O Opeth chegou ao álbum Sorceress (2016) em um momento de virada consolidada. Depois de quase duas décadas se firmando como uma das maiores bandas do metal progressivo moderno, os suecos liderados por Mikael Åkerfeldt haviam deixado para trás os vocais guturais e o death metal sombrio que marcaram discos como Blackwater Park (2001) e Ghost Reveries (2005). A mudança veio em Heritage (2011), aprofundou-se em Pale Communion (2014) e ganhou contornos mais ousados e psicodélicos aqui. O disco mostra uma banda apaixonada pelos anos 1970, mergulhando sem medo em influências de King Crimson, Camel, Jethro Tull, Gentle Giant e até mesmo Led Zeppelin. O peso ainda aparece, mas em outro formato: riffs setentistas, graves encorpados e uma produção quente, analógica, que privilegia texturas. Mikael sempre deixou claro que cresceu ouvindo muito mais rock progressivo e folk do que metal extremo, e Sorceress é a expressão mais livre dessa herança. Após a introdução “Persephone”, a faixa-tít...