Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2014

Black Sabbath: crítica de 13 (2013)

Onde você estava em 1978? Você já era nascido ou ainda nem passava pela cabeça dos seus pais que você poderia, um dia, vir ao mundo? Eu tinha 6 anos em 1978, ano em que o Black Sabbath gravou o seu último álbum com Ozzy Osbourne, Never Say Die! , encerrando a história da formação clássica da banda que criou o heavy metal. Um ano depois, em 1979, Ozzy seria demitido do Sabbath por Tony Iommi, se enterraria de vez nas drogas e só voltaria a ver a luz no fim do túnel com o lançamento de seu primeiro álbum solo, Blizzard of Ozz , em 20 de setembro de 1980. Qual a idade dos seus pais? O meu, Seu Paulo, tem 69 anos. Minha mãe, Dona Elzira, 68. John Michael Osbourne completará 65 no final do ano. Anthony Frank Iommi fez 65 em fevereiro último. Terence Michael Joseph Butler fará 64 agora em julho. Eu cheguei aos 40 no final de 2012. Todas essas vidas, a princípio, nunca se cruzaram, afinal nem eu, nem meu pai e muito menos a minha mãe conhecemos pessoalmente Ozzy, Tony e Geezer. No entanto, ...

O fone de ouvido e a vida

O cérebro desliga. O ritmo hipnotiza, coloca em transe. É possível sentir a dopamina jorrando forte, deixando os neurônios em ponto de bala. Que às vezes geram raciocínios e em outras tantas apenas descarregam e limpam a mente. Isso se dá pela música. Quanto mais alto o volume, maior o transe. É o combustível que dá energia, levando os passos para qualquer lugar. Gostaria de bater uma radiografia do meu cérebro nestes momentos. Fico curioso em saber o que acontece dentro da minha cabeça careca e reluzante quando estou neste estágio alfa. Fato que tem se repetido cada vez mais, transformando-se em rotina nestes tempos de Spotify, onde a música está sempre ao lado, 24 horas e em qualquer lugar. Pra amaciar os tímpanos e sangrar os ouvidos, alguns discos que estão tocando atualmente por aqui:

Within the Ruins: crítica de Phenomena (2014)

No início dos anos 1990, a banda sueca Meshuggah se destacou por mostrar ao mundo um heavy metal repleto de quebras de ritmo, com muito peso e harmonias desconcertantes. Discos como Destroy Erase Improve (1995), Nothing (2002) e Catch Thirtythree (2005) apresentaram novos conceitos, novas ideias, e caíram como uma bomba na cabeça de todo uma geração. O Meshuggah segue firme e forte e mantendo-se relevante com excelentes registros como Obzen (2008) e Koloss (2012). E seus filhos diretos batem à porta com uma força cada vez maior.  Na estrada desde o final da década de 2000, a banda norte-americana Within the Ruins segue os passos dos suecos com primazia e enorme talento. Com quatro discos nas costas, o grupo lançou em julho passado o seu mais recente registro, Phenomena . Trata-se de um dos maiores e mais bem trabalhados encontros entre o metal e a … matemática! Sim, você leu bem: matemática. O som do Within the Ruins traduz a trigonometria em acordes, teoremas em ri...

+ John Symon Asher Bruce (14/05/1943 - 25/10/2014) +

Jack Bruce, um dos mais influentes músicos, compositores e baixistas do rock, faleceu neste sábado aos 71 anos. O lendário integrante do Cream sucumbiu a problemas no fígado, contra os quais lutava já há alguns anos. Se você gosta de rock pesado, esse senhor, mesmo que você não saiba, tem grande influência na sua vida. Abaixo, como uma pequena  homenagem  e lembrança, a minha música preferida do Cream:

Slipknot: crítica de .5: The Gray Chapter (2014)

Por mais que o mercado musical esteja totalmente mudado, muito longe do que foi há apenas alguns anos atrás, alguns nomes ainda conseguem mobilizar multidões. E o Slipknot é, indiscutivelmente, um desses poucos eleitos. Muito provavelmente a maior e mais popular banda surgida no heavy metal nos últimos 15 anos, o combo de mascarados deixou a sua marca não apenas nos fãs, mas também na forma como o metal se desenvolveu na última década. A sonoridade agressiva, que une riffs death/thrash com uma bateria psicótica, inserções eletrônicas e vocal doentio, conquistou milhões de fiéis em todo o planeta. Um feito e tanto para uma música que não tem nada de amigável, de acessível, e que passa longe de uma assimilação fácil e instantânea. O Slipknot conseguiu construir uma identidade única, e isso é digno de elogio no cenário metálico contemporâneo, um misto de muitas bandas com sonoridades pasteurizadas e com propostas excessivamente similares, onde apenas um número reduzido se destaca. ...

Wovenwar: crítica de Wovenwar (2014)

O Wovenwar é fruto de toda a confusão em que Tim Lambesis, vocalista do As I Lay Dying, transformou a sua vida. Preso por planejar o assassinato de sua esposa, o músico forçou os demais integrantes a darem uma pausa na banda. Mas não em suas carreiras, como atesta o Wovenwar. Os demais músicos juntaram forças com o vocalista Shane Blay e tocaram o barco adiante. O resultado é o autointitulado álbum de estreia do Wovenwar, lançado no início de agosto pela Metal Blade. De modo geral, as 15 faixas do play apresentam similaridades com o As I Lay Dying, e não havia como ser diferentes, afinal 80% dos integrantes são os mesmos. No entanto, a principal característica que diferencia o som dos dois quintetos é a maior acessibilidade do Wovenwar em relação ao As I Lay Dying. As canções são mais pegajosas, com refrãos sempre marcantes e doses às vezes até exageradas de melodia. Em certos momentos, daria até para classificar a música do Wovenwar como uma espécie de metalcore pop, se é que i...

Revocation: crítica de Deahtless (2014)

Tenho um fraco pela melodia. Heavy metal faz parte da minha vida. Portanto, quando a melodia se une ao peso, e vice-versa, há uma grande possibilidade de que o resultado agrade meus ouvidos. É quase covardia, até diria. Por todos esses motivos, Deathless , novo álbum da banda norte-americana Revocation, é meu novo caso de amor sonoro. Um death/thrash técnico, bem executado, construído a partir de doses generosas de peso e melodia. Não tem como ser ruim. E, é claro, não é. Deathless soa consistente do início ao fim, com canções fortes e que cativam de imediato. São riffs grooveados, bateria criativa e repleta de bumbos duplos, tudo amarrado com variações rítmicas sempre presentes, que fazem as canções transitarem por diversos caminhos. Pra quem gosta desse death/thrash melódico e que bebe sem medo no groove, trata-se de um prato cheio. O vocal de Brett Bamberger acaba sendo uma espécie de cereja no bolo, com o timbre gutural do moço indo de tons médios até alguns mais agudos...

Ouça “Something for Nothing”, nova música do Foo Fighters

A faixa faz parte de Sonic Highways , oitavo álbum da banda de Dave Grohl, com data de lançamento marcada para o dia 10 de novembro. Detalhe: o riff que surge no meio da canção é bastante semelhante ao de "Holy Diver", do falecido Dio. Dê play e diga aí: gostou?

A opinião da Metal Hammer sobre o novo disco do Slipknot

Aqui é onde a especulação termina e a realidade de um Slipknot sem o saudoso Paul Gray e a usina de força Joey Jordison vem à tona. A preocupação principal dos fãs é bem simples: o novo álbum será um bom disco do Slipknot? Pode, talvez, se igualar aos trabalhos anteriores? E, devido ao fato de a maioria das composições ser de autoria da dupla Corey Taylor e Jim Root, não soaria demasiadamente similar ao Stone Sour? A verdade é que a partir do título, passando pela arte da capa e chegando até à sujeira e fúria que impulsiona seus riffs mais cruéis, .5 The Gray Chapter é, em todos os aspectos, um álbum do Slipknot, embora afetado pelos acontecimentos recentes da história da banda. As músicas têm mais em comum com Vol. 3: (The Subliminal Verses) (2004) e All Hope is Gone (2008) do que com os dois primeiros discos do grupo.  Se você quer o Slipknot brutal e violento de outrora, há muito para os seus ouvidos neste disco. “Sarcastrophe” soa como uma enxurrada dissonante de fac...

O velho que acabou, o novo que quer chegar

A hora de pendurar a chuteira é complicada. Saber o momento exato de parar, de deixar o tempo cuidar da sua obra enquanto você descansa sobre os merecidos méritos ao invés de dedicar a sua energia para colocar abaixo o que levou anos para construir, é algo bastante difícil. No meio artístico, na música mais especificamente, temos vários exemplos de bandas e artistas que, mesmo que ainda continuem gravando discos e fazendo shows, soam irrelevantes artisticamente há anos - nos casos mais extremos, há décadas. É fácil afirmar, por exemplo e sem pensar muito, que o Scorpions é uma dessas bandas. Os alemães há tempos vivem de reciclagem, regravando antigos clássicos nos mais variados formatos, reembalando-os e vendendo-os novamente aos sempre famintos fãs - que, em grande parte, jogaram o senso crítico no lixo, trocando-o por uma paixão cega e irrestrita. Mas falar do Scorpions é fácil. Bem fácil. Na verdade, o grupo alemão é um dos exemplos mais claros disso. Um caso óbvio e qua...

Exodus: crítica de Blood In Blood Out (2014)

O crescimento do mercado classic rock/metal e o aumento da demanda por bandas que se encaixam nessa denominação mudou o curso da carreira de diversos grupos. O Exodus é um deles. Os últimos anos da banda liderada pelo guitarrista Gary Holt foram excelentes artisticamente. De Tempo of the Damned (2004) até Exhibit B: The Human Condition (2010), o quinteto da Bay Area emplacou uma sequência de quatro excelentes álbuns de estúdio, isso sem contar Let There Be Blood (2008), regravação do clássico Bonded by Blood (1985) com os vocais de Rod Dukes, dono do posto até então. Mas como o que importa é o passado e não o futuro, o que vale é o que os fãs querem e não as possíveis pretensões artísticas dos músicos, lá veio a mudança: mandaram o ótimo Dukes embora e chamaram de volta o intempestivo e encrenqueiro Steve Zetro Souza, fora da banda desde 2004, após participar do petardo Tempo of the Damned . Algo semelhante, para termos de comparação, ao que o Anthrax fez ao dispensar John Bu...

Rádio Sangue nos Ouvidos

Uma playlist com mais de 500 faixas (mas em construção e expansão constante) dedicada exclusivamente ao metal. Groove, death, black, thrash, metalcore. Agressividade e peso em uma seleção feita pra quem gosta de som pesado, recheada de nomes que você conhece e outros tantos que talvez ainda não tenham chegado até você. Funciona assim: selecione a execução aleatória e aperte o play. Assim, você terá uma programação sempre diferente. Clique aqui ou ouça no player abaixo. Aumente o volume!

BBC reúne estrelas em versão para a clássica “God Only Knows”

AC/DC revela capa, tracklist e primeiro single de novo álbum

A capa achei bem fraquinha.  A lista de faixas é esta: 1 Rock or Bust 2 Play Ball 3 Rock the Blues Away 4 Miss Adventure 5 Dogs of War 6 Got Some Rock & Roll Thunder 7 Hard Times 8 Baptism by Fire 9 Rock the House 10 Sweet Candy 11 Emission Control O disco sairá dia 2 de dezembro. O primeiro single, “Play Ball”, pode ser ouvido no player abaixo. Também achei fraquinha, mas pode ser só o humor do dia, vai saber …

Música do Dia: John Lennon - God

In Flames: crítica de Siren Charms (2014)

A evolução, transformação e metamorfose - escolha o termo que preferir - pelo qual a música do In Flames passou ao longo dos anos é impressionante. De um dos pilares e responsáveis pela modernização do death metal melódico em discos como Whoracle (1997), Colony (1999) e Clayman (2000), o grupo deu um giro atordoante em seu som e inseriu elementos do metal moderno, aproximando-se do nu metal e do alternativo. Alguns curtiram, outros tantos, não. Faço parte do primeiro grupo. Siren Charms , novo disco da banda, intensifica uma característica que vem sendo percebida em seus últimos trabalhos: a tentativa consciente, e geralmente bem sucedida, de unir os dois extremos que moldaram a carreira do In Flames até aqui. Ou seja, são canções que apresentam trechos de melodias em arranjos quebrados e com grandes doses de agressividade, resultando em um som que mostra que é perfeitamente possível trilhar, simultaneamente, estes dois caminhos que muitos pensam ser antagônicos. Uma cois...

Disco do Dia: Elvin Bishop - The Blues Rolls On (2008)

Popa Chubby, aquele gordinho que toca blues

A primeira vez que ouvi falar de Popa Chubby foi na comunidade da poeira Zine no recentemente falecido Orkut. O cara era altamente recomendado por grande parte daquele povo. Como ouvinte curioso, fui conferir. E, é claro, não me arrependi. Nascido Theodore Joseph Horowitz em 31 de março de 1960 no bairro do Bronx, em Nova York, Popa Chubby está na estrada há pelo menos duas décadas e já lançou aproximadamente vinte discos, além de alguns DVDs. A sua música pode ser definida como um blues que vem sempre temperado com a malícia e o balanço do funk, resultando em um som dançante e com muito groove. No Rate Your Music, seus álbuns mais bem avaliados são Electric Chubbyland (2006), Gas Money (1994) e Old School (2003). Já o AllMusic manda você ouvir The Good, The Bad and The Chubby (2002), P eace Love and Respect (2004) e Stealing the Devil’s Guitar (2006). Se quiser um conselho, recomendo uma passada geral pela discografia do cara. Um dos nomes mais respeitados e cultu...

Música do Dia: Victor Ramil - Joquim

Música do Dia: Guitar Shorty - We the People

Grinderswitch, uma das pérolas escondidas do southern rock

O sul dos Estados Unidos é, historicamente, prolífico em ótimas bandas. Tanto que várias delas foram agrupadas em um mesmo rótulo que procurou classificar sons distintos como Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers em um barco só. Há semelhanças, é claro, mas quem ouviu nem que seja o mínimo destes dois grupos sabe que o buraco é mais embaixo. Mas, ao lado do tempero country que torna o rock das bandas do sul norte-americano cheio de malícia e com um tempero próprio, outro elemento se faz perceptível em todas elas: as guitarras. Faiscantes. Brilhantes. Gêmeas. Sempre protagonistas. Pode ser em “Free Bird”, pode ser em “Highway Song”, pode ser em “Southbound”: não importa. É banda de southern, é certeza de deleite pra quem aprecia as seis cordas que moldaram o rock como o gênero musical mais popular do século XX. E lá, bem escondida na terra prometida do southern rock (também conhecida como Jacksonville), nasceu uma das mais perfeitas manifestações da alma guitarrística sulista....

Em comunicado, família confirma demência de Malcolm Young

Em comunicado oficial, a família Young confirmou que Malcolm, guitarrista e fundador do AC/DC, sofre de demência e que esse foi o motivo para o seu afastamento definitivo do grupo. “ Malcolm está sofrendo de demência e a família agradece o respeito à sua privacidade" . O vocalista Brian Johnson também falou brevemente sobre o assunto: “ Nós sentimos falta de Malcolm, obviamente. Ele é um lutador. Stevie, sobrinho de Malcolm e que está com a gente agora, é excelente, mas quando você está gravando um novo material e se dá conta que aquele cara que esteve ao seu lado durante anos não está bem, tudo fica mais difícil ”. O AC/DC anunciou que o novo disco do grupo, Rock or Bust , será lançado no dia 2 de dezembro e trará onze músicas inéditas. Como já informado, Stevie Young assumiu o posto do seu tio Malcolm, algo que já havia ocorrido no início da década de 1990, quando o agora aposentado guitarrista precisou se afastar da banda por um período para tratar o seu alcoolismo. ...