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Tex Gigante 4: entre a lei e o caos, o faroeste intenso de Chumbo Ardente (2025, Mythos Editora)


Chumbo Ardente
é daqueles álbuns que lembram por que o Velho Oeste segue sendo um terreno fértil para histórias diretas, tensas e cheias de personalidade. Publicado originalmente em 1991 como o quarto Tex Gigante na Itália, o volume reúne Claudio Nizzi em um momento de absoluta confiança narrativa e Sergio Zaniboni assinando uma de suas melhores participações no universo de Tex. No Brasil, o álbum acabou de ganhar nova vida com a republicação da Mythos Editora em uma edição totalmente renovada, com 244 páginas impressas em papel offset, resgatando a experiência visual que esse formato sempre prometeu.

A trama é clássica e eficiente: uma cidade dominada pelo poder local, um clima de medo que se espalha entre os moradores e a chegada dos quatro pards — Tex, Carson, Kit e Jack Tigre — para colocar as coisas nos eixos. Nizzi trabalha com todos os elementos tradicionais do personagem, mas faz isso com pulso firme. Nada aqui é inventivo demais, mas tudo é executado com precisão. Existe ritmo, existe tensão, existe aquela sensação reconfortante de assistir o equilíbrio moral sendo restaurado à base de determinação e, claro, chumbo quente.



O grande triunfo, porém, está na arte. Zaniboni, consagrado em títulos como Diabolik, preenche cada quadro com cuidado, solidez e dramaticidade. Seu traço limpo, expressivo e cheio de personalidade transforma Chumbo Ardente em um espetáculo visual. É o tipo de álbum que você lê e relê, tanto pela história bem contada quanto pelos detalhes gráficos que pulam da página.

A nova edição da Mythos devolve ao material a dignidade que ele merece. Em papel offset, com impressão de alta qualidade, o álbum finalmente encontra o formato ideal para destacar a arte de Zaniboni e reforçar o peso da narrativa de Nizzi. Para quem coleciona Tex, é compra obrigatória. Para quem gosta de western sólido, direto e visualmente marcante, também.


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