Quando foi lançado no Brasil pela editora Todavia no início de março de 2020, Dementia 21 se tornou o primeiro título do japonês Shintaro Kago a ser publicado em nosso país. Três anos e meio depois, a situação não mudou muito: além do primeiro volume de Dementia 21 , a Todavia colocou no mercado também o segundo volume da série (lançado neste último mês de setembro de 2023), enquanto a editora New Pop publicou A Grande Invasão Mongol no início de outubro deste ano. Shintaro Kago é um dos mais aclamados artistas de mangá das últimas décadas, e se tornou um dos expoentes do gênero ero guro nansensu, que une humor e erotismo (aspecto que não está presente neste título, importante mencionar) em roteiros que trazem histórias e artes nonsense e grotescas, muitas vezes também explorando ilustrações que conversam com o surrealismo. Meu primeiro contato com sua obra, e acredito que compartilhando essa experiência inicial com grande parte dos leitores brasileiros, se deu através de Dementia...

Explorando a dor e mergulhando no prog, Angra soa renovado em Cycles of Pain

Lançado em 3 de novembro, Cycles of Pain é o décimo álbum do Angra e o primeiro a repetir a mesma formação em dezessete anos, desde Aurora Consurgens (2006), o canto do cisne de um dos line-ups mais celebrados do grupo, aquele com o trio Edu Falaschi, Felipe Andreoli e Aquiles Priester ao lado dos fundadores Kiko Loureiro e Rafael Bitencourt. Em Cycles of Pain , apenas Bitencourt e Andreoli seguem no time, agora ao lado de Fabio Lione, Marcelo Barbosa e Bruno Valverde. Produzido por Dennis Ward – o mesmo dos aclamados Rebirth (2001) e Temple of Shadows (2004), além do já citado Aurora Consurgens -, Cycles of Pain apresenta treze faixas e traz a banda soando muito pesada e técnica, características que foram intensificadas nos trabalhos recentes do quinteto, como bem mostraram Secret Garden (2014) e ØMNI  (2018). O disco traz as participações especiais de Lenine (em “Águas Secas), Vanessa Moreno (em “Tides of Changes – Part II” e “Here in the Now”) e Amanda Somerville (em “T...

Hailstone, o faroeste de terror científico da Darkside

Escrito por Rafael Scavone e ilustrado por Rafael de Latorre, Hailstone é um western com elementos de horror e ficção científica. A dupla, que faz parte do coletivo Stout Club, publicou a história primeiramente no ComiXology, plataforma de HQs digitais da Amazon. Ao final da trama, o quadrinho da dupla brasileira ganhou edição física pelo selo Darkside Graphic Novel, da editora Darkside. O material vem em capa dura, 144 páginas, papel offset de alta gramatura e formato 17x26. Vou dividir essa análise em duas partes. A primeira é sobre a arte de Latorre e a colorização de Wesllei Manoel. Latorre possui um traço ao mesmo tempo expressivo e dramático, o que faz com que as páginas tragam sempre quadros que impressionam os olhos. Sua narrativa é dinâmica, com um ritmo que prende a atenção, além de entregar uma evidente influência cinematográfica que mostra o quanto ele se inspirou em alguns dos grandes clássicos do faroeste. As cores, que variam entre frios tons azuis com elementos de ma...